Assisti O Caixão de Vidro (2025) de Vathanyu Ingkawiwat na Netflix. Porque sábado é dia de fantasminhas. Nunca tinha ouvido falar desse filme, é bem tosco, na verdade, muito, mas muito tosco, foi divertido!
As duas mulheres são lindas Woranut BhiromBhakdi e Arachaporn Pokinpakorn. Elas passam o filme lutando pelo feioso e oportunista Thanavate Siriwattanagul. Ele é um pintor fajuta que se apaixona pela ricaça. Casa com ela e tem uma vida de rei. Ela é dona de uma empresa e ele começa a ter caso com a novinha da empresa da esposa, já que não faz nada, vamos se divertir com a novinha enquanto a esposa trabalha. A esposa acaba morrendo, no testamento ele e a namorada precisam aguentar 100 dias em uma casa isolada com o caixão para ter direito a herança. Ele enrola a novinha que só sabe do acordo quando começa a ter alucinações com a fantasminha. Dá nos nervos ela chamando o amado, Cheevvvvvv.
O mais divertido é que a fantasminha é muito, mas muito machista. Ela inferniza a vida da novinha, sendo que o cara não vale um tostão por tanta luta. Ele só quer a herança, usou a rica pra casar e usa a novinha pro testamento valer, mas é a novinha que paga todo o inferno da fantasminha. No além também tem machistas.
Em vez das duas lutarem contra o feioso oportunista, elas passam o filme lutando por ele. A novinha morava em um ap simples, mas bacaninha, ia que ter que procurar outro emprego, mas tinha um trabalho, se dava bem com a família, não entendo porque caiu na conversa desse oportunista sem profissão. As telas eram medíocres e ele na verdade só queria mesmo viver sem fazer nada do dinheiro dos outros.
Assisti ao concerto de JJ Jun Li Bui no Festival Chopin na Estação Motiva Cultural. Esse pianista canadense ganhou 6º lugar no Festival Chopin de Varsóvia quando tinha apenas 17 anos. Eu tinha gostado muito quando ele veio nesse festival há uns anos e eu e o público ficamos impressionados mais ainda com ele dessa vez, que interpretação. O teatro estava lotado!
O estilo delicado e preciso do pianista, uniu-se a uma sofisticação impactante. E que repertório! Li Bui começou com Bach, seguiu para Schubert e Beethoven e após o intervalo nos estarreceu com os 24 Prelúdios de Chopin. Ovacionado, acabou voltando e nos surpreendemos com A Valsa de Ravel de 15 minutos. Em geral o bis não é mais do que 2 minutos, mas Li Bui foi muito, mas muito mais além, que obra e que interpretação. Os comentários ao final emocionavam mais ainda.
Programa
J.S. Bach (1685/1759)
Cantata BWV 147 Jesus alegria dos homens -Transcrição Hess para piano. 4’
F. Schubert: (1797/1828)
Impromptu Op. 90, No. 4 em Lá bemol maior. 8’
L Van Beethoven – (1770/1827)
Variações Heroica em Mi bemol maior, op 35. 23’
F. Chopin – (1810/1849)
24 Prelúdios Opus 28. 40m’
No. 1: Dó maior
No. 2: Lá menor
No. 3: Sol maior
No. 4: Mi menor
No. 5: Ré maior
No. 6: Si menor
No. 7: Lá maior
No. 8: Fá sustenido menor
No. 9: Mi maior
No. 10: Dó sustenido menor
No. 11: Si maior
No. 12: Sol sustenido menor
No. 13: Fá sustenido maior
No. 14: Mi bemol menor
No. 15: Ré bemol maior (“Raindrop”)
No. 16: Si bemol menor
No.17: Lá bemol maior
No.18: Fá menor
No. 19: Mi bemol maior
No. 20: Dó menor
No.21: Si bemol maior
No. 22: Sol menor
No. 23: Fá maior
No. 24: Ré menor
Foto de Isadora Vitti
Já estou começando a entrar em crise de abstinência, faltam só mais dois concertos do Festival Chopin, Ingrid Uemura, piano e Rafael Cesário ao violoncelo, dia 20 de setembro e Kate Liu, no dia 27 de setembro, ambos na Estação Motiva Cultural. Ainda tem alguns ingressos.
Assisti a 1ª Temporada de Dept. Q (2025) de Scott Frank e Chandhi Lakhani na Netflix. Alguém no instagram disse que é a melhor série do ano, resolvi ver e que surpresa, é incrível mesmo! Principalmente pela complexidade dos personagens.
O protagonista vai com sua equipe ver uma pessoa morta esfaqueada. Alguém atira em todos. Um policial morre, outro fica cadeirante e o protagonista sobrevive. Matthew Goode arrasa. Ele resolve voltar logo a trabalhar, mas ainda está meio catatônico. Ele é obrigado a fazer terapia, Kelly Macdonald.
