Assisti Sergio (2020) de Greg Barker na Netflix. Desde que soube que esse filme era realizado quis ver. O diplomata Sergio Vieira de Mello sempre foi muito respeitado, um grande negociador, idealista e humanitário. O filme mostra o atentado que o matou no Iraque e as relações do diplomata no Timor Leste, uns anos antes. Com isso conta um pouco a história do diplomata na época da ONU. O filme é baseado no livro da embaixadora Samantha Power,O Homem que Queria Salvar o Mundo: Uma Biografia de Sergio Vieira de Mello. Há um documentário do mesmo diretor de 2009 que quero ver.
Foi no Timor Leste que ele conheceu sua atual esposa, Carolina Larriera, uma economista argentina que também trabalhava na ONU. Ele foi muito bem sucedido nas negociações no Timor Leste que buscava sua independência. A Indonésia que dominava o país. No Iraque, Larriera era contrária a guerra ilegal, mas ele achou que deveria ir e ela foi junto. Wagner Moura interpreta o carismático Sergio e também produz o filme A atriz cubana Ana de Armas interpreta Larriera. Clarice Abujamra interpreta a mãe de Sergio em uma pequena participação.
Terminei de ler Olho de Gato (1988) de Margaret Atwood da Marco Zero. Uma amiga que me presenteou com o livro. Apesar do marcador de livros ser de gatinhos, presenteado por outro amigo, o olho de gato refere-se a uma bolinha de gude muito famosa no passado. Inclusive a capa da Leda Catunda tem uma bola de gude olho de gato no desenho, mas tá coberto pelo marcador.
A protagonista é a Elaine. Ela vai abrir uma exposição com seus trabalhos e lembra de sua história. Na infância ela e o irmão jogavam bolinhas de gude. Ele guardava as mais raras e bonitas em vidros e enterrava. Os dois não jogavam as bonitas que conquistavam, só as comuns. Ela conseguiu uma bolina de gude de olho de gato e guardava como amuleto.
Obra Primavera Azul (1960) de Joyce Wieland
O texto contundente da Margaret Atwood aparece em vários momentos. Assustador o que a protagonista passa com suas colegas da escola quando é pequena. Incompreensível ou não ela voltar a ficar amiga de uma delas mais tarde em outra escola. O texto, subliminarmente, mostra o silêncio de todos, dos pais das crianças, mesmo da mãe dela, que percebiam que algo muito grave acontecia, mas fingiam não ver ao ponto de quase uma criança ser morta. E de quanto o ódio que tinham dela vinha do preconceito de seus próprios pais. O silêncio que mata.
Elaine fala dos seus quadros, de como os pinta, no início do livro a autora diz que os quadros não existem, mas cita os artistas que se inspirou para descrevê-los. Um artista é desse quadro, Joyce Wieland.
Outra mencionada é Lenore Atwood. Elaine pinta várias naturezas mortas.
O livro é bastante extenso, passa por toda a vida da Elaine até a exposição quando ela é mais velha. Fala de seus casamentos, das aulas de pinturas, de seus envolvimentos amorosos, um pouco de seu irmão que ficou cientista e bem pouco dos filhos.
Que vocês tenham uma boa passagem de ano com muito cuidado. Que venha 2021, que eu espero que seja mais esperançoso.
Assisti The Little Stranger (2018) de Lenny Abrahamson na Netflix. Eu procurava um filme pra distrair, não estão sendo dias fáceis e achei essa preciosidade. Achei que era filme de fantasminha e resolvi ver. Que filme psicológico e profundo. É todo nas entrelinhas. É baseado no livro de Sara Waters que quero muito ler.
Um médico começa a ajudar uma família decadente. Aos poucos ele conta que na infância esteve dentro daquela casa uma única vez, que ele era o filho da empregada. Ele é interpretado brilhantemente por Domhnall Gleeson. Charlotte Rampling faz a dona da casa. Sua filha é interpretada por Ruth Wilson.
Há ainda um outro irmão, que esteve na guerra, interpretado por Will Poulter. A empregada é interpretada por Liv Hill.
As duas crianças do passado são interpretadas por Oliver Zetterström e Tipper Seifert-Cleveland. A mansão também um importante personagem.
Dança tem outra retrospectiva esquisita. Só vi um único espetáculo, quando já não deveria mais sair, me arrisquei muito. Um pouco depois tudo foi fechado.
Já na proteção da minha casa, participei da incrível experiência de Amor de Quarentena. O projeto fez tanto sucesso que continua com outros participantes.
Assisti Emma (2020) de Autumn de Wilde no TelecinePlay. Esse filme foi muito elogiado e gostei muito do livro da Jane Austen que comentei aqui. Emma é uma moça arrogante, mimada, insuportável e muito, mas muito rica. A autora é sempre muito mordaz em mostrar as perversas regras sociais da época. Se você não gostou da Emma, lembrem-se, a autora fez a Emma pra nós a odiarmos, ela é insuportável e arrogante.
Sem ter o que fazer, já que tudo é feito por empregados, ela resolve se meter na vida afetiva das pessoas. Ela não faz nada, até se vestir fazem por ela. Acho que se na época dissessem que ricos não poderiam comer com as próprias mãos, os empregados dariam comida na boca. Diferente de muitas mulheres da época, ela pode dar-se ao luxo de ficar solteira. Riquíssima, com vida confortável, ela pode ficar solteira. Seu pai é interpretado por Bill Nighy.
O que ela faz com a suposta melhor amiga é abominável. Ela acha o partido da amiga mais pobre que ela, então tenta arrumar outro casamento e desestrutura mais ainda a amiga sem personalidade. Anya-Taylor Joy está excelente! A amiga é interpretada por Mia Goth. Alguns outros do elenco são: Josh O´Connor, Johnny Flynn, Gemma Whelan, Amber Anderson, Miranda Hart, Rupert Graves, Callum Turner, Connor Swindells e Tanya Reynolds.
A direção de arte é de tirar o fôlego. É um filme deslumbrante! Lindíssimas locações, belíssimos figurinos, e uma fotografia primorosa.