sábado, 17 de janeiro de 2009

A Favorita

Assisti A Favorita (2008) de João Emanuel Carneiro na TV Globo. A direção geral foi de Ricardo Waddington. Eu evito ver novelas das 21hs porque me frustro muito, perco muitos capítulos. Sempre dou uma espiada em capítulos decisivos e A Favorita já me frustrava logo no começo. Lembram do dia da revelação de quem seria a má? Eu perdi! Até pensei, ainda bem que não estou seguindo porque ficaria irritada. A internet até deixa ver uns pedaços, mas não é a mesma coisa. Só que a trama era tão inteligente. bem escrita, inovadora, que chegou uma hora estava seguindo. Então... Perdi quase todas as grandes revelações: que o Halley era o filho sequestrado, que a Lara não era a filha do Marcelo. Era uma frustração atrás da outra.

João Emanuel Carneiro inovou em vários aspectos. Primeiro não nos contou quem era a "boazinha" e quem era a "vilã". Mesmo uma sendo má demais e a outra a injustiçada, elas eram humanas, ambíguas e complexas. A família de negros era corrupta. Um casal entre um branco e um negro não tiveram problemas de racismo e sim de alcoolismo e imaturidade de um personagem. A homossexualidade também teve muitas nuances, não foi feito debate social. Os personagens tinham a permissão de se confundirem a vontade em seus papéis.
A Favorita não perdeu o fôlego em nenhum momento. O autor não tinha medo de fazer revelações quando bem entendia. A imprensa questionava se ele conseguiria segurar o público e o público só aumentava. Só se ouvia falar de A Favorita. O elenco é maravilhoso, gostava de quase todos os núcleos: Claudia Raia, Patrícia Pillar, Glória Menezes, Mauro Mendonça, Tarcísio Meira, Mariana Ximenes, Cauã Reymond, Carmo Della Vecchia, Murilo Benício, Genézio de Barros e Ary Fontoura. Foi muito divertido também a família do Dodi que apareceu no meio da novela, interpretados por Lúcio Mauro e Claudia Missura. Se juntavam a eles Emmanuelle Araújo. Adorei os vilões patuscos: Dodi e Silverinha, gostei demais eles serem tão trabalhões e burros. O Dodi aplicou na bolsa o que ganhou do sequestro da filha e perdeu tudo, depois conseguiu outra bolada e foi roubado pelo próprio pai, fora outras bobagens ao longo da trama.
Eu adorava os núcleos da cidade de Triunfo. Gostava demais das belas três atrizes que interpretaram as irmãs, já conhecia e adoro as atrizes Lilia Cabral e Claudia Ohana. E descobri a bela e talentosa atriz Gisele Fróes. a atriz que interpreta a mãe delas também é excelente, Suzana Faini. A personagem era casada com o personagem do maravilhoso ator Chico Diaz. Jackson Antunes também arrasou. O elenco da cidade de Triunfo é igualmente extenso e incrível. Adorei as revelações: Miguel Rômulo e Clarrisse Falcão.

Gostei da complexidade da trama do triângulo amoroso entre os atores: Leonardo Medeiros, Helena Ranaldi e Malvino Salvador. Foi bastante complexo, mostrou atração e amor, dois segmentos tão distantes. O desfecho é que foi machista e simplista. Ando meio cansada em novelas de personagens que descobrem de uma hora pra outra doenças incuráveis. Foi divertido o personagem da Giula Gam e do José Mayer. Gostei do fato dela não dizer quem era o pai do garoto, ele ter dois pais, e nunca a paternidade ser revelada.
Gostei da complexidade da família negra. Milton Gonçalves arrasou, bem como Taís Araújo e Fabrício Boliveira. Completavam esse núcleo: Selma Egrei, Christine Fernandes, Hanna Romanazzi e Angela Vieira. Fiquei feliz de um novo autor entrar para o time das novelas em horário nobre. A diversificação é sempre melhor para a arte. Adorei o núcleo do personagem Orlandino e os atores estavam muito bem: Iran Malfitano, Débora Secco e Suely Franco. Era muitos atores que gostava: Elizângela, Roberta Gualda, Paula Burlamaqui, Rosi Campos, Bel Kutner, Mário Gomes, Aramis Trindade, Giovanna Ewbank, Eduardo Mello e Alexandre Nero. Eu também gostava muito da trilha sonora.

