sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Vestígios

Assisti a peça Vestígios no Teatro Centro da Terra. O impactante texto é de Aimar Labaki. A produção é de um grupo de Recife, do Teatro de Amadores de Pernambuco. É uma peça difícil, no final o público tem dificuldade de aplaudir, ficamos pensando se devemos aplaudir os horrores da ditadura, então acabamos sendo mais econômicos nos aplausos. Mas o espetáculo, os ótimos atores, o excelente texto, os cenários de Doris Rollemberg, merecem.

Vestígios fala de um período que não gostamos de saber, muito menos ver, mas que não podemos esquecer, a tortura na ditadura. É uma peça indigesta, onde dois burocratas tentam arrancar nomes de um Professor de História. Esse professor foi envolvido em uma história que nada sabe, mas precisa saber para ver se sofre menos na mão desses homens. Vestígios nos faz sentir vergonha de sermos humanos, se é que somos humanos, ou o que é ser humano. Fala da tortura, em determinado momento fala de técnicas milenares de torturas usadas em vários momentos deprimentes da nossa história. Sempre fico chocada com a forma como os homens acham formas de subjugar o outro ao seu poder, maltratar, ferir. Técnicas que promovam a demora da morte para aumentar o sofrimento. A maldade do ser humano sempre me horroriza. Não foi fácil assistir esse espetáculo. O elenco está ótimo: Carlos Lira, Marcelino Dias e Roberto Brandão. Essa foto é de Elias Vilar. Vestígios foi contemplado pelo Prêmio Funarte Myriam Muniz 2012 e já viajou para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte. Em São Paulo terá apresentações até o domingo, ingressos bem razoáveis, R$ 20,00. Depois mais duas apresentações em Caruaru.

Beijos,
Pedrita

9 comentários:

  1. Realmente se tratando de Ditadura é uma coisa que nem tudo mundo gosta de saber.
    Foi um período muito difícil...
    Essa peça deve ser ótima!
    Super beijinho no coração.
    Jana Nogueira| Fanpage| Youtube

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  2. Deve ser bem dificil de assistir essa peça pois é um período tão doloroso. Se vc gosta do assunto, recomendo o livro do Zueni Ventura: 1968 o ano que não terminou.
    Big Beijos
    Lulu on the sky

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  3. Pedrita,
    deve ser mesmo uma pedreira ter que ver esse espetaculo de dor e sofrimento. E pensar que nós seres humanos somos capazes de uma coisa tão deprimente dessas que é a tortura. Deve ser impactante no final, se aplaudem ou não! Dúvida cruel. Boa dica essa sua!
    Beijos
    Adriana

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  4. Prefiro ver coisas que me façam rir. Odeio a maldade desumana!

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  5. Te respondi lá no blog...
    Não conseguia escrever nos blogs quando fui defender a minha monografia!

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    Respostas
    1. fatima, esse texto é barra mesmo. e vendo é complicado. mas essa turma do ônibus devia ver. eu li que vc voltou pra cachoeira pra defender a tese.

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Cultura é vida!