sexta-feira, 1 de abril de 2022

Não Olhe pra Cima

Assisti Não Olhe pra Cima (2021) de Adam McKay na Netflix. O roteiro é de David Sirota. Esse filme explodiu em comentários e sempre que isso acontece eu reluto em ver. Sim, eu ia ver, mas achava que era sobre política, sim, é bastante, mas é sobre ficção científica. 

Eu acho que o filme fala muito mais sobre a humanidade do que sobre políticos. O quanto a maioria é mesquinha e atualmente com as metas a cumprir, a necessidade de aumento de produtividade, até na iminência da morte, eles tentavam faturar. É muito surreal! Sim, fala de negacionismo, da tentativa de invalidar a ciência, infelizmente tão atual.

Dois cientistas descobrem um cometa rumo a terra. Na verdade quem descobre é a estagiária, o professor chefe confirma, a NASA confirma os cálculos e vários pares cientistas confirmam até mesmo o prazo que vai se chocar na terra e destruí-la, seis meses depois da descoberta. Eles vão então a Presidente da República, no filme é uma mulher e começam uma enxurrada de acontecimentos absurdos de jogo de poder, ganância e ignorância. O professor se deslumbra com o estrelato e passa também a surtar.
O elenco impressiona. Leonardo di Caprio e Jennifer Lawrence são os cientistas. O da Nasa é Rob Morgan. Os jornalistas são Cate Blanchett e Tyler Perry. A Presidente é Meryl Streep, seu filho, Jonah Hill. Ainda aparecem Timothée Chalamét, Mark Rylance e Ron Perlman.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 31 de março de 2022

La Belle Époque

Assisti La Belle Époque (2019) de Nicolas Bedos na HBO Go. Tem tempo que vejo esse filme no streaming, mas como está catalogado em comédia adiava ver. Já tinha até começado e largado faz tempo, mas insistam, é um filme genial!

O casal é Fanny Ardant e Daniel Auteuil. Dá pra imaginar? Eles estão em crise. Ela, psicanalista, consegue por ele pra fora de casa. A situação dele é muito delicada, exímio desenhista vivia de fazer caricaturas de políticos para um jornal que acabou, foi pra internet e lá não se interessam mais as charges. Desmotivado, ele resolve aceitar um convite.

Ele ganhou uma experiência do filho (Guillaime Canet). Ele não gosta do que o filho inventou. O convidado escolhe que experiência quer viver. Tem quem goste de viver na época de reinados, outros de guerra. Sempre que o filho conta essas experiências, o pai, um homem brilhante, vê as loucuras das escolhas dos convidados, humilhar negros, cenas com Hitler. Ele não vê com bons olhos tanta aberração e o projeto. O filho está muito bem de vida porque o negócio é um sucesso. Mesmo que construir o sonho custe muito, empregue muita gente, ele consegue ganhar muito bem. 
O pai só quer viver em 1974, quando encontrou o grande amor da sua vida. Ele leva seus maravilhosos desenhos daqueles dias e são com esses desenhos que os cenários são construídos. Quem não entendeu o ceticismo do pai não entendeu nada. E quem não acompanha o fim de algumas profissões maravilhosas, também não. Ele fica encantado com a produção, figurinos sob medida. Por ser um homem muito culto ele tem várias percepções incríveis, tem admiração pelo filho, mas tem um olhar muito crítico de como tudo é construído. O filme é bem crítico da sociedade atual. Sua amada foi interpretada por Dora Tillier. Ele acha engraçado que os atores o veem em 1974, jovem como era e não é mais. Para se preparar para viver ele mais jovem, o pai tira sua barba, arruma o seu cabelo exatamente como os seus desenhos.
Vou falar detalhes do final: O final não fica claro, mas eu achei que ele não voltou para a esposa. Os dois viveram com carinho a experiência do primeiro encontro, mas ele não pareceu que voltaria quando não segue pra pegar o echarpe e continua na mesa. E eu preferiria que não voltasse, ela vinha sendo horrível publicamente com ele há bastante tempo, sem falar na traição. Acho que não há conserto.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 29 de março de 2022

A Máquina de Madeira de Miguel Sanches Neto

Terminei de ler A Máquina de Madeira (2012) de Miguel Sanches Neto da Companhia das Letras. Que preciosidade! Vocês sabem como eu gosto de objetos e esse livro fala do criador da primeira máquina taquígrafa na época de Dom Pedro II. É um livro ficcional inspirado na história do padre Francisco João de Azevedo. Eu comprei esse livro em uma feira virtual no ano passado.