Música do post: Coldplay - Viva La Vida

Youtube: A Fav.: Cap. 163. P3


Beijos,
Pedrita

9 comentários:

  1. Adorei a Favorita. Segui a novela desde o comecinho. Novela que brincou com as ambiguidades de cada um. O autor foi ousado e criativo. Gostei muito da abordagem da homossexualidade da Stella. Ficou verdadeiro. Gostei da mudança da Catarina, ficou uma mulher forte e feliz. Achei muito corajoso tb o autor dar a entender que o Leo é o pai da própria neta. Algo forte para uma novela.
    Só não gostei da morte do Dódi. Ele não poderia ter morrido, pois ele era muito sem noção e por isso mesmo muito divertido.

    Gostei da Flora ser presa. Ela morrer não teria graça. Adorei ela falando barbaridades para a Donatella eo Zé bob ontem.

    Poderia comentar hoooooooooooras por aqui, mas vou parando. Enfim, já tenho saudades da novela!

    Beijos

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  2. Olá Pedrita

    Não conheço esta novela, mas os actores são todos nossos conhecidos e sempre gostei de ver os cenários das vossas novelas, são lindos e espectaculares.

    Beijinho
    Isabel

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  3. Boa tarde,
    Esta não acompanhei, mas dedes que as telenovelas brasileiras começaram a passar em Portugal, segui muitas delas. A primeira foi Gabriela Cravo e Canela, com Sóna Braga como protagonista e o final da mesma parou o país. Depois foi a descoberta do vosso país com Dancing Days, Dona Xepa (a primeira e o remake) Roque Santeiro (com a Viúva Porcina). Houve no entanto dois trabalhos não de telenovela que me marcaram pela diversidade de registos que os actores são capazes: Malu Mulhr com uma Regia Duarte deslumbrante e num tipo completamente diferente, Sai de Baixo, com um inesquecível Falabella de Caco Antibes.
    Beijinhos
    Paula e Rui Lima

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  4. Oi Pedrita, confesso a você que nunca fui muito de assistir a novelas, mas esta em especial prendeu minha atenção; assim como uma novela bem antiga chamada "Pecado Capital" que tinha como tema uma música do Paulinho da Viola. Nossa tele-dramaturgia tem muitos momentos de brilho vide "Irmãos Coragem" , "Escrava Isaura" etc, bjs

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  5. Pderita, assisto à novela apenas mesmo como..novela, o que de cara estabelece algo a que não dou muita inportância. Assisti a capítulos esporádicos de Afavorita, acompanhei o final e detestei o final que o autor deu à Dedina, um acinte às mulheres...escrevi sobre isto hoje no jornal. O site é www.folhadelondrina.com.br (depois é só acessar Folha 2 e meu nome) e recebi alguns e-mails apoiando minha crítica. Mas o que me surpreende é que as mulheres - principais espectadoras de novela - não reclamem de certos absurdos.É como se os autores nos chamassem de ...tolas...Enfim, minhas decepções no campo da falta de criticidade são muitas...Um grande beijo e boa semana!

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  6. marion, eu já pensei em várias coisas que queria ter falado. tb não pararia.

    isabel, o elenco é ótimo mesmo.

    paula e rui, fico feliz que malu mulher tenha ido para portugal. foi uma série muito importante para liberar mulheres no brasil. me divertia com sai de baixo.

    marcos, eu adoro novelas. o texto de a favorita é excelente.

    celia, o autor foi genial na criação da catarina, na complexidade do personagem. tão desbravador e inovador. aí errou tanto com a dedina. incompreensível. vou ler seu texto.

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  7. Curioso terem gostado de "Favorita"

    Em Portugal está sendo um grande fracasso

    O que você achou que era inovação, eu achei que o autor andou meio perdido ...

    Inicialmente achei interessante a história de Patricia Pillar e Cláudia Raia. Mas depois o autor se perdeu .

    Enquanto via, achei que a novela tinha muitos personagens mal aproveitados.

    Durante muito tempo, o autor não explorou o potencial de actores como Tarcísio Meira (andou à procura do neto e depois eclipsou-se ?), Milton Gonçalves (perdeu as eleições e depois eclipsou-se ?), Helena Ranaldi (o que andava a fazer antes de se envolver com o personagem interpretado por Malvino ?), etc....

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  8. Pedrita eu nao assisto novelas nem mesmo aqui na Alemanha. Mas vendo o video, a Patricia Pilar como sempre dando um banho de interpretacao. Quem fez o Dodi tb. Foi el quem fez par com a Penélope Cruz no filme, Woman on Top?

    Bjus

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  9. of, no início a favorita não foi bem no ibope, mas depois decolou.

    georgia, o murilo benício fez um filme com a penélope cruz, mas disseram que é ruim, nunca me animei de ver. a patricia pillar realmente arrasou na complexidade do seu personagem.

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