Obra Dona Leopoldina de Luis Schlappriz
Quando a novela começou, senti urgência em ler. Que história incrível! Fiquei me perguntando que parte das aulas de história que eu perdi. Eu tive péssimos professores de história, descobri isso na própria escola quando tive contato com um professor de outra turma e vi que as aulas podiam ser bem mais completas e instigantes. Há uns anos venho tentando minimizar essa deficiência histórica nas artes. Qual não foi a minha surpresa de saber que Maria Antonieta era tia-avó de Leopoldina e que uma irmã de Leopoldina foi casada com Napoleão. Austríaca, muito católica, veio feliz ao Brasil para se casar com Dom Pedro que achou lindo na pintura do camafeu que recebeu.
Obra Dom Pedro I (1830) de Simplício Rodrigues de Sá
Leopoldina chegou no Brasil com 20 anos, apaixonou-se por Dom Pedro e tiveram um casamento feliz mesmo o príncipe tendo vários relacionamentos extra conjugais. Assim que Leopoldina chegou, Dom Pedro envolvia-se com uma dançarina. Leopoldina viveu poucos anos no Brasil, somente 9 anos, onde teve um filho atrás do outro e muitos dissabores. Leopoldina tinha um pai muito diplomático, acompanhou todos os conflitos da guerra de Napoleão, o sofrimento de sua irmã, as negociações de países em épocas de guerra. Teve ótimas preceptoras. Sua madrasta disse que precisavam domar o gênio de Leopoldina que conseguiu conter seus ímpetos, mas continuou uma mulher de personalidade forte e decidida. Dom Pedro começou seus estudos em Portugal, mas no Brasil não se entendeu com os seus professores. Seus pais, alheios a formação de seu filho, deixaram que Pedro fosse criado solto, cheio de vontades. Foi Leopoldina que tanto ajudou o príncipe a lidar com o período conturbado após a volta de Dom João VI a Portugal. Foi ela que influenciou a Dom Pedro a ficar no Brasil quando Portugal exigiu que a família voltasse a Portugal. Foi Leopoldina também que influenciou o grito de independência junto com José Bonifácio.
Leopoldina foi uma máquina de fazer filhos, tiveram sete filhos em 9 anos. Apesar dos casos extra conjugais de Dom Pedro, a vida íntima do casal parecia intensa. Mal o filho nascia ela já se via grávida novamente. Estava grávida quando Dom João VI voltou a Portugal, na época do Fico, novamente na época da Independência. Muito triste a morte do primogênito. Foi no seu último parto que sofreu profundamente e morreu. Sua primeira filha Maria da Gloria tornou-se Rainha de Portugal. Leopoldina sofreu muito com a separação da filha. Antes da viagem a imperatriz empenhou-se muito na educação da menina e conseguiu uma professora inglesa.
Eu acho que Dom Pedro amou profundamente Domitila, acho que foi uma tórrida paixão. Os dois eram sedutores, e em geral sedutores estão o tempo todo deixando seus parceiros inseguros para que eles não os esqueçam. Provavelmente esse ambiente de insegurança fez com que eles tivessem um tórrido amor. Leopoldina sofreu muito com esse relacionamento até porque no final de sua curta vida Dom Pedro vivia só com Domitila há umas quadras do palácio. Domitila já tinha três filhos e era casada quando conheceu Dom Pedro. Ela o procurou para que ele tentasse resolver judicialmente o fim de seu casamento. Era comum as pessoas procurarem os líderes para questões judiciais. Como Leopoldina foi outra máquina de fazer filhos, só com Dom Pedro teve cinco filhos, já tinha três do primeiro casamento, somam-se então 8 filhos. Igualmente vivia grávida. Domitila teve 14 filhos em sua vida. É monstruoso o que Dom Pedro fez com Leopoldina. Colocou nomes iguais em seus filhos com Domitila. Quando nascia Isabel, Domitila tinha uma Isabel de Alcântara Brasileira. Os filhos então tinham o mesmo nome dos oficiais, na mesma época, com de Alcântara Brasileiro. O livro para na morte de Leopoldina, mas com curiosidade, fui ver o que acontecia. Dom Pedro sentiu-se muito culpado com a morte de Leopoldina, então seu relacionamento com Domitila degringolou. Tanto que ele casa-se novamente, em outro casamento arranjado com Amélia de Leuchtenberg.
Beijos,
Pedrita
Normalmente as biografias são feitas por autores do país dos biografados, exceto quando se trata de pessoas de projeção global, aqui a projeção internacional de Leopoldina não inclui a Argentina, mas por vezes à pessoas que se cativam por uma personalidade que se cruza no caminho. deve ter sido o caso.
ResponderExcluircarlos, esse autor escreveu várias biografias de rainhas. mas confesso que me surpreendi, até pq há uma clássica rivalidade entre os dois países.
Excluir"há pessoas" não "à pessoas" :-)
ResponderExcluirOlá Pedrita,
ResponderExcluirDeu pena da Leopoldina, parece que só servia para gerar filhos e no entanto, tinha uma personalidade marcante.
Big Beijos,
Lulu
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lulu, realmente parecia que só servia pra isso. vivia grávida, mas influenciou muito dom pedro nas decisões diplomáticas, já que ela que tinha habilidade no tema e pensava de forma global.
ExcluirOlá, Pedrita!
ResponderExcluirDeve ser interessante essa biografia, uma figura histórica e inesquecível!
