segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Jules e Jim

Assisti Jules e Jim (1962) de François Truffaut na Claro TV. Eu tinha alta expectativa sobre esse filme. O roteiro é de Henri-Pierre Roché. Sempre ouvi dizer que falava de liberdade, de relacionamento entre três pessoas. O que vi foi uma versão machista de uma mulher infeliz, que só conseguia ser feliz quando ia atrás de homem.

Não era uma mulher livre e sim uma mulher dependente de homem. Estava sempre atrás de novas emoções, mas nunca parecia encontrá-las, estava sempre infeliz. Mesmo quando o trio se forma, não é um trio. Um aceitou ela ficar com o amigo na mesma casa para não perdê-la, mas ela fica só com o amigo e acha errado quando um tempo depois dorme com o primeiro. E não repete. Eram três pessoas angustiadas, insatisfeitas e infelizes. Um deles inclusive era mais machista ainda, porque mantinha uma mulher na cidade, ia e voltava quando bem entendia e a mulher da cidade ficava lá esperando, à disposição. 
No início os três viviam em uma cidade grande, então ela era mais livre e feliz. Depois da guerra, ela se enfiou na casa de campo com um deles, teve uma filha, tinha uma pessoa pra cuidar da casa, e era incapaz de fazer algo por ela mesma, escrever um livro, ter algum trabalho. Vive só de ir atrás de homem e pior, não parece que fica feliz a cada noitada. Jules e Jim é realmente um filme feito por homens com um olhar altamente estereotipado do que é uma mulher. A protagonista foi criada na época da publicação de importantes obras de Simone de Beauvoir, bem depois das obras de Virgínia Woolf, portanto já haviam textos com mulheres a frente de seu tempo, independentes, livres e com vida profissional.

Sim, Jeanne Moreau está mais linda que nunca. Jules e Jim são interpretados por Oskar Werner e Henri Serre.

Beijos,
Pedrita

10 comentários:

  1. Olá Pedrita
    Ounn que pena que vc não gostou :/
    Não assisti o filme, mas pensei que se tratasse de um clássico sobre ménage a trois refinado e que fizesse alusão à amizade (ou que ela acabasse coma amizade dois dois homens).

    Aaaaaaaahhhhhh a peça Meu Saba ficou em cartaz só até o dia 1º :(
    Fui procurar mais a respeito e eles dizem que teve uma palestra no sábado lá no campus Memorial da Uninove :/
    Que pena que perdi

    Ó vi seu post lá na página deles do face, vc já viu?
    https://www.facebook.com/meusaba/


    Bjs Luli
    Café com Leitura na Rede

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    1. luli, eu tinha a mesma ideia do ménage a trois entre pessoas felizes. o ménage efetivamente nunca acontece e não são felizes. há culpa. ah, acabou mesmo meu saba.

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  2. Não assisti ainda!

    http://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

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  3. A Jeanne Moreau foi uma mulher a frente de seu tempo.
    Era uma mulher pequena e tinha uma beleza diferente. E tinha uma presença marcante.
    Mas como sempre acontece, com a moderninhas demais, deve ter tido vários amores e várias paixões e terminou sozinha.
    Porque eu penso que um foi feito para o outro e com exclusividade.
    Acho que tenho esse DVD. Ou que vi, na época do DVD.

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    1. liliane, realmente a atriz era muito a frente do seu tempo. estranho q tenha participado de um filme tão retrógrado. nao acho que uma mulher precise de homem para ser feliz, como se fosse um demérito ficar sozinha. no brasil então, ficar sozinha costuma ser bem melhor. e não acho que um amor seja exclusivo. acho que cada um cria a sua relação em igualdade com o parceiro. eu gosto de ser exclusivo enquanto dure, mas compreendo que há pessoas que vivem bem com mais pessoas ao mesmo tempo.

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  4. Temos uma visão parecida sobre as questões mostradas nessa obra, e ver você expor isso me fez rir, rsrs. Eu também fui ver este filme (na época da faculdade, há anos!) "munida" de referências cheias de palavras como "obra prima", "libelo à liberdade", "audácia", "desafio à moral vigente" etc. e ao vê-lo me peguei fazendo os mesmos questionamentos, rsrs.
    Contudo, é um filme que precisa ser visto, por ter conquistado um lugar relevante no panteão cinematográfico!


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    1. marly, achei que eu ia ser apedrejada por ter ficado indignada com o filme. apesar que só mulheres comentaram a postagem. que bom que não fui só eu. o q mais me incomodou é q sempre ouvi q os 3 viviam juntos e felizes, uma aqui até mencionei ménage a trois que nunca aconteceu. ela só ficava com um e quando não resistiu e ficou com outro teve culpa. e todos viviam infelizes com a situação. muito diferente de amor livre.

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  5. Pedrita,
    Pela resenha vale a pena assistir, a gente sempre aprende uma lição com esse tipo de filme.

    Beijos

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