terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Capturing Mary

Assisti Capturing Mary (2007) de Stephen Poliakoff da BBC no Max. Que grata surpresa! Que filme introspectivo e interessante!


 

Um jovem trabalha em uma mansão inabitada. Ele é Danny Lee Winter e está ótimo. A casa é bem mania de rico. Gastam fortunas com funcionários que diariamente limpam uma casa sem ninguém, uma vez por mês era mais do que suficiente. E ainda tinham que por flores na casa. Tanta gente passando fome e sem teto e ricos gastando com uma casa vazia. E vocês viram direito, é Maggie Smith. Ela bate na porta, ele a deixa entrar, e ela começa a contar a história da casa, em seus áureos tempos.
É quando surge Ruth Wilson. O roteiro é muito bom. A jovem é jornalista, tem a coluna A Voz da Juventude. Por isso é convidada para festas de ricos, gente de cinema. É lá que ela conhece Greville de David Walliams. Ele é temido por todos. Influente, é capaz de prejudicar alguém se desejar. E é o que ele faz com a jovem que foge dele. Ele é cruel e perverso, ela dá um jeito de sumir. Ela é então demitida e nenhum lugar mais quer contratá-la. Ela imagina que seja por influência dele. Ela também se vicia na bebida. É uma trama muito interessante. Ficamos pensando em como pode mudar uma vida com a passagem de alguém perverso por ela.
Beijos,
Pedrita

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Clock

Assisti Clock (2023) de Alexis Jacknow da Hulu na Star+ na Disney. Faz tempo que tinha começado a ver esse filme de terror, mas parei. É um assunto difícil sobre maternidade.


 

A premissa é muito boa. Uma mulher de 38 anos (Dianna Agron), muito bem casada, não quer ter filhos. Ele (Jay Ali) quer. Eu sempre fico triste com casais que chegam nesse impasse difícil de solucionar. Já vi muitos casais se separarem por isso. É algo difícil de abrir mão pelo outro. No caso do filme é pior, porque é a mulher que não quer e é a mulher que vai carregar 9 meses uma criança na barriga, passar os próximos anos cuidando do bebê, que são atividades mais da mulher mesmo, é o corpo que vai mudar, o tempo que vai mudar. Mesmo que o homem seja muito participativo, é a mulher que terá as maiores transformações.
Uma médica sugere uma clínica com um tratamento inovador, que vai colocar na mulher o desejo de ser mãe, meio cura gay. O lugar que fica a clínica é lindo, a clínica é linda. A médica da clínica é Melora Hardin.

O filme se perde completamente. Ela começa a tomar um monte de remédios sem saber o que são, alguns falam que são hormônios, então ela fica muito transtornada. O filme começa meio que culpar a mulher, ela vira assassina, violenta. Em um momento a médica diz que a mulher precisa avisar se algo acontece, se ela está com efeitos colaterais e ela não conta. Enfim, o filme meio que coloca toda a culpa na mulher. Sim, a leitura pode ser outra, mas o estrago é tão grande na culpabilização feminina, que acho que não ajudou em nada debater o não desejo a maternidade.
Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

O Corvo

Assisti O Corvo (2024) de Rupert Sanders no TelecinePlay. Só vi esse filme porque está na lista dos melhores filmes de muita gente, inclusive de pessoas que como eu não são muito fã do gênero. E que belo cartaz! O filme é inspirado nos HQ de James O´Barr.

O casal é deslumbrante, Bill Skarsgard e FKA Twigs e estão ótimos. É uma clássica história de amor romântico, então a gente imagina que eles não vão ficar juntos, em uma roupagem de HQ. A história é transposta de quadrinhos. Os dois são pessoas complexas, então vão para uma instituição. É lá que se conhecem. Apesar de serem rebeldes, eles são boas pessoas que passaram maus bocados na mão de pessoas más. O filme é muito bem realizado, esteticamente lindo, ótimos efeitos especiais, muita mágica e magia e ótima trilha sonora.
Claro que eles são perseguidos e ele tenta salvá-la. É uma bonita história de amor com roupagem rebelde. O elenco também é ótimo: Danny Huston, Laura Birn, Sami Bouajilla e Josette Simon.

 
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Fulgor Atlântico de Tiago Sant´Ana

Fui na abertura da exposição Fulgor Atlântico de Tiago Sant´ana na Galeria Leme. A obra do cartaz é O azul da distância (2024) em acrílica sobre tela. O artista é baiano, de Santo Antônio de Jesus e é formado em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia.

