O marcador de livros é em couro.
Luiz Gama nasceu livre de mãe negra e pai branco, senhor de engenho, que nunca assumiu a paternidade. Quando ele tinha 8 anos a mãe precisou fugir porque era procurada por ter ajudado em uma fuga de escravos, a mãe achou que o pai cuidaria do filho. Mas o pai gastava muito em jogo, bebidas, perdeu tudo, então resolveu vender o filho como escravo com ajuda da igreja que o rebatizou como escravo. Quando chega a maioridade é que passa a estudar. Depois passa a estudar muitos livros de direito. No Império existiam só duas faculdades de direito, a de São Paulo e a de Recife, mas os números de casos eram muito maiores que os advogados formados. Então o Império credenciava pessoas para atuarem nos processos, e outros provisionados para defender os mais pobres que ficavam sem advogados. Luiz Gama consegue se destacar e lutar principalmente por homens livres tido como escravos. Na época era proibido traficar escravos, mas o contrabando continuava. A igreja ajudava nos batismos como tinham feito na infância do Luiz Gama e senhores de escravos também trocavam documentações de escravos mortos pelos contrabandeados da África já que o tráfico continuava clandestinamente. Luiz Gama passa a incomodar e a sofrer todo o tipo retaliação. É demitido da polícia que trabalhava, não tem autorização para ser ouvinte em aulas de direito, não tem autorização para defender pessoas.
Altivo, Luiz Gama nunca se curvava. Incomodava muito a corte que reclamava que ele não ficava no "lugar dele".
Foto do filme.
Trecho de O Advogado e O Imperador de Gilberto de Abreu Sodré Carvalho:
“A coragem do Gama está em
defender, mediante a lei, os africanos vindo à força, em um ambiente político
no qual o Bragança é omisso e conivente com o tráfico ilegal. Seu destemor está
em enfrentar juízes corruptos – eles
próprios contrabandistas, em grande número -, ministros da Coroa Imperial que
se valem do cargo para manter escravos ilegais e funcionários públicos que são
beneficiários dos contrabandistas. E mais: o Gama opõe-se aos padres que
batizam os africanos, atestando serem eles nascidos no país e, assim, passíveis
de sujeição pérfida: opõe-se aos políticos do alto prestígio que substituem
escravos mortos por africanos contrabandeados a quem lhes fazem tomar a
identidade e a documentação correspondente. Triste Brasil! Os engodos feitos pelos padres enojam o tribuno. Ele se lembra do próprio caso: a formalização de
dois assentamentos de batismo, um de menino livre e outro de escravo, o que deu
a seu pai, medonho senhor de escravos, o arbítrio de o poder vender como peça.
Triste Igreja!
A hipocrisia dos governantes
e dos homens públicos é apavorante. Todos eles fingem ser decentes, gente de
bem. Mas é raro se ver um correto e limpo no coração! Mais que todos, são
torpes os juízes; porque deles se esperaria alguma isenção.”
Beijos,
Pedrita
Não conhecia o herói, nem o livro.
ResponderExcluircarlos, é desconhecido pra muitos até aqui no brasil.
ExcluirBom dia, querida Pedrita!
ResponderExcluirÉ um livro bem marcante, infelizmente vimemos esta realidade no mundo político!
Beijinhos ♥
andréa, evoluímos pouco.
ExcluirNão curto muito esse tipo de obra.
ResponderExcluirBig Beijos,
Lulu on the sky
lulu, eu fico procurando melhorar minhas lacunas históricas.
ExcluirNossa fiquei impactada com sua resenha!
ResponderExcluirConfesso que não conhecia a história de Luiz Gama
Cho-ca-da que ele foi vendido como escravo pelo próprio pai :(
Que que é isso????????
E a igreja compactuava com esse crime :/
Vai para a wishlist.
Bjs Luli
https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br
luli, foi um grande advogado. ele conseguiu desvencilhar vários homens livres escravizados de novo.
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