sábado, 20 de outubro de 2018

Clementina

Assisti na 42ª Mostra de Cinema de SP o documentário Clementina (2018) de Ana Rieper na Reserva Cultural. Queria muito ver esse filme e ainda estou emocionada e impactada. As perguntas que fizeram no documentário estão comigo agora: "por que demoraram tanto para descobrir Clementina?" Esse documentário é fundamental para contar a história do Brasil, da música e das nossas origens.

Clementina de Jesus foi descoberta aos 62 anos. Na verdade já cantava desde menina. Enquanto a mãe lavava roupa, fazia os afazeres, Clementina ouvia e aprendia, tudo pela oralidade que passa de geração a geração, uma forma de perpetuar a cultura nas histórias e canto. Muitas das canções vem das tradições africanas. E depois ia sempre nos ensaios, nas escolas de samba, nos eventos religiosos. Realmente muito estranho que só tenham descoberto aos 62 anos. Hermínio Bello de Carvalho que montou um show, chamou sambistas e ela ganhou o mundo. Clementina era empregada doméstica. O documentário mostra essa mistura que o Brasil torna-se. Clementina de Jesus era católica apostólica romana e dizia que respeitava a umbanda, mas não sentia. Mas suas canções passadas pela oralidade eram muito mais voltadas a tradição que veio de sua família que a dos portugueses.
A pesquisa é incrível, muito acervo em vídeo. Há inclusive vídeos de quando Clementina foi ao Continente Africano interpretar suas músicas. O documentário tenta agora ir para os cinemas, espero que a distribuição seja generosa e muitos possam ter acesso a esse filme. O Curta! foi fundamental para viabilizar o projeto. Sou fã desse canal. Uma hora esse documentário deve passar por lá, fiquem atentos.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Viva - A Vida é Uma Festa

Assisti Viva - A Vida é uma Festa (2017) de Adrian Molina e Lee Unkrich da Disney e Pixar no TelecinePlay. Eu queria muito ver essa animação que ganhou o Oscar. O nome no Brasil é péssimo, mas o original não caberia também. Fiquei eufórica que o Telecine passou a permitir colocar em som original e legendas, reclamo faz tempo que colocam animações só dubladas, sem a possibilidade de mudar pelo controle remoto e eu tenho q ficar gravando pra ver no som original. Não precisei gravar dessa vez e espero que assim continue.

É muito fofo! No passado de uma família o marido músico viajou para fazer carreira pelo mundo. A mãe ficou com a filha, infelizmente isso acontece muito, as mulheres ficam pela família e os homens partem. Ela tem que sustentar a filha, torna-se sapateira, abole a música e instrumentos da casa e gerações seguem a tradição. Até que um garoto passa a amar a música e driblar a proibição. O filme é todo ambientado na tradição dos Dias dos Mortos do México. As famílias fazem um altar com fotos dos entes queridos, levam comidas, oferendas.

O garoto acaba tendo contato com os mortos que segundo o filme, aqueles que são esquecidos pelos familiares desaparecem. Tem muitos momentos que emocionam. E amei o cachorro. Não chega a ser do garoto, eles só se adoram mas o cachorro vive nas ruas e acaba acompanhando o garoto em suas aventuras. Há lindos números musicais mas sem exagero.



Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Concerto da Orquestra Jovem do Estado

Fui ao Concerto da Orquestra Jovem do Estado na Sala São Paulo sob regência de José Soares. Foi um concerto com os vencedores do Concurso Jovens Solistas. O maestro contou que esse concurso escolhe entre os integrantes da orquestra quem serão os jovens a serem solistas em concertos naquele ano. Muito emocionante ver todos esses jovens buscando o preciosismo, a técnica!

Foto de Ana Paula Lazari

O primeiro solista a se apresentar com a orquestra foi Saulo Roberto ao contrabaixo. No repertório, Concerto para Contrabaixo do compositor russo Serge Koussevitzty. Depois ao violino tocou Marina Vilaça interpretando Árias Ciganas de Pablo Sarasate.


