quinta-feira, 31 de março de 2022

La Belle Époque

Assisti La Belle Époque (2019) de Nicolas Bedos na HBO Go. Tem tempo que vejo esse filme no streaming, mas como está catalogado em comédia adiava ver. Já tinha até começado e largado faz tempo, mas insistam, é um filme genial!

O casal é Fanny Ardant e Daniel Auteuil. Dá pra imaginar? Eles estão em crise. Ela, psicanalista, consegue por ele pra fora de casa. A situação dele é muito delicada, exímio desenhista vivia de fazer caricaturas de políticos para um jornal que acabou, foi pra internet e lá não se interessam mais as charges. Desmotivado, ele resolve aceitar um convite.

Ele ganhou uma experiência do filho (Guillaime Canet). Ele não gosta do que o filho inventou. O convidado escolhe que experiência quer viver. Tem quem goste de viver na época de reinados, outros de guerra. Sempre que o filho conta essas experiências, o pai, um homem brilhante, vê as loucuras das escolhas dos convidados, humilhar negros, cenas com Hitler. Ele não vê com bons olhos tanta aberração e o projeto. O filho está muito bem de vida porque o negócio é um sucesso. Mesmo que construir o sonho custe muito, empregue muita gente, ele consegue ganhar muito bem. 
O pai só quer viver em 1974, quando encontrou o grande amor da sua vida. Ele leva seus maravilhosos desenhos daqueles dias e são com esses desenhos que os cenários são construídos. Quem não entendeu o ceticismo do pai não entendeu nada. E quem não acompanha o fim de algumas profissões maravilhosas, também não. Ele fica encantado com a produção, figurinos sob medida. Por ser um homem muito culto ele tem várias percepções incríveis, tem admiração pelo filho, mas tem um olhar muito crítico de como tudo é construído. O filme é bem crítico da sociedade atual. Sua amada foi interpretada por Dora Tillier. Ele acha engraçado que os atores o veem em 1974, jovem como era e não é mais. Para se preparar para viver ele mais jovem, o pai tira sua barba, arruma o seu cabelo exatamente como os seus desenhos.
Vou falar detalhes do final: O final não fica claro, mas eu achei que ele não voltou para a esposa. Os dois viveram com carinho a experiência do primeiro encontro, mas ele não pareceu que voltaria quando não segue pra pegar o echarpe e continua na mesa. E eu preferiria que não voltasse, ela vinha sendo horrível publicamente com ele há bastante tempo, sem falar na traição. Acho que não há conserto.
Beijos,
Pedrita

8 comentários:

  1. Estou achando que já vi esse filme.
    E gostei.
    Bj

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  2. Já quero assistir!
    Amo esses filmes com camadas.
    E esse que traz a arte de desenhar deve ser encantador ❤
    Gosto de finais que fazem pensar e saem da zona de conforto.

    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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  3. Digam o que disserem, mas o bom do cinema europeu é que ele produz geralmente obras mais profundas, e por isso mesmo menos
    comerciais. Parecer ser o caso deste filme.

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    Respostas
    1. marly, eu gosto de bons filmes independente do onde sejam feitos. esse é ótimo.

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