Embora seja um filme específico sobre o sistema de votação e lobby americano, cabe em qualquer lugar já que fala muito de persuasão, independente se a opinião que você muda no outro é para uma boa causa ou para algo que você acredita. A protagonista é uma grande lobista, ela conseguiu melhorar a opinião pública a favor das armas após o atentado de Columbine. Mostra que quando você manipula pode-se ter um bom resultado mesmo por aquilo que seja monstruoso. Claro, se ela concordasse, mas o filme mostra que não importa o que você concorda, que importa é o faturamento de grandes empresas, mesmo que isso coloque em risco a vida das pessoas. Começa com ela sendo julgada por políticos por suas atitudes e o filme vai mesclando momentos de sua carreira antes com um grupo a favor de armas e depois com outro contra. Ela não pensa duas vezes em mudar de lado só pelo desafio de vencer. Nos dá a impressão que para essa lobista tanto faz, desde que ela vença, não importa que lado que ela está defendendo, que não importam suas convicções e sim o poder de persuasão e chegar aos resultados para que foi contratada.
Mesmo que o final seja bastante catártico, bem ao estilo americano, gostei muito do filme por debater muitos temas, inclusive o poder da oratória. Com o desemprego no Brasil, proliferaram coachings de tudo quanto é assunto falando em fórmulas mágicas, basta como você fala ou se coloca na sociedade que alcançará sucesso. E o filme mostra a fragilidade desse discurso reducionista. Jessica Chastain está ótima, mas todo o elenco é muito bom. Duas assistentes da personagem se destacam: Gugu Mbatha-Raw e Alison Pill. Os textos são incríveis e de difícil execução. Ágeis, o tempo todo os personagens tem embates com temas complexos, com marketing agressivo. O roteiro é de Jonatan Perera.
O elenco tem muitos atores consagrados: Mark Strong, David Wilson Barnes, John Lithgow, Michael Stuhlbargh, Douglas Smith, Sam Waterson, Raoul Bhaneja e Jack Lace.
Beijos,
Pedrita