O roteiro é bastante surreal, mas reporta muito aos dias de hoje, apesar de passar em cidadezinhas no interior dos Estados Unidos. Nosso protagonista é um famoso ator de westerns, já meio decadente, tem uma crise e desaparece do set. Resolve se refugiar então na casa da mãe que não via há 30 anos. Fiquei imaginando como alguém pode abandonar por tanto tempo alguém querido. Lá ele descobre que possivelmente tem um filho e resolve procurá-lo. Todos em Estrela Solitária são sozinhos, vive despregados do mundo, vivendo suas vidas em abandono.
O roteiro é do mesmo autor de Paris Texas, Sam Sheppard, que também é o protagonista de Estrela Solitária. A fotografia é maravilhosa, o filme parece uma pintura, a direção é de Franz Lustig. Os cartazes de divulgação do filme também são maravilhosos, não deixem de ver as várias opções.
O restante do elenco tambem é incrível, a maravilhosa Jessica Lange, o excelente Tim Roth. Gostei muito de dois atores que fizeram os adolescentes Sarah Polley e Gabriel Mann. Adorei também a atriz que faz a mãe de nosso protagonista interpretada por Eva Marie Saint.
Vou querer rever trechos de Estrela Solitária inúmeras vezes, é uma obra de arte.
A minha primeira experiência com Win Wenders havia sido Paris, Texas e não fora muito positiva. Por isso fui ver Estrela Solitária um tanto desacreditada, mais por curiosidade para ver um outro filme daquele diretor que havia virado piada entre os meus colegas... E me surpreendi com um filme absolutamente terno, lindo, bem feito, com uma história cativante. O que mais me fascinou foram as personagens femininas, todas maravihlosas! Enquanto o personagem principal está perdido no mundo, elas levam a vida para frente. Isso, inclusive, lembrou-me de uma frase do livro do Gabriel García Márquez, Cheiro de Goiaba:
ResponderExcluir"... as mulheres mantém a ordem da espécie com punho de ferro, enquanto os homens andam pelo mundo empenhados em todas as loucuras que puxam a história. Isso me faz pensar que as mulheres carecem de sentido histórico: com efeito, se não fossem assim, não poderiam cumprir sua função primordial de perpetuar a espécie". p. 117, Gabriel García Màrquez, no livro Cheiro de Goiaba.
De toda forma é um filme que pode ser recomendado sem medo: belo, bem feito e nada superficial. (e o melhor é que ainda pude ver no cinema rs)
beijos
Este está na lista dos próximos filmes que quero ver no Telecine. Na semana que vem assisto sem falta, ainda mais agora que li o seu texto.
ResponderExcluirCamila
mesmachuva.blogger
Po esse filme é um clássico.
ResponderExcluirBig Beijos
è uma pena que filmes como o Segredo da Porta fechada, cujo seu comentário me agradou muito, não vou conseguir ver... Esse daqui acho que eu consigo. Já anotei naquela minha listinha hehehehe
ResponderExcluirBeijos!
Não vi este filme, mas outr dia vi uns trechos de Farway So close. Eu sou fã de Asas do Desejo e de FarWay So Close. Adoro estes filmes.
ResponderExcluirVou procurar ver este que você comentou.
beijos
maga, realmente é muito feminino. mesmo a mãe do nosso protagonista, ela resolveu tudo sozinha depois da morte do marido. vendeu o rancho, comprou uma casa e vivia confortávelmente, mesmo sem ver o filho por 30 anos. o mesmo a moça que perde a mãe e vai buscar as cinzas. amei o texto do gabriel que colocou.
ResponderExcluirnão sei luly, acho estrela solitária ainda muito recente para já ser um clássico.
marion, pensei muito em vc durante o filme, acho que vai gostar e muito.
Está agora em exibição nos cinemas em Portugal e é realmente um filme muito belo no seu ritmo calmo e na sua aparente simplicidade... Os actores também estão todos maravilhosos.
ResponderExcluirEu adoro quando seu blog me faz lembrar de coisas gostosas como esse filme. bjs
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