sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Stromboli

Assisti em DVD Stromboli (1950) de Roberto Rossellini da Coleção Folha Grandes Astros do Cinema. A Folha lançou essa coleção onde cada DVD custa R$ 17,90. Assinante Folha pode adquirir toda a coleção, segundo eles, ganhando 5 DVDs grátis. Eu comprei esse avulso.Gostei demais da Ingrid Bergman. Stromboli é um filme intenso, dramático e angustiante. Stromboli é uma pequena ilha na Itália onde há um vulcão.

A personagem da Ingrid Bergman é uma fugitiva da Segunda Guerra. Ela está em um acampamento de refugiados na Itália. Ali perto estão soldados. Um deles se interessa por ela e a pede em casamento. Eles mal se conhecem. Ela tenta no Consulado uma autorização para ir viajar para conhecidos na Argentina, mas o consulado não autoriza. Ela resolve aceitar o pedido de casamento. Stromboli mostra uma realidade que nós brasileiros mal conhecemos. Da posição do imigrante que não tem muita escolha. Para conseguir autorização para se fixar no país, ela escolhe o casamento para se tornar uma italiana.

Eles se casam e passam a viajar para a cidade do marido. Ela descobre então que é uma ilha pouco habitada, a maioria parte da ilha sem recursos. Os moradores são antiquados. Há um grande choque cultural. No final há um trecho de uma entrevista com Roberto Rossellini e o viés moralista se acentua. Eu vi depois de ver o filme que já tinha achado profundamente moralista. Essa mulher apanha, é maltratada pelas mulheres da ilha, é trancada em casa pelo marido. Mas o Roberto Rossellini ri ao dizer que essa mulher ao final percebe que não há saída, que tem que ficar na ilha e pede perdão. Como se fosse a mulher que estivesse errada em não se enquadrar.

Há um vulcão nessa ilha, todas as filmagens são impressionantes, essas no vulcão são angustiantes. Há vários relatos sobre adversidades na realização do filme e também sobre o tórrido romance entre a atriz e o diretor. Ingrid Bergman fala da dificuldade que foi realizar as cenas com o cheiro do enxofre, o sufocamento que dava, então a agonia não é interpretação e sim realidade. Nas matérias sobre o filme, Ingrid Bergman engravidou e fez todas essas cenas asfixiantes grávida.

As cenas de pesca também são impressionantes. O elenco misturava moradores locais com atores. O marido da personagem é interpretado por Mario Vitale. O homem do farol por Mario Sponzo. Tanto o marido como o homem do farol atuaram nesse único filme. O padre foi interpretado por Renzo Cesana

Beijos,
Pedrita

20 comentários:

  1. Já não gostei desse filme. Coisas muito moralistas não são muito agradáveis, mas machistas são péssimas. No inicio da sua resenha fiquei pensando num filme do Nicholas Cage, que ele é um militar italiano que invade uma certa ilha (não lembro se era Córsega) na época do Nazismo e tem um romance tórrido com uma moça da ilha. Não é um filme nada demais, mas até que gostei. Chama-se "Capitão Corelli"

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Pedrita tudo bom? Te indiquei um selo, dá uma olhada no blog depois. Beijos!

      Excluir
    2. capitão corelli minha mãe me emprestou faz tempo. vou ver.

      Excluir
  2. Olá, tudo bem? O Teatro FAAP apresenta uma peça inspirada nas canções de Chico Buarque. Se der ainda, eu vou. Parece que é curta temporada..... Bjs, Fabio www.fabiotv.zip.net

    ResponderExcluir
  3. Não é meu estilo de filme, Pedrita.
    Ingrid Bergman foi uma paixão na vida de Roberto Rossellini.
    Daí nasceu Isabela Rossellini., linda como a mãe.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. liliane, esse filme se mistura muito com a história deles.

      Excluir
  4. Oi, Pedrita,

    Eu gostaria de ver este filme! Acho que os costumes abusivos para com as mulheres só acentuam os ganhos que tivemos nos últimos anos, e isso me deixa muito grata.
    E tenho interesse pelo caso Bergman X Rosselini. Também tenho interesse por vulcões que são muito perigosos. Poucos anos atrás eu li um
    livro de um geólogo norte-americano, e nele ele fala sobre a tragédia havida, em 1993, num vulcão na Colômbia (O Galeras), que matou os maiores especialistas em vulcão do mundo, que estavam estudando o tal vulcão, no local. Este geólogo foi o coordenador do estudo e também quase morreu.
    E olha que o vulcão nem chegou a entrar em erupção realmente.

    Beijo e bom fim de semana

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. marly, acho que vai gostar. apesar do viés moralista, se mistura muito com a vida real. pois é, o enxofre incomodava o elenco durante as filmagens.

      Excluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Assisti pouca coisa do chamado neo-realismo italiano.

    Bjos

    ResponderExcluir
  7. Oi, Pedrita, tudo bem?
    Gosto muito de filmes antigos e que retratam sobre guerra e ainda sobre a violência contra a mulher dessa forma.
    Quero assistir esse, ainda não vi.

    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista. São 6 livros para escolher e 2 ganhadores.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. eu tb tenho curiosidade de conhecer esse período e como os filmes eram realizados.

      Excluir
  8. ...eu não aguento mais ver esse tipo de filmes. eu estou virando uma avestruz..

    ResponderExcluir
  9. Oi Pedrita! Desculpe, acabei apagando meu comentário sem querer quando fui reponder via mobile. Assisti o filme no domingo agora, realmente fiquei impressionada. Também pelo fato de não ter visto antes, pois amo filmes antigos e de guerra. Suas dicas são muito boas, faço questão de vir aqui sempre. Beijos e boa semana! xxx

    vintagepri.blogspot.com

    ResponderExcluir

Cultura é vida!