quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Capitu

Assisti Capitu (2008) de Luiz Fernando Carvalho na TV Globo. Essa maravilhosa minissérie foi baseada na obra Dom Casmurro de Machado de Assis. Esse diretor está entre os meus preferidos, suas criações são verdadeiras obras de arte e com Capitu não foi diferente. Ele escolheu contar em um formato mais parecido ao teatro que a televisão. Também utilizou o narrador como o autor escreveu. Então tivemos todas aquelas frases surpreendentes de Machado de Assis, que fala com seu leitor e só nos desconcerta. Eu li Dom Casmurro há vários anos e é minha obra preferida de Machado de Assis.
Tudo foi impecável, figurinos, elenco, edição. Capitu jovem marcou a estréia da belíssima Letícia Persiles. Eu gosto muito do ator que fez o Bentinho jovem, o César Cardadeiro, eu já gostava dele em Malhação. E ele também esteve no elenco de o Sítio do Picapau Amarelo.
A Capitu adulta foi interpretada pela bela e talentosa Maria Fernanda Cândido e o Bentinho por Michel Melamed, que arrasou. O belo Escobar foi interpretado por Pierre Baitelli. Adorei os personagens que circundavam Bentinho interpretados por incríveis atores: Eliane Giardini, Antônio Karnewale, Izabella Bicalho, Rita Elmôr, Charles Fricks, Sandro Christopher, Bellatrix e Alan Scarpari. Gostei muito da música principal e da trilha sonora. Só em alguns momentos que utilizaram algumas músicas pop muito conhecidas, podiam ser igualmente originais com as principais. Os figurinos belíssimos foram concebidos por Beth Filipecki.

Youtube: Musica da Minissérie Capitu-1









From Mata Hari e 007



Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Pais e Filhos

Terminei de ler Pais e Filhos (1862) de Ivan Turguêniev. Comprei esse livro em um sebo faz um tempinho por R$ 10,00 e não é com essa capa, é daquela coleção da capa vermelha da Editora Abril. Agora saiu com essa capa e falam que essa é traduzida diretamente do russo. A que li tem tradução de Ivan Emilianovitch. O autor escreve maravilhosamente e debate várias questões que fervilhavam na Rússia nesse período. Um filho se forma e volta a casa dos pais aristocratas, leva junto um amigo filho de camponeses que se formou em Medicina. Esse rapaz é pedante, cheio de idéias revolucionárias e contra a aristocracia. Mas parece gostar de viver no luxo e usufruir gratuitamente de qualquer hospedagem desde que os jantares sejam luxuosos regados a muita champagne cara. Seu amigo já é menos pretensioso e tranqüilo, mas deslumbrou pelo amigo que se transformou seu ídolo, então ele fica a sua volta. Esses dois rapazes passam então por três locais. Apesar do livro ser maravilhosamente escrito, não foi apaixonante pra mim.


Obra The Court Going out from the Grand Palace in Peterhof de Vasili Semenovich Sadovnikov (1800-1879)
Anotei alguns trechos de Pais e Filhos de Ivan Turguêniev:
“-Não veio ainda, Piotr? –indagava, em 20 de maio de 1859, um senhor que aparentava uns quarenta anos de idade, saindo sem chapéu à porta da hospedaria da estrada N."

“Páviel Pietróvitch, ao contrário, solteirão sempre, entrava naquela idade crespuscular e agitada, de insatisfação e esperanças mortas, idade em que se sente que a mocidade passou e a velhice não chegou ainda.”

“Mulheres assim são raras hoje. O que não sabemos é se isso é um bem!”

“Cada um, com suas próprias mãos, deve obter o sustento. Nada devemos esperar dos outros. É preciso trabalhar também.”

“Sei que o senhor está habituado ao luxo, aos prazeres. Mas os grandes deste mundo não desdenham de passar algumas horas sob o teto de uma cabana.”

Tanto o pintor como o compositor são russos e viveram no mesmo período que o autor dessa obra.