A mostra toda é linda, mas eu fiquei encantada com essas obras em azul. A técnica é lápis azul sobre papel de algodão com elementos de tradições iurobanas. Eu e minha amiga amamos a cor azul magnífica. Essas são Itutu XVII (2024) e Itutu XV (2024). Itutu em iorubá quer dizer "legal". As obras procuram evocar a serenidade como forma de resistência.

Essa, Itutu XXII (2024), é a minha preferida, tenho fascínio por folhas e a beleza do olhar, do rosto e a força da mão são é muito impactantes. Ao todo são 35 obras expostas. Fulgor Atlântico fica em cartaz até 22 de março e é gratuita.

O vídeo mostra outros trabalhos do artista. Ele costuma produzir vídeos com instalações e movimentos, há um vídeo em exposição na Galeria Leme também.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Emilia Pérez

Assisti no cinema Emilia Pérez (2024) de Jacques Audiard. Eu quis aproveitar a Semana no Cinema que acaba dia 12 de fevereiro com ingressos a R$ 10,00. Queria no cinema aqui perto e esse que era no horário que gosto, logo depois do almoço. Como não falam bem do filme, estava com pé atrás, mas que grata surpresa. Gostei demais!

Antes de ver eu tentei fugir dos spoilers e das polêmicas, independente disso tudo, o filme é muito bom. O filme é Zoe Saldaña, como eu amo essa atriz. Ela é a protagonista, apesar da personagem de Karla Sofía Gascón levar o nome do filme e ser indicada a Melhor Atriz. É Zoe que protagoniza, que aparece o tempo todo. Karla é linda e talentosa, a personagem é interessante, mas eu fiquei fascinada pela personagem de Zoe, a Rita. Ela é uma grande profissional, advogada, subordinada ao chefe que leva os créditos. Rita é contratada para ajudar um líder de um cartel mexicano a fazer cirurgia de redesignação. Ele quer ser Emilia, mas ninguém pode saber. 
Ele terá que morrer para Emilia surgir. É Rita que cuida de todo esse processo, escolher cirurgião, todos os segmentos para ele poder ser ela. A documentação falsa. 
Pra piorar ele tem mulher e filhos que não vão poder saber, ninguém pode. Eles vão ter que ser afastados, vão para a Suíça, e devem acreditar que ele morreu. A esposa é Selena Gomez.

O filme é transgressor, não só por incomodar o sistema, mas porque incomoda também em vários segmentos como o fato de ser francês e não mexicano. Será que um filme para falar do crime no México só pode ser mexicano? Emilia Perez descobre o amor em uma mulher, já que o amor é complexo, o que se sente é diverso. O filme é um ótimo musical, muito diferente dos tradicionais, a trilha tem no Spotify e é ótima. Zoe Saldaña canta demais, mas longe de ser no lugar tradicional de subir voz e som para emocionar. Duas faixas usam um pouco esse recurso, mas na maioria a música desconcerta, tem uma mistura de ritmos, estilos, com texto afiado. A canção El Mal ganhou Melhor Música no Critics Choice Awards 2025. É quando Zoe Saldaña canta e dança uma incômoda canção que fala da ligação do crime com os políticos e com os ricos. O filme me lembrou muito o Brasil, com a criminalidade unindo todas as esferas, inclusive política, porque há muito dinheiro. Outra semelhança de espelhamento ruim, é que as duas resolvem montar uma sociedade para ajudar a localizar corpos de pessoas desaparecidas, exatamente como em Ainda Estou Aqui. No filme é o crime que desova os corpos, no Brasil foi a ditadura e atualmente é o crime e a polícia. Emilia fala que não é para investigar, nem julgar, mas para dar alento aos familiares com seus desaparecidos. A sociedade passa a encontrar lugares com inúmeros corpos e encerrar os processos doloridos com os familiares. 
Emilia Perez veio para ficar, é um filme para se pensar e questionar por muito tempo porque mexe nas estruturas da sociedade, da corrupção de toda uma sociedade que gosta de dinheiro, luxo e flerta com a criminalidade. Merece prêmio de Melhor Fotografia? Não! Mas é um filme importante, desconcertante e transgressor por incomodar inúmeros segmentos. O filme Emilia Perez veio para incomodar e esse é o seu grande valor.

Beijos,
Pedrita