terça-feira, 24 de outubro de 2017

O Último Cabalista de Lisboa

Terminei de ler O Último Cabalista de Lisboa (1996) de Richard Zimler da BestBolso. Comprei esse livro novinho em um sebo. Como é uma edição de bolso, é possível achar em livrarias com bons preços, até mesmo porque na internet volte e meia aparecem promoções. Que me apresentou a esse autor foi a Fátima Pombo. Ela sempre o elogiava. O primeiro que li do autor foi Trevas de Luz, depois a Fátima me presenteou com o À Procura de Sana. Nas duas postagens meus blogueiros amigos falavam sempre que O Último Cabalista de Lisboa era o melhor dele, então comprei. O Último Cabalista de Lisboa é o primeiro livro do autor publicado e ambientado em 1506. Levou um ano de pesquisa e dois escrevendo. 24 editoras americanas rejeitaram o livro. Uma editora portuguesa que publicou e em duas semanas já era o livro mais lido.

Obra Nossa Senhora da Misericórdia de Domingos Vieira Serrão (1570-1632)

O Último Cabalista de Lisboa relata a perseguição que os judeus sofrerem em Portugal. O ponto de partida foi o massacre de 2 mil cristãos-novos que viviam em Lisboa em 1506. Os portugueses queriam expulsar os judeus do país. O rei não tinha interesse de perder esses portugueses e os impostos, então obriga que os judeus se convertam ao cristianismo, quando surgem os cristãos-novos. O rei proíbe os judeus de praticarem seus cultos o que claro, não acontece. Os judeus se convertem, mas em porões, escondidos, continuam praticando as suas tradições. A população se revolta e passa a massacrá-los. O livro começa nesse massacre e na parte ficcional, um jovem judeu vê o tio morto no porão, mas analisando percebe que foi morto por um judeu, então começa a investigar quem seria o traidor.

Obra Os Santos Mártires de Lisboa de Garcia Fernandes

Nesse peregrinação por informações, o protagonista passa por vários bairros, relata vários absurdos, violências. Essa história acontece em 1506, na época do Descobrimento do Brasil, quando os católicos vieram ao Brasil para catequizar os índios, desrespeitando as tradições indígenas, achando que a religião cristã era superior. Nunca deixo de me assustar com a capacidade do ser humano de perseguir outro pela sua fé.

Beijos,
Pedrita

18 comentários:

  1. Oi Pedrita, tudo bem?

    Nunca li nada do autor, mas parece uma obra rica e cheia de detalhes, tb sempre me impressiono quando o tema perseguição por causa da fé dos outros.

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

    ResponderExcluir
  2. A gente fica pasma diante de fatos como este, mas só porque desconsidera o contexto e a capacidade dos mandantes de criar intrigas e jogar os diversos segmentos da população uns contra os outros. Estamos tendo agora uma ótima oportunidade de observar, em nosso país, como isso é feito.
    Eu também estou com este livro na minha lista de "a ler", rsrs.

    Beijoca

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. marly, sempre ficamos. é sempre horrível, mas no período do obscurantismo, tentamos entender. mas em épocas com tanta informação, é surreal.

      Excluir
  3. Também me deixa absurdada a capacidade que nossa especie tem de ser violenta e intolerante. É chocante pq em um momento como esse que vivemos no Brasil, nunca se sabe quando a intolerância vai se voltar como nós!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. pandora, realmente, e é intolerância com violência, morte. assustador.

      Excluir
  4. Só li este livro de Zimler e por isso não o posso comparar com outros dele, mas deste gostei muito.
    O progrom de 1506 resultou no dia mais negro de perseguição judia em Portugal e ao contrário de outros que ocorreram por esse mundo fora, este ocorreu por iniciativa popular e na ausência do rei na capital, foi um ato espontâneo (narrado no livro) quando um cristão-novo (judeu convertido) pôs em causa na igreja de S. Domingos que um fenómeno de reflexão do solar num altar que estava a ocorrer não era um milagre o facto levou a esta revolta sangrenta que matou milhares de judeus na cidade. O livro em paralelo a narrar todo este momento é uma obra policial mais próxima dO Nome da Rosa do que dos policiais atuais e tem muita informação da época. Foi na sequência deste progrom que a família Espinosa foi para a Amesterdão e esta cidade tornou-se na maior comunidade sefardita de origem lusa onde nasceu tão ilustre filósofo que falava português como língua materna.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. carlos, realmente assustou as população se levantar contra os judeus matando a sangue frio.

      Excluir
  5. Olá Pedrita
    Não li nada do autor e parece que sua narrativa é bem interessante, explícita, do tipo que fisga e faz refletir.
    Como disse em no post do filme Silencio, na minha humilde opinião, religião diferentemente de religiosidade é também uma maneira política de aquisição e manutenção de poder, inclusive filosófica e culturalmente falando, e a catequese e conversão são por si só violências contra o ser
    Vou anotar aqui a indicação e procurar o livro
    Bjs Luli
    Café com Leitura na Rede

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. luli, acho q ia gostar. concordo que religiões foram criadas para uns terem poder sobre os outros.

      Excluir
  6. Não li, mas também acho um absurdo essa perseguição por causa de religião, e isso vem de sempre e perdura até os dias de hoje, fora que qualquer outro tipo de perseguição é inaceitável, e não entendo esse tipo de coisa.
    Beijos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. fátima, tb acho qq perseguição inaceitável. pela religião me horroriza muito pq nos cultos sempre falam em amor ao próximo, mas parece q só o próximo que tentam amar é o de mesma fé.

      Excluir
  7. Olá pela sua descrição parece uma ótima leitura bjo http://anaherminiapaulino.blog.uol.com.br/

    ResponderExcluir

Cultura é vida!