Vou falar detalhes do filme! Gostei do início de conhecermos a delicadeza e cuidados dessa mulher. Nos afeiçoamos a ela, e só depois que conhecemos o seu passado. O Leitor fala exatamente dessa questão do julgamento. Do quanto nos achamos no direito de julgar e condenar outro ser humano, como se fôssemos melhor do que eles, e não percebendo que nos igualamos a eles. Não que devemos perdoar pecados, que sim devam ser julgados e condenados, mas não de forma parcial. Há conversas nas aulas de direito que entram em todas essas questões tabus. Que foram milhares de campos de concentração na Europa, 8 mil funcionários. Como podemos condenar funcionários que tinham um emprego e agiam sob ordens? Muitos de nós nos recusaríamos, mas não acho que seria a demissão que eles sofreriam se negando a um trabalho. Muito provavelmente o funcionário passaria a ser um "hóspede" do campo sofrendo tudo como todos os outros. E muitos podem ter se silenciado aos horrores que inclusive eram obrigados a praticar para não se tornar um desertor e morador do campo. Haviam milhares de carrascos, monstros que se divertiam de modo sádico com o poder sob aquelas pessoas que julgavam inferiores. Mas devia haver um número muito maior de outras vítimas desse sistema horroroso que só cumpriam as sórdidas ordens. É muito irônico quando 40 anos depois um homem vai na casa de um judeu que conseguiu enriquecer novamente e muito, que vive muito confortável, enquanto muitos desses funcionários continuaram vivendo com muito pouco, em situações muito precárias e marginalizados. Não que as pessoas não mereçam superar suas dores e viver dignamente, viver financeiramente muito bem. Mas todos aqueles que não puderam esconder o seu passado por serem pobres, talvez viveram a margem da sociedade.
Outra questão que é abordada é o direito de alguém de não revelar o seu segredo. O rapaz leva ao professor de direito que tem uma informação que liberará a ré da condenação maior. O professor diz que ele tem um direito moral em falar isso no tribunal, mas o rapaz diz que a ré não quer revelar a vergonha do seu segredo. O direito individual de um ser humano de arcar com as consequências, do seu silêncio. A escolha de cada um e o quanto nós temos ou não o direito de intervir.
O rapaz trabalha maravilhosamente e é interpretado pelo David Kross. Kate Wislet interpreta todas as fases do seu personagem. A maquiagem só segue no seu envelhecimento. David Kross já é substituído na idade adulta pelo ator Ralph Fiennes. Alguns outros do elenco são: Bruno Ganz, Susanne Lothar, Ludwig Blochberger, Jonas Jägermeyr, Lena Olin e Kirsten Block.
Youtube: "The Reader" - Trailer
From Mata Hari e 007 |
Beijos,
From Mata Hari e 007 |
Pedrita
Eis um filme que pretendo ver. Só não sei quando, exatamente. Na verdade, procuro fugir dos filmes oscarizáveis. E esse é um deles, não é verdade? No momento, em casa, vejo e revejo Bresson e Straub & Huillet, cineastas que me fazem a cabeça e o coração.
ResponderExcluirUm beijo.
Estou louca para ver. Mesmo sem ter visto, quis ler o post completo. Fiquei com mais vontade ainda de assistir. Desta semana não passa!
ResponderExcluirAdoro a Kate Winslet!
Oi! Assisti Sim Senhor (yes man) com aquele cara das caretas, Jim Carrey. Essas férias foram produtivas e hilárias...
ResponderExcluirNão li o post todo pois quero ver o filme. Gosto muita da Kate.
ResponderExcluirBeijos
Pedrita, anteontem vi na TV uma reportagem falando sobre o filme. Aqui está o maior agito por causa disso e o lancamento foi um sucesso.
ResponderExcluirA dica é ótima.
Um beijo grande
Hoje trabalhei mutio por isso, só chegeui por aqui agora. Fazer imposto é barra, ainda mais em outra lingua;(
Boa noite
Esqueçam a Kate Winslet, esqueçam o Ralph Fiennes - que apareceu em Berlim de cabeça rapada - o verdadeiro talento deste filme é o jovem alemão David Kross. Não esqueçam o seu nome, que ainda vai dar muito que falar.
ResponderExcluirEstá na nossa lista mas ainda não estreou cá pelo burgo. Não li o seu artigo a fundo para não estragar a história. Mas é um dos aguardados por nós. Depois de vermos, voltarei a passar por cá!
ResponderExcluirÉ sempre um prazer passar por aqui!
Paula e Rui Lima
Ainda não me inteirei dos candidatos ao Oscar. Ultimamente, só acho que a categoria "Melhor Filme Estrangeiro" é que vale a pena.
ResponderExcluirDenise
Ainda não vi o filme, nem sei quandon poderei ver, desvantagens de viver em ilhas pequenas, mas está na minha lista daqueles que desejo ver.
ResponderExcluirTambém passei por aqui no termo da leitura da "a viagem do elefante" de josé saramago como prometi. Não foi o livro dele que mais gostei, prefiro "o memorial do convento", "o ensaio sobre a cegueira", "a jangada de pedra" ou "o ano da morte de ricardo reis"... este tem uma estrutura muito mais simples, é essencialmente o relato da viagem, com algumas peripécias do seu cornaca e do elefante, tendo em paralelo alguma crítica social com base noutras personagens sobretudo da comitiva. é um livro de viagens com pouca descrição da paisagem. saramago aqui embora mantendo sua estrutura de escrita, esta surge mais fluida do que nos livros anteriores. em resumo, é um saramago mais suave e capaz de agradar leitores que se cansavam de enredos mais complexos com a mistura de fantástico, real e ficção.
moacy, é bárbaro.
ResponderExcluirana e marion, eu tb não leio o post todo qd quero ver.
ematejoca, concordo plenamente, david kross, arrasa, eu vi no currículo dele que ele é alemão. e já atuou em alguns filmes alemães.
paula e rui, vcs vão gostar.
geocrusoe, eu li um de viagem do saramago que não é esse e tb não gostei tanto quando dos que mencionou. mas ainda não li ricardo reis.