O marcador de livros é um trecho de uma matéria de jornal.
Foto do Hospital Colônia de Barbacena (1961) de Luiz Alfredo
O Hospital Colônia de Barbacena foi criado em 1903 com tudo o que há de mais retrógado no tratamento a doentes mentais, se é que só existiam doentes no hospital. Criado para abrigar 200 pacientes chegou a 5 mil rejeitados, porque é isso o que o local era, um lugar de rejeitados e condenados à prisão perpétua porque foram pouquíssimas altas em muitos anos. Com a lei de Getúlio Vargas qualquer um podia pedir a internação de alguém. Maridos se livravam de esposas, delegados de presos sem julgamento, mulheres estupradas e grávidas de patrões, por tristeza, por timidez. Muitos médicos enviavam doentes ao Hospital Colônia para diminuir a lotação dos hospitais que trabalhavam. E os doentes eram levados de trem, o trem de doido como ficou chamado, exatamente como na época dos campos de concentração. Crianças e adultos se misturavam mesmo sendo proibido por lei.
Foto de Luiz Alfredo
Pra caber mais criaram uma grama para os internos viverem no chão. A água que bebiam era do esgoto. Eles conviviam com as moscas, a fome, a sujeira, o frio, nem sempre tinham roupas, quando davam sorte tinham alguns trapos e os urubus. Em geral não eram tratados. Quando tinham força de se rebelar, mesmo com a inanição que viviam, levavam choques e eram severamente medicados. Em dias muito frios se amontoavam nus no pátio e os que ficavam por baixo costumavam morrer. Mortes diárias eram comum e eram levados em carroças a valas comuns. O hospital não tratava os doentes que viviam lá até sua morte. O hospital teve mais de 60 mil mortos entre 1903 a 1980.
Na década de 60, o fotógrafo Luiz Alfredo conseguiu fazer imagens do hospital que foi publicada na famosa revista Cruzeiro em várias páginas. Provocou muita comoção, muitos debates, mas é estarrecedor que nada mudou. Foram muitas outras tentativas. Depois de muitos anos conseguiram criar casas e passaram a dar um pouco de dignidade aos internos. O Brasil ainda tem 200 manicômios e ainda trabalha com a internação em muitos casos, mesmo já existindo muitos outros tratamentos mais eficazes.
O livro fala de um curta que rodou o mundo mostrando os horrores da instituição. Recentemente o Canal Brasil disponibilizou uma série que vou assistir.
Muito interessante!
ResponderExcluir.
Beijos, e uma boa noite :)
cidália, angustiante.
ExcluirUm bsurdo total, Diante de coisas assim é que a gente concorda que, se existe um inferno, ele fica aqui na Terra mesmo!
ResponderExcluirBeijo
marly, exatamente. revoltante.
ExcluirOlá, tudo bem? Ótima dica de leitura. Admiro a autora Daniela Arbex. Bjs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirfabio, necessário.
ExcluirQue ótima dica!
ResponderExcluirsérgio, necessário.
ExcluirQue horror, não fazia ideia de todas essas histórias
ResponderExcluirblog | instagram
ana carolina, abominável.
ExcluirNão li o livro, mas já levo a indicação.
ResponderExcluirFiquei impressionada com a série. É impactante. Angustiante. Chorei em muitas passagens.
Assisti a conta gotas porque era muito devastador.
As atuações são impecáveis. Andréa Horta e Fernanda Marques estão sensacionais. A Fernanda então que vê os fantasminhas está maravilhosa.
O personagem do Arlindo Lopes dá vontade de botar no colo e trazer pra casa 😢😢
Bukassa Kabengele como sempre extraordinário.
Minha personagem favorita intetpretada pela Rejane Faria é daquelas pra nunca esquecer ❤
Sem falar naqueles que dá uma raiva danada por serem tão maus 😕
Bjs Luli
https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br
luli, eu comecei a ver a série, qd o irmão coloca a moça no vagão escuro já não consegui continuar. vou me esforçar. nem me fale.
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