domingo, 14 de junho de 2009

Nunca aos Domingos

Assisti Nunca aos Domingos (1960) de Jules Dassin no Telecine Cult. Adorei o filme! Estava com receio porque esse filme fala sobre temas tabus, prostituição e Grécia, e na década de 60, mas tem um olhar bem interessante. Concordo com o 007 que muitos acham sempre que os gregos são alegres. Não é bem assim e Zorba o Grego que vi recentemente mostra bem como a sociedade grega é cruel com as mulheres inseridas na sociedade, como a viúva é apedrejada porque é vista com um homem. Nunca aos Domingos é a história de uma prostituta alegre, cheia de amigos. Aos domingos ela recebe os amigos em casa pra conversar, dançar e divertir. Obviamente que só os homens. Em 1960, as mulheres, se ficavam amigas de prostitutas, o faziam escondidas.
Chega então um americano, que está estudando de forma didática filosofia e acha que precisa mostrar a essa mulher que o prazer está no intelecto e não na diversão física. De forma moralista, tenta impor suas ideias. Esse embate é mágico em Nunca aos Domingos. A pretensão de acharmos que alguém que vive fora do convencional é errado e que o saber intelectual é que proporciona a verdadeira alegria. Cada um acha a sua alegria de uma forma e quem somos nós para julgar a felicidade do outro? Ainda gostei quando nossa protagonista diz que não gosta de Aristóteles porque ele colocava a mulher de modo inferior. Logo agora que acabei de ler a biografia da Maria Antonieta e vi que Robespierre e Rosseau achavam que as mulheres deviam ficar no seu lugar. Infelizmente grandes clássicos da literatura são muito preconceituosos com mulheres e eu igualmente nunca gostei disso. E que muitos intelectuais leem livros escritos por mulheres mas com olhar de que são inferiores aos escritos por homens.
Não sei se concordo com o filme que com os estudos e a literatura passamos a conhece o pudor. Tem vezes que acontece o contrário. Cada um elabora de uma forma.
Nunca aos Domingos tem um elenco primoroso, nossa protagonista é a belíssima e talentosa Melina Mercouri, seu amigo americano é interpretado pelo próprio diretor Jules Dassin. Outros são: George Foundas, Titos Vandis, Mitsos Liguisos, Despo Diamantidou, Dimos Starenios, Dimitris Papamichael e Alexis Solomos.
Gostei da coincidência desse post cair exatamente no domingo.


Youtube:
Melina Mercouri - Ta pedia tou Pirea



Beijos,

Pedrita

7 comentários:

  1. Já vi várias vezes este "cult" filme, que adoro.
    A Pedrita descreveu este filme grego de uma maneira muito sua, e de que eu gosto muito.
    Parabéns por este texto.

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  2. Quando o vi, ainda nos anos 60, em Natal, gostei bastante de sua proposta, seja pela forma, seja pelo conteúdo, A sua análise me faz pensar em revê-lo.

    Um abraço.

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  3. Ainda não vi este filme. Agora, estou sem os telecine e vai demorar um pouco a possibilidade de ver filmes cults.
    Denise

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  4. Adoro a Melina Mercouri e esse filme!

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  5. Pedrita, nao sei se vi o filme, mas a música me é super conhecida. Infelizmente o mundo é muito machista e há muitas mulheres que vivem nessa condicao de inferioridade.

    Os gregos sao terríveis quando se trata de família. Vc nao queira saber as histórias que sei e conheco por aqui de gregos casados com estrangeiras e no quanto os filhos desaparecem e no qto as mulheres enlouquecem. É drama mesmo.

    Um beijo e uma linda semana pra vc.

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  6. ematejoca, obrigada. é adorável mesmo esse filme.

    moacy, acho q é bom rever anos depois.

    dê, uma grande perda.

    ana maria, não me recordava da melina mercouri.

    georgia, não imaginava que os gregos continuassem tão ferrenhamente machistas. achei que a evolução da vida tivesse atenuado alguns exageros.

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  7. eu tenho uma disciplina no curso de museologia, chamada Filosofia... é irritante escutar o professor fqazer comentarios a cerca das mulheres, e o pior é que a turma é 85% de mulheres...os homens que teem a maioria é boiola...ahahha

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