Marcador de Livros da exposição Pelos Séculos d'Sêculo - Torre do Tombo- Lisboa

O livro começa com o padre levando o seu invento para a Exposição Nacional Brasileira, em 1861. Um invento enorme, que precisava de vários carregadores e que teve pouca atenção na feira. Todos queriam ver os inventos que aumentassem a produtividade no campo. Era na época que o Brasil vivia da extração e da agricultura. Apesar de Dom Pedro II amar inventos e modernidades, ele não deu a mínima para essa máquina que não foi selecionada como outras pra ir a outro evento do gênero em Londres.
Na segunda parte os capítulos se misturam entre passado, presente e futuro do padre. Ele voltou a sua cidade, continua trabalhando na máquina, mas o tempo passou e ele está envelhecido. São nesses capítulos que conhecemos um pouco sobre ele e as pessoas no seu entorno.
O estilo de escrita é maravilhoso, além de excelentes parágrafos, há uma ironia clássica no autor. Por ser Engenheiro Agrônomo, o autor fala bastante sobre madeiras, a chegada do aço, a transformação de Recife com o aço e como o aço provavelmente chegaria a máquina. Para variar o crédito da invenção da máquina ficou para outra pessoa um tempo depois e fabricada inicialmente pela Remington. Quando passou a ser fabricada era uma máquina de escrever e não mais uma máquina taquigráfica, mas muito semelhante a criada anteriormente. O padre foi ludibriado e perdeu os créditos de sua invenção.
Incrível escolher essa história esquecida e transformar em um lindo livro de ficção. Belíssima obra, excelente texto!

Eu li e comentei aqui outras obras desse autor que gosto tanto.
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 28 de março de 2022

O Olho do Demônio

Assisti O Olho do Demônio (2019) de Ryan Simons no TelecinePlay. Que filme tosco! Chegou até ser engraçado de tão mal feitinho.

Um pai se suicida. O tempo passa e uma linda jovem (Kate James) chega na casa. Que lugar lindo, infelizmente com poucas árvores, mas muito bonito. É a antiga casa do pai. A jovem começa a olhar tudo, aceita o emprego de fotógrafa e resolve ficar mais tempo.
Ela descobre o olho do mal e claro que tudo começa a ficar ruim. A cena da boneca flutuando de lado é tão tosca, acho que  nunca vou esquecer, nunca ri tanto. Por isso que mostram tão pouco as cenas sobrenaturais, são muito ruins.
Beijos,
Pedrita

sábado, 26 de março de 2022

Um Lugar ao Sol

Assisti a novela Um Lugar ao Sol (2021-2022) de Lícia Manzo na . Eu amava essa novela que sofreu bastante com a pandemia. O começo foi gravado antes da pandemia, aí parou, depois tiveram que fazer ajustes pra poder finalizar.

