quarta-feira, 4 de março de 2020

Colette

Assisti Colette (2018) de Was Westmorelend na HBO. Eu queria muito ver esse filme. Tinha visto Chéri sobre a escritora Gabrielle Colette e lido o livro A Vagabunda. Esse filme é sobre a juventude de Colette. Eu adoro a Keira Knigthley.

O filme começa com Colette vivendo com os seus pais no campo. Um pretendente a visita regularmente. Assim que ele vai embora ela vai escondida a um lugar ter relações com ele. Ele é o escritor Willy, na verdade, basicamente, ele não escrevia nada. Vivia contratando pessoas que escrevessem por ele. Dois rapazes escreviam os textos de jornais e Colette se incube de escrever as cartas. Ele pagava muito mal os funcionários porque vivia endividado. Gastava tudo em jogo, mulheres, luxos e em uma vida desregrada. Apesar dele não deixar a mulher gastar nada pra ela, eles tinham uma vida intelectual estimulante. Dominic West interpreta Willy.

O mais difícil de ver é que ele era muito autoritário e ela acabava cedendo. Mas é fato que ela se tornou a escritora porque ele a estimulava pra isso. Tenho muita dificuldade de lidar com histórias onde o homem de alguma forma estimulou e conseguiu que o lado artístico da mulher aflorasse, mas que eram verdadeiros monstros. Dá muita raiva imaginar que talvez Colette não fosse escritora se não tivesse casado com esse marido abusivo. Colette contava suas histórias de infância, adolescente, desesperado pra pagar as dívidas, sugeriu que ela escrevesse sobre essas histórias, surgiu então a série Claudine que quero ler. Pelos textos todos sabiam que as inspirações e tramas tinham vindo das histórias da Colette, mas não sabiam que era ela que escrevia. Virou um furor, eles ficaram muito bem de vida, mas nem tanto porque ele continuava a gastar em jogos, extravagâncias e mulheres.
Os dois tinham uma vida afetiva bastante liberal, até ela conhecer um outro grande amor, Missy. Denise Gough interpreta essa mulher. A relação dos dois já estava muito desgastada com ela eternamente de coadjuvante nos livros. Essa paixão deu a coragem que ela precisava pra se libertar. No final textos contam que Colette entrou na justiça e conseguiu provar que a série Claudine fora escrita por ela. 

Beijos,
Pedrita

8 comentários:

  1. Não gostei desse filme.
    Aliás, detestei.
    Bjs,

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    1. liliane, me incomodou muito a forma como o marido tratava a esposa e a posição obediente dela mesmo que nem tanto. eu gostei demais do filme, achei muito bem realizado e gostei q não atenuaram as conflitantes questões do casal.

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  2. Quero ver. Um dos efeitos do machismo é justamente o de "incapacitar" ou "tornar a mulher invisível". Na parte da incapacitação/invisibilidade eu coloco até o fato de muitas escritoras do passado terem assinado os próprios livros com pseudônimos masculinos.
    Uma coisa é certa se a sociedade aceita que alguém tenha poder demais sobre alguém, é quase certo que o primeiro irá abusar do segundo...

    Beijoca

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    1. marly, exatamente. naquela época era mais cultural, inacreditável que ainda continue. concordo plenamente sobre a sua frase do abuso. pessoas poderosas perdem muitas vezes a noção de igualdade.

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  3. Tenho o DVD à minha espera.
    ADORO COLETTE 💙
    Não gosto da actriz Keira Knigthley‼️
    Saudações de Düsseldorf 💚

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    1. ematejoca, é muito bom. eu adoro colette e a keira q está ótima.

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  4. Olá Pedrita
    Fiquei curiosa com esse filme.
    Será que ela consegue assinar suas obras?
    Será que continua como coadjuvante ou termina a relação?
    Quero ver.
    Não conhecia.
    Levo a indicação.
    Gosto muito da Keira.
    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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    1. luli, ela consegue depois na justiça o direito das obras. e ela se separa e assume a relação com a mulher.

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