Beijinhos
andréa, muito marcante realmente
Excluirnossa legal ,voltei aos tempos de escola ,maravilhoso rever um pouco da vida de Leopoldina ,um fato histórico com certeza ,uma personalidade incrível .
ResponderExcluirhttp://unhasdaraquel.blogspot.com
adoraria ter aprendido um pouco mais na escola. foi tudo muito superficial.
ExcluirSempre houve a possibilidade de a gente - como aluno - deparar com um professor mais devotado e tals. Mas o fato é que o ensino de história no Brasil sempre foi deliberadamente deficiente. As elites nunca tiveram nenhum interesse em que o povo conheça a própria história e hoje isso está até mais escancarado. Quanto à questão de as mulheres do passado terem tido muitos filhos, acredito que isso se devia à combinação de três fatores: inexistência de métodos contraceptivos como os que temos hoje, machismo e o fato de a igreja (e por extensão todo o arcabouço moral da época) condenarem a contracepção.
ResponderExcluirGosto de história e teria gostado de ler este livro.
Beijoca
marly, os meus de história foram péssimos. acho que muitos professores ainda ensinam de modo engessado e pouco interessante. esses livros parecem best sellers, cheios de ação. a novela é interessantíssima. acho que é possível ensinar sem ser chato. leopoldina foi casado com um sedutor e sedutor vive para o prazer.
ExcluirOláááá Pedrita
ResponderExcluirNossa eu poderia ficar trocentos horas falando sobre D.Leopoldina!
É uma das minha personagens favoritas da vida real.
Nunca vi Leopoldina como frágil, submissa nem coitadinha traída (clarooooooo que levando em consideração a época e o contexto né?????)
Muito provavelmente melancólica com a situação, infeliz e sofredora sim.
Como dizem os novos livros ela era considerada a Paladina da Liberdade, aquela que abraçou a pátria como se nela tivesse nascido, considerava o povo como se fosse seu e a liberdade era a sua causa.
Ela sempre se mostrou indignada com a situação dos cativos sendo amada por todas as classes sociais inclusive a dos escravos.
Ao contrário da impopularidade (proporcionalmente) cada vez maior de Pedro.
Acho que D.Pedro era apaixonado por Domitila, mas amava Leopoldina (um amor estranho, esquisito e cruel do jeito torto dele, mais uma vez considerando a época e o contexto, um tipo de Carne & Coração)
José Bonifácio foi seu grande mentor(talvez uma espécie de pai) com quem tem uma verdadeira afinidade pessoal, política, emocional e cultural, afinidade essa que Pedro não compartilhava (e sentia-se inferiorizado perante Leopoldina, não permitindo que ela se afastasse dele pensando nela como se fosse "sua").
Tenho o livro em casa mas ainda não li nem esse nem o da editora Leya (D.Leopoldina a história não contada).
Foi baseado nesse A biografia íntima de Leopoldina (Marsílio Cassotti - Ed Planeta) que a novela Novo Mundo foi baseada.
E por falar nisso soube que a personagem de Letícia Colin é a favorita de todos e por causa disso não vai mais morrer na trama das seis.
A novela acaba em 19 de setembro com ela e Pedro sendo coroados imperadores do Brasil.
Excelente semana pra ti Pedrita
Bjs Luli
Café com Leitura na Rede
luli, eu tb. toda hora eu acrescentava algo no texto. chegou uma hora que achei melhor parar. exatamente, nunca vi leopoldina tb como frágil, submissa. uma mulher que foi ficando triste, principalmente depois da morte do filho. mas continuava forte. é muito lindo mesmo como ela vai aos poucos abraçando o brasil. tb acho que dom pedro gostava muito das duas. amava a parceria com a leopoldina e não resistia a paixão pela domitila. dom pedro não tinha a formação cultural de leopoldina. ela realmente se identifica com josé bonifácio. ah, leia, vai gostar muito. leticia colin está incrível. é triste ver aos poucos a personagem se desmontando, mas tb, vivia grávida.
ExcluirVc sabe como gosto de Biografias.
ResponderExcluirE tenho horror de pessoas que culpam ou chamam de elite o que certamente nem sabe o que é ser elite.
Mas, não vou comprar esse livro ou qualquer outro no momento, enquanto não ler o que já tenho na minha maravilhosa (eu acho) Biblioteca.
A novela Novo Mundo é gostosa de se vê.
liliane, a vida no brasil era muito precária. sim, os reis tinham empregados, mas não muitos, tinham móveis e roupas, mas não muitas. talvez na europa vivessem com riqueza exagerada, mas no brasil, melhorou um pouco com a vinda da família real, mas ainda era tudo muito primitivo.
ExcluirOlá Pedrita
ResponderExcluireu sou um admirador profundo do nosso D. Pedro IV de Portugal, imperador do Brasil. Mas reconheço que ele foi injusto com essa grande mulher que foi Leopoldina. Seja como for, eles foram grandes personagens, excelentes pessoas que souberam criar e fortalecer esse vosso grande país que agora passa um momento tão difícil. Quem dera que outro Pedro viesse agora dar um novo grito do Ipiranga. Um abraço para vocês, querido país irmão
manuel, realmente foram admiráveis. fizeram tudo para manter o brasil unido. manter relações com outros países. e admirei mais ainda a força de leopoldina. realmente o brasil passa por momentos muito difíceis. todos, sem exceção, precisam achar anormal a corrupção.
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