A trama dos gêmeos era ótima, Cauã Reymond brilhou nos três personagens, três porque Christian como Renato também era outra pessoa. Abordava muitas questões. Um Lugar ao Sol falou muito sobre adoção em inúmeros personagens. Os dois eram do interior de Goiás. Como se fazia muito antigamente e ainda um pouco infelizmente, mesmo sendo ilegal, uma família vai buscar uma criança ainda não registrada de uma família pobre. Eram dois irmãos, um estava doente. A família só quer o que está melhor. Um cresce em uma família rica, a mãe o mima demasiadamente e o sufoca. Pra se libertar de toda a pressão, torna-se alcoólatra e usa drogas. Sem moral alguma vai comprando tudo e a todos. Christian é criado em orfanato, estudioso, sonha uma vida melhor e para o seu irmão de orfanato Ravi (Juan Paiva), bem mais novo que ele. Muito interessante que Christian toma o lugar do Renato e vai se parecendo cada vez mais com o irmão, mas não tanto, tem características diferentes. O final da novela desandou, Infelizmente a grande espera virou uma espera demais para a revelação de que Renato era Christian. No último capítulo, em um corre corre ruim, o que mais se esperou foi engolido em tão pouco tempo. 
Eu adorava o casal Rebecca e Felipe (Gabriel Leone). Andréa Beltrão estava majestosa. Ele, namorado da melhor amiga da filha (Fernanda Marques), ela modelo, com dificuldade de conseguir trabalho na área aos 50 anos. Pena que a autora não bancou a relação. E não foi por influência do público porque a novela começou já terminada. Todo o discurso que amor não tem idade foi por terra separando o casal. Até fez uma volta relâmpago em um momento mas mais fake impossível. A novela infelizmente teve muitos problemas de continuidade quando precisou ser esticada e muitos furos. Bom, ninguém usava whatsapp, tudo mundo aparecia na porta da casa, novela nunca tem porteiro, sem avisar. Felipe vai atrás de Rebecca, mas ela está voltando de um encontro. Teria que ser noite, ela foi dançar, como o rapaz vai sem avisar de madrugada? E o Alzheimer de Elenice que desapareceu. Ela já vinha com confusões mentais, esquecendo muita coisa., mas conseguiu fugir da clínica, achar a casa da Bárbara, lembrar em detalhes tudo o que ia dizer e um tempo depois no tribunal também lembrava de tudo. Essa autora ama doenças, fato que me manteve distante na exibição de outra novela sua. Em Um Lugar ao Sol a autora extrapolou nesse quesito. Até Felipe teve um câncer muito raro em jovens no intestino, nem se deu ao trabalho de escolher algo mais condizente com a idade dele. Os doentes em geral tinham maus raríssimos, precoces, que pouco se via, pra ser bem dramático. Doentes que ficaram ou já estavam eram a mãe da Rebecca (Débora Duarte), Felipe, Bárbara (Alline Moraes) e a mãe que já tinha morrido, só aparecia nos diálogos, Elenice (Ana Beatriz Nogueira), Santiago (José de Abreu), Túlio (Daniel Dantas), Gesiel (Antonio Pitanga), a gravidez da Ilana (Mariana Lima), sempre com maus raríssimos, onde teve uma escolha de Sofia, qual bebê ia querer salvar. José Renato (Genézio de Barros) que fica doente e morre. A parente da Elenice. O pai do Breno (Luiz Serra) sempre foi tratado como doente, mas nunca pareceu que necessitava de cuidados exagerados que impedissem sua filha (Claudia Missura) de ter uma vida própria. E após acidentes como com Ravi  e Aníbal (Reginaldo Faria). Elenice e Teodoro (Fernando Eiras) morreram de Covid, mas só comentaram, não mostraram. Dois adictos Júlia e (Denise Fraga e Eduardo Moskovis), não bastava um. E com várias cenas, demasiadas, no AA. Enquanto algumas cenas que desejávamos mal apareciam, outras ganhavam tempos absurdos. No começo queríamos ver mais em detalhes a transformação de Christian em Renato, depois a revelação. Mesmo a trama da Thaiane foi atropelada, resolvida a parte jurídica em conversas em voz baixa em um show.
Foi lindo demais o amor entre Ilana e Gabriela (Natália Lage). Ilana teve muita dificuldade de admitir que estava apaixonada por sua amiga de adolescência. Ilana teve um casamento muito difícil com Breno (Marco Ricca), que era imaturo. Ela que bancava as contas, trabalhava demasiadamente, mas ele cobrava um filho depois de muito tempo de casados. Ela aceita, engravida, e novamente parece que teria que gerir tudo sozinha. Gabriela veio pra somar, pra amar e dividir tudo, obstetra bem sucedida, poderia não só ajudar na criação da filha, mas como dividir as despesas e funções da vida adulta. Já Breno se encontrou e se uniu com outra imatura, a cansativa Julia.
As mulheres em geral eram fortes e batalhadoras. A avó Noca (Marieta Severo) ensinou a neta (Andréia Horta) a lutar por seus anseios. As profissionais (Stella Freitas, Ju Colombo e Georgina Castro) competentes do cantinho da Noca. A personagem Janine (Indira Nascimento) fez uma participação. Ela era uma talentosa escritora que se vê envolvida em uma trama sórdida de liberar direitos autorais. A professora (Betty Gofman) que interfere ajudando a aluna a ter coragem de lutar pelos seus textos e direitos. Ilana uma produtora de sucesso, com uma empresa no ramo da moda. A psicóloga (Regina Braga) que sabia mais ajudar os outros do que se ajudar e ter empatia. Até mesmo a amoral Ruth (Patthy de Jesus), que por meios errados era uma bem sucedida executiva. Cecília (Fernanda de Freitas) que era personal trainer e criava muito dignamente seu filho. Até mesmo a competente governanta (Ângela Figueiredo) que se perde quando vem uma nova chefe na casa.
Eu gostava da trama da Nicole (Ana Baiard) com o Paco (Otávio Muller). As cenas nas dublagens eram ótimas. Gostava dos dois serem do meio artístico, dois atores que complementam sua renda na dublagem. A filha o Paco foi interpretada por Samanta Quadrado e a mãe dela por Claudia Mauro. Tinham alguns ótimos personagens que apareceram na trama atuados por Renata Gaspar, Danilo Grangheia, Danton Mello, Isio Ghelman e Lara Tremouroux.
Fiquei bastante triste e frustrada com os atropelamentos na trama no final, as excessivas doenças, mas no geral eu gostei demais de Um Lugar ao Sol
Beijos,
Pedrita