O último solista a se apresentar com a orquestra foi Erick Venditte ao trompete e tocaram Concerto para Trompete de Alexander Arutiunian. Após o intervalo toda a Orquestra Jovem do Estado interpretou a belíssima Bachianas Brasileiras nº 4 de Villa-Lobos e a linda Pinheiros de Roma de Ottorino Respighi. Que concerto emocionante!


Programa completo:


SERGE KOUSSEVIZTY (1874-1951)


Concerto para Contrabaixo

PABLO SARASATE (1844-1908)
Árias Ciganas

ALEXANDER ARUTIUNIAN (1920-2012)
Concerto para Trompete

HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
Bachianas Brasileiras nº 4

OTTORINO RESPIGHI (1879-1936)
Pinheiros de Roma


Os vídeos são da orquestra e de um dos músicos vencedores do concurso, mas não são desse concerto.

Beijos,
Pedrita

sábado, 13 de outubro de 2018

Victoria e Abdul

Assisti Victoria & Abdul (2017) de Stephen Frears no Telecine Play. Eu tinha visto esse filme no Now, mas foi o 007 que reforçou. É baseada na história verídica da Rainha Victoria e seu confidente indiano Abdul Karlim. O roteiro é baseado no livro da jornalista Shrabani Basu. Na matéria da revista Veja a jornalista especifica o que do filme foi verdade e o que foi inventado. As licenças poéticas foram totalmente desnecessárias, a história já é curiosa demais, não precisava inventar.

Abdul foi levado a Índia para ser servo e entregar uma moeda do seu país em 1887 quando a rainha tinha 68 anos. A rainha se afeiçoou a ele, achou-o lindo e ele passou a servir a rainha que foi promovendo-o e criando um enorme desconforto na corte. Eu posso imaginar, a Índia era posse da Inglaterra, até hoje os europeus se acham superiores aos outros povos, imagine naquela época.

Surgiram rumores que os dois tiveram um envolvimento afetivo. A jornalista afirma que foi só platônico. Acho difícil afirmar que sim ou que não, qualquer afirmação seria leviana. Na época pouco se falava da vida sexual, que dirá de pessoas mais velhas, que dirá com um homem de um país que a Inglaterra dominava, que considerava um ser inferior e um negro, como diziam. O escândalo da aproximação dos dois e as confidências políticas já eram desconfortáveis demais para deixar vazar qualquer outra dúvida. E é fato que eles se isolaram em uma casa na ilha, o que facilitaria consideravelmente a aproximação física.
Quando a Rainha Victória morreu em 1901, a corte fez o que pode para apagar todos os vestígios de Abdul e da aproximação com a rainha. Queimaram cartas, fotos. Só em 2010, com a pesquisa da jornalista, é que os diários da rainha apareceram e essa história se descortinou.

Judi Dench e Ali Fazal está excelentes. Alguns outros do elenco são: Tim Pigott-Smith, Eddie Izzard, Adeel Akhtar, Michael Gambom, Paul Higgins, Olivia Williams e Fenella Woolgar.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

As Irmãs Siamesas

Assisti a peça As Irmãs Siamesas de Sebastien Brottet-Michel no Teatro Aliança Francesa. Gostei muito! Duas irmãs se encontram depois de um tempo após a morte da mãe delas. Uma ficou na cidade do interior, a outra seguiu para a cidade grande. A que ficou acabou cuidando da mãe e a outra ligava uma vez por semana achando que era suficiente.

Com esse encontro as duas vão relembrando de suas histórias, realizações e frustrações. Como acontece, a vida vai se descortinando e alguns projetos são realizados e outros não. A vida sempre atropela com o imponderável mudando perspectivas. Muito bom texto de José Rubens Siqueira! Adorei as atrizes Cinthya Hussey e Nara Marques. Gostei muito dos figurinos e visagismo de Kene Heuser e a caixa onde elas contracenam, claustrofóbica, pequena, como a casa da nossa infância que voltamos e ficou muito menor de tamanho. A cenografia é de Marisa Rebollo. A iluminação de Rodrigo Alves ´Salsicha´,  gostei muito das sombras e contornos, lindo demais. Ótima trilha sonora de Wayne Hussey. O diretor é francês e ator do Théâtre du SoleilAs Irmãs Siamesas ficam em cartaz até 2 de dezembro.

As fotos são de Heloísa Bortz

Beijos,
Pedrita