Música do post: Glinka - Nocturne in F minor, La separation



Beijos,

Pedrita

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Qualquer Coisa Conta História

Fui ao espetáculo Qualquer Coisa Conta História no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. Adorei o espetáculo que é também da série Contos Clássicos, portanto há encenação e música. Dessa vez é baseada na história da Mamãe Ganso composta por Maurice Ravel. A Mamãe Ganso é uma famosa contadora de histórias, como a Carrochinha. Há dois atores no palco Antonio Karnewale e Sofia Portto e um piano a 4 mãos com os pianistas Nivaldo Tavares e Sylvia Theresa. Todos ótimos! Karnewale dirige o espetáculo. Eu gostei tanto, mas tanto, que no final queria um saco para começar a buscar minhas histórias pelo mundo.

Mamãe Ganso conta várias histórias, acompanhada do menino. Cada história é contada de uma forma, uma com panos, outra com letras, outra com desenhos, uma com dança. Para estimular a imaginação das crianças. Me encantei tanto! Depois os atores conversaram com as crianças quando acabou o espetáculo. E contaram que preferiram deixar as histórias como foram originalmente concebidas na época que Ravel compôs a música. As histórias são bem mais trágicas das que conhecemos, que dirá a do Pequeno Polegar. Eles comentaram que até atenuaram seu lado trágico. Também contaram que as histórias escolhidas foram as mesmas que inspiraram o compositor. Mamãe Ganso contou ainda a história da Bela Adormecida e A Bela e a Fera. Fiquei encantada!
Obrigada a todos pelos parabéns aos meus 7 anos de blog.

Música do post: Ravel - Gaspard de la Nuit - Le Gibet - Pablo Gusmão



e


Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Concerto do Festival Leo Brouwer

Fui ao Concerto do Festival Leo Brouwer no Sesc Pinheiros. O próprio Leo Brouwer que regeu e foi muita emoção. Ele esteve a frente da Orquestra de Câmara da USP, OCAM. Gostei demais da primeira peça, Los Negros Brujos se Diverten de 1985. Depois junto a orquestra esteve o ótimo Quarteto de violões Quaternaglia formado por João Luiz, Fabio Ramazzina, Paola Pecherzky e Sidney Molina e interpretaram a obra Gismontiana em homenagem ao Egberto Gismonti. Após o intervalo o magnífico Leo Brouwer regeu suas belíssimas composições: Vitrales de La Habana Vieja (2007) e Canción de gesta (1979).

É muito interessante que novamente o post de aniversário desse blog, um ano depois, também seja com uma apresentação de violão. Uma incrível e misteriosa coincidência, já que esse instrumento me acompanhou viceralmente por tantos anos. E também com meus ídolos desde os meus 15 anos. Agora Leo Brouwer e no ano passado Edelton Gloeden.

E sim, hoje o Mata Hari e 007 comemora 7 anos. Fico sempre muito emocionada a cada ano, de imaginar que em um espaço médio de 2 dias eu posto regularmente algo da minha vida cultural há 7 anos., me emociona construir algo por tanto tempo

Quero agradecer a todos os amigos que me visitam e dividem comigo as minhas impressões culturais, principalmente aqueles que me acompanham a tanto tempo. A cada ano aumentam o número de amigos portugueses e quero agradecer muito a vocês também o carinho e comentários que vêm dedicando a esse querido blog. Obrigada a todos vocês. E aos amigos recentes, que passaram a compartilhar as minhas idéias.


Música do post: Esteban Colucci toca Leo Brouwer



Youtube: Leo Brouwer Etudes Simples no. 6




Beijos,


Pedrita

sábado, 13 de dezembro de 2008

Festival Leo Brouwer

Fui ao Recital II do Festival Leo Brouwer no Anfiteatro Camargo Guarnieri na Universidade de São Paulo. Eu sou fã do Leo Brouwer desde os 15 anos e foi muita emoção conhecê-lo. Nesse recital ele ouviu intérpretes brasileiros tocando suas obras. Foi um belíssimo recital com Adélia Issa, Edelton Gloeden, Paulo Porto Alegre, Antonio Carlos Carrasqueira, Alexandre Ficarelli, Luis Afonso Montanha e Marco Pereira. Gostei demais de ouvir tantas obras desse grande compositor. A única canção do recital tinha textos de Federico García Lorca.


Música do post: Tocatta Brouwer


Youtube: Ojos brujos by Leo Brouwer




Beijos,

Pedrita