Depois a mãe e as filhas começam a viajar para viver com o pai. Moram na Arábia Saudita e no Quênia. A mãe começa a ficar
amarga e a espancar muito as filhas. É horrível como a mulher é tratada nesses países, a submissão já incomoda, mas se fosse só isso podíamos até suportar a cultura de um país, mas a violência física que sofrem é assustadora. Se uma mulher é estuprada pelo irmão, a culpa é da mulher. Homens podem espancar suas mulheres, se acharem que elas merecem. Ayaan é tão espancada por um professor do Alcorão e pela mãe que tem que ser hospitalizada com uma lesão séria no cérebro. Apesar de todos esses horrores, é a irmã dela que se rebela mais.
Ayaan na adolescência abraça o Islamismo, cobre seu corpo, mas com os ensinamentos começa a questionar as ordens e obediência às mulheres e começa a não entender porque os homens não devem obediência também. Ela tem um casamento arranjado com um marido no Canadá, mas a família não consegue visto que ela vá direto ao país. Seria mais fácil conseguir o visto para a Alemanha e depois por lá ir para o Canadá. Vai para a casa de uns parentes na Alemanha e lá
começa a planejar a sua fuga.
Começa a segunda parte do livro. Não deve ser fácil fugir. Além de serem amaldiçoadas pela sua fé, a família também e é preciso cortar os laços. Esse deve ser o motivo que muitas mulheres se submetem, porque não é fácil virar as costas para o seu passado, abandonar irmãos, pais, saber que eles sofrerão represálias em seu país. Não é uma decisão fácil. Ayaan se refugia na Holanda. A quantidade de imigrantes de outras nacionalidades no país na época é assustadora. Ela acaba trabalhando como intérprete e começamos a conhecer outros povos, outras situações complicadas. Aos poucos Ayaan começa a dizer o que pensa e é jurada de morte. Na Holanda ela foi classificada com QI baixo, mas insistiu em tentar se formar em política. Foi contra as determinações da imigração e conseguiu ingressar em uma universidade. Chegou ao Parlamento holandês. Hoje ela vive nos Estados Unidos. Infiel aborda várias questões, Islamismo, violência a mulher, imigração na Europa, política e o papel da imprensa que muitas vezes se aproveita de temas controversos pra fazer sensacionalismo. Ela escreveu um outro livro que agora quero ler e a Carla Martins comentou no blog dela, Leitura (mais que) Obrigatória.
Anotei vários trechos de Infiel de Ayaan Hirsi Ali, vou selecionar alguns:
“Nasci em um país dilacerado pela guerra e fui criada em um continente mais conhecido pelo que dá errado do que pelo que dá certo. Nos padrões da Somália e da África, sou privilegiada por ainda estar viva e sã, privilégio que não posso nem nunca vou poder considerar líquido e certo, pois sem a ajuda e o sacrifício de familiares, professores e amigos, nada me distinguiria das minhas semelhantes que apenas lutam pra sobreviver.”
“Há a mulher açoitada por ter cometido adultério; outra entregue ao matrimônio a um homem que ela detesta; outra espancada regularmente pelo marido; e outra que o pai repudiada ao saber que o irmão dela a estuprou. Os perpetradores justificam cada abuso em nome de Deus, citando os versículos do Alcorão agora escrito no corpo dessas mulheres. Elas representam centenas de milhares de muçulmanas em todo o mundo.”
“A desconfiança era recomendável, principalmente para as meninas. Pois elas podiam ser roubadas. Ou podiam ceder. E aquela que perdesse a virgindade manchava não só a própria honra como a do pai, dos tios, dos irmãos, dos primos. Não havia nada pior do que ser agente de semelhante catástrofe.”
"A mutilação dos órgãos genitais da mulher é anterior ao Islã. Nem todos os muçulmanos adotam essa prática, e alguns povos que a adotam não professam o islamismo. Mas, na Somália, o procedimento sempre se justifica em nome do Islã."
Youtube: Roda Viva - Ayaan Hirsi Ali
From Mata Hari e 007 |
Beijos,
Agora estou de volta,posso curtir suas preciosas dicas!!
ResponderExcluirTenha um ótimo fim de semana!!
beijos
Pedrita,
ResponderExcluirQuando vi a foto que ilustra seu post tentei lembrar de onde o rosto me era familiar. Depois vi o vídeo e lembrei dessa Roda viva.
Essa mulher é impressionante. E pensar que tudo o que ela relata não aconteceu há 1000 anos não!
Foi ontem!
Deu vontade de ler.
Beijos.
Oi Pedrita.
ResponderExcluirNão li esse livro mas sei que a história dessa mulher é impressionante.
Bjs.
Elvira
Gente, é muito para a gente digerir, né?
ResponderExcluirObrigada por citar meu blog! Amei!!!
beijinhos
Pedrita, seu post ficou excelente! Me deixou com vontade de ler o livro!
ResponderExcluirEsta história de excisão do clítoris é de uma barbaridade sem-fim....fico chocada quando leio estas coisas...
Cruel e infelizmente real...
ResponderExcluirOlá, tudo bem? Eu adoro os livros editados pela Companhia das Letras! Bjs, Fabio www.fabiotv.zip.net
ResponderExcluirbarbie, q bom q voltou.
ResponderExcluirelaine, exatamente e esse filme q coloquei depois é da década de 50, qd a avó da ayaan vivia em clãs embaixo de árvores e mudando constantemente de lugar.
carla, tive dificuldade de seguir com a leitura. é muito revoltante.
la socière, se arme de coragem pq é difícil ler tanta violência.
Pedrita, deve ser um livro pesado de ler. Muito sofrida a vida dela e de todas as mulheres que vivem sob os demandos dos homens que seguem o islamismo. Ela é uma sobrevivente e que está conseguindo mostrar ao mundo as atrocidades cometidas conta as mulheres em nome da fé.
ResponderExcluirTriste realidade.
Beijos
Pedrita eu já tinha visto sua dica no sidebar e stava curiosa para ler a sua resenha. Anotada.
ResponderExcluirQuer fazer uma resenha para O que elas estao lendo?
Acho que um livro desses é algo muito especial.
Um beijao