quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Arábia

Assisti Arábia (2017) de João Dumans e Affonso Uchoa no Brasiliana. Eu queria muito ver esse filme, já tinha ouvido elogios. Gostei demais! O filme ganhou inúmeros prêmios e está também no MUBI.

Um jovem (Murilo Caliari) vive precariamente com o irmão mais novo. Onde moram é distante de tudo! A tia é assistente social e passa de vez em quando para ver os meninos. Os pais pouco os visitam. É o garoto adolescente meio que cuida de tudo. Um homem é levado ao hospital e é o nosso protagonista. A tia pede ao jovem que busque roupas e documentos onde o enfermo mora. Na casa desse homem, o jovem encontra um caderno com páginas e páginas escritas a mão. O protagonista escreveu a sua história nesse caderno. Entediado, essa páginas de caderno, desvendam um mundo até então desconhecido pra ele. Como a literatura pode transportar alguém de uma vida entediante para um mundo imenso.
A história então tem o narrador, que fala as palavras escritas no caderno. Ele começa dizendo que não sabia se tinha algo a dizer, mas que quando começou a escrever, descobriu que tinha muito o que contar. A capacidade de contar histórias é fascinante. Aristides de Sousa está incrível. O personagem é daquelas pessoas que não tem medo de trabalho e não param de trabalhar. Ele viaja pra tudo quanto é lugar, fazendo todo o tipo de trabalho, uma infinidade de sub empregos exaustivos, mal remunerados e na maioria, insalubres . Ele fala que sempre tem que começar de novo. A cada mudança, ele tem sempre uma pequena muda de roupas e uns trocados. Um infinito recomeço. A última parada é onde o jovem vive. Lá ele trabalha em uma fábrica de minérios, como ele diz, ele tem minérios no pulmão, no sangue, é provavelmente dessa intoxicação que ele vai morrer muito jovem.
Beijos,
Pedrita

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