A chefe pela ótima Kate Dickie recebe uma proposta de dinheiro para a polícia para a criação de um departamento. Surge o Dept Q do protagonista. Ela fica com o dinheiro e envia o policial para o porão, onde é um banheiro, com vasos sanitários, chuveiros, muito lixo e pede que ele escolha um caso. Ele pede pra ela contratar a equipe. Ela escolhe um sírio, Alexej Manvelov, que vive pedindo emprego, não sabemos direito o que ele fez na síria. O protagonista grosseiro, manda ele limpar o lugar e ler as inúmeras caixas pra escolher um caso.
Ele escolhe o caso arquivado de uma advogada desaparecida por quatro anos, Chloe Pirrie está incrível, não existe um único personagem que não esteja bem. A trama dela acompanhamos em paralelo desde o começo. Ela é muito parecida com o protagonista, calada, durona, mas vamos vendo gestos generosos que falam muito mais que as ações. Ela é temida como o protagonista e acaba de perder um caso. Ela cuida do irmão deficiente, mas como trabalha muito, ele tem uma cuidadora. Ele é Tom Bulpett. O protagonista não quer esse caso, mas quando a chefe vem cobrar o sírio ele fala que o policial escolheu aquele caso. Aos poucos ele descobre que o sírio tinha razão, tem muitas pontas soltas para o arquivamento.
Surge o terceiro elemento da equipe, Leah Byrne está ótima. Ela tem traumas, toma muitos remédios, por isso ela não sai do trabalho administrativo. Ela implora ao protagonista trabalhar com ele porque gosta de ir a campo.
Aos poucos vamos percebendo que Carl não é tão vilão quanto parece. Sim, tem sempre uma resposta ácida na ponta da língua, é durão, mas os gestos falam outra coisa. O parceiro cadeirante, James Sives, está desmotivado, não ajuda na fisioterapia e Carl o visita regularmente. Carl então leva o caso pra ele, que pede um computador, e ele integra o quarto elemento. Outra surpresa é o filho adolescente que ele não tem boa relação. Nós vamos descobrir que é enteado, que quando Carl se separou, a mãe viajava muito, então ele ficou cuidando do enteado. E ainda divide a casa com um amigo. As conversas dos dois são ótimas porque eles são muito diferentes.
A trama policial é o de menos porque é o mais previsível da série. O mais interessante são os personagens. A sequestrada é muito parecida com Carl, durona, fechada, muito competente, ela vai criando desafetos por onde passa. Uma parte do mistério eu desvendei, o outro foi surpresa sem exageros.
A série acabou de ser confirmada em continuação. Fiquei feliz!
Assisti Seis Minutos para Meia Noite (2020) de Andy Goddard no Telecine Premium. Eu não tenho mais esses canais, acho que um erro deles liberou. Até achei que poderia ser uns dias abertos, mas acho que era instabilidade mesmo. Resolvi assistir direto, tenho a mania de ver filmes picadinhos, com receio de sair do ar. Esse filme é bem sofrível!
Eddie Izzard é o novo professor da escola para moças. Canastrão que só, ele é na verdade um espião. O filme é praticamente ele correndo, se é que aquilo é correr, sem muita habilidade, em várias fugas mal feitas. De espião ele não tem nada, porque é muito incompetente. O ator participa do roteiro, talvez por isso só ele apareça.
O filme fala de uma escola na Inglaterra que só tinham moças alemãs, na época da Segunda Guerra. Confesso que achei engraçado o filme tentando proteger as jovens, Até o espião tenta salvar as meninas. Elas eram filhas de grandes líderes alemães, aqueles que enviaram milhares de crianças para os campos de concentração e câmeras de gás. O filme meio que tenta aliviar pra essas moças, mas o fato é que elas eram filhas de nazistas e seus privilégios. E o espião não ia ligar a mínima pra elas. Judi Dench é a governanta das meninas, mais alienada impossível.
Assisti ao concerto do Andrzej Wierciński no Festival Chopin na Estação Motiva Cultural. Foi uma belíssima apresentação do pianista polonês.
Wiercińskiescolheu só tocar Chopin e obras maravilhosas! Que interpretação!
Programa
Polonaise Fantasia em Lá bemol maior, Opus 61 no 2
Noturno em Mi bemol maior, Opus 55
Prelúdios Opus 28, nos 13 a 28
Balada em Fá menor, Opus 52 no 4
3 Mazurkas, Opus 59
Sonata em Si menor, no 3 Op. 58. Allegro majestoso
Scherzo molto vivace Largo
Finale: Presto ma non tanto — Agitato
Gostei demais de conhecer a Estação Motiva Cultural. Fica ao lado da Sala São Paulo, a entrada e o estacionamento caríssimo é o mesmo. O espaço é ótimo para música de câmara. Sou uma privilegiada em viver em uma cidade repleta de espaços culturais.