quarta-feira, 25 de julho de 2018

A Morte de Ivan Ilitch de Lev Tolstói

Terminei de ler A Morte de Ivan Ilitch (1886) de Lev Tolstói da Coleção Grandes Nomes da Literatura da Folha. Essa coleção foi vendida em bancas de jornais por R$ 19,90. Eu adoro esse autor, é uma obra difícil, sobre o fim da vida de Ivan Ilitch e seu insuportável sofrimento.

Obra Aragva de Konstantin Korovin

Começa com seus amigos sabendo da morte de Ivan Ilitch e indo a casa dele. Depois retorna no tempo e Ilitch conta a sua vida. No período da doença, com dores insuportáveis, ele mostra arrependimento de sua vida, só lembra saudoso da sua infância, mas percebe que tudo o que viveu na vida adulta não foi satisfatório. Não fez um casamento que quis, trabalhava em uma função burocrática.
Obra Still life with fruits (1908) de Ilia Mashkov

É insuportável a forma como a esposa e a filha tratam o doente. Sempre criticam dizendo que ele faz tudo errado. Como ele tem muita dor, muitas vezes só consegue um pouco de alento em posições estranhas e as duas, principalmente a esposa, só ficam criticando. Para os médicos então nem se fala. E os médicos também são monstros e criticam junto. Não há piedade e empatia, assustador. No começo achei até que era desconforto do protagonista, por ter se tornado mais dependente, doente, ter dores, que achava que incomodava, que era um estorvo para todos. Cheguei a achar que a sua impressão não era real, mas com o tempo percebi que sim, todos o achavam um estorvo. Na empresa parecia mesmo que aguardavam a liberação do cargo para alguém ocupá-lo. Não é uma obra de leitura fácil.


Beijos,
Pedrita

12 comentários:

  1. Li há poucos anos, ao princípio parecia-me que os seus colegas viam uma oportunidade para alcançar o lugar dele no trabalho, mas depois quando vemos o constrangimento que têm na visita ao morto e a narrativa, ficamos bem cientes de quando fazemos apostas erradas que nos impedem de viver feliz até que chega a morte. Pequenino mas muito bom este livro

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    1. carlos, realmente, a frustração do protagonista dói. e parece mesmo q os conhecidos só aguardavam a oportunidade de ocuparem o cargo do outro.

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  2. Como acompanho uns Youtube de Literatura, já vi algumas resenhas sobre esse livro.
    E é interessante.
    Mas não tenho ele.

    Vc cataloga seus livros?
    Os meus são catalogados e fica fácil procurar se tenho e em que prateleira está.

    Vc assiste TV, cinema, mais durante o dia?
    E como vai a linda Esmeralda?

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    1. liliane, autores russos são bem cultuados. eu tenho os livros espalhados em vários lugares, sei mais ou menso onde estão pq lembro da época q os li. é bem variada a forma como vejo filmes, ainda mais agora q posso parar e voltar a ver onde parei, então vejo várias vezes picadinhos.

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  3. Olá Pedrita
    Ounnn puxa deve ser muito triste!
    Ultimamente ando muito manteiga derretida, acho que se ler nesse momento vou desidratar de chorar.
    Não posso com pessoas que tratam de maneira insensível e de modo rústico animalitos, crianças, idosos ou alguém vulnerável.
    Mas vou anotar a indicação siiiiim.
    Excelente sua resenha como sempre.
    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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    1. luli, tb ando muito manteiga derretida. o começo não imaginei q ia ser pesado. e qd começou a parte insuportável aí eu já desisti de parar. mas foi uma leitura difícil. tb não posso com pessoas egoístas e desconfortáveis com a dor alheia, sem amor e empatia. sem ao menos respeito. obrigada.

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  4. Olá, Pedrita!
    Uma pessoa doente merece cuidados e carinho, que sofrimento!
    Você pagou um ótimo preço pela coleção.
    Parabéns pela resenha, me tocou muito!

    Beijinhos

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    1. andréa, q sofrimento. e o arrependimento dele de só ter sido feliz na infância é insuportável. o livro me tocou muito tb.

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  5. Li este livro há muitos anos e voltei a lê-lo mais recentemente (por ser curtinho e contundente). Eu sempre acho que Ivan Ilitch percebeu muito tardiamente coisas muito importantes sobre a vida e sobre a vida dele, em particular.
    Mas pelo menos ele percebeu as tais coisas, a minha impressão é de que a maioria das pessoas não as percebe, a despeito de quaisquer sofrimentos por que passem.

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    1. marly, realmente o protagonista só percebe o vazio de sua vida quando é muito tarde. mas acho q hj isso acontece menos. há um bombardeamento de q devemos viver intensamente, até meio surreal, q é mais difícil a pessoa nao se questionar.

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  6. Ivan Ilitch é uma lição que nos fica, das relações pessoais ao trabalho! Lembrar de aproveitar cada momento da vida, pois só existe uma!!

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