domingo, 15 de julho de 2012

Tocaia no Asfalto

Assisti Tocaia no Asfalto (1962) de Roberto Pires no Canal Brasil. Olhava que filme passaria bem cedo e vi que esse ia começar. Logo no início veio um aviso da Petrobras que esse filme foi restaurado com o patrocínio dessa empresa atráves da Cinemateca Brasileira. Que bom, porque esse filme é uma obra de arte. Sim, vocês leram Agildo Ribeiro como protagonista, novinho de tudo. Ele é um matador de aluguel. É contratado por um coronel do Nordeste para ir até a Bahia para matar outro coronel. Esses dois coronéis são políticos.

O que mais me surpreendeu é a atualidade desse filme. Esse matador não tem remorso de matar esse coronel, primeiro porque não sabe fazer outra coisa, depois porque não é ele que quer matar, mas terceiro porque esse coronel fez um açude para ajudar o povo da seca, foi eleito e o açude sumiu porque foi feito de areia só pra ganhar a campanha. A indústria da seca já a pleno vapor. Nada mudou. A fotografia de Hélio Silva é belíssima. Dos atores que conhecemos hoje participam do filme Othon Bastos e Antônio Pitanga. Os outros protagonistas são: Arassary de Oliveira, Adriano Lisboa, Angela Bonatti, Geraldo d´El-rey e David Singer. Glauber Rocha está na produção do filme. Tocaia no Asfalto ganhou prêmio de Melhor Diretor, Ator Secundário (Milton Gaúcho) e Fotografia no Festival de Cinema da Bahia e Melhor Argumento (Rex Schlinder) no Prêmio Saci.

Beijos,
Pedrita


5 comentários:

  1. A seca que ocorre em alguns lugares do nordeste não é algo de ontem ou antes de ontem, é uma situação ecológica antiga, já controlada pela população que sabe o que precisa ser feito a século. O problema é ter como fazer, é viver "sobre a tutela" dos "proprietários" da terra, os nossos políticos, sem gozar dos seus direitos a cidadania. Isso me entristece!!!

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  2. Não assisti esse filme, mas uma produção com Glauber Rocha dispensa maiores comentários.
    Big Beijos

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  3. em quanto, é triste ver o brasil enviar dinheiro para outros países em crise e não fazer projetos realmente funcionais para o nordeste. nem muito caros. eles só querem projetos monumentais q se dissolvem em areia como o do filme.

    lulu, nessa época roberto pires era bem mais importante que o glauber rocha.

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  4. O filme foi uma boa surpresa, tanto pela presença de Agildo Ribeiro, como pela trama que continua atual.

    De Roberto Pires eu vi uma ficção chamada "Abrigo Nuclear" produzida em 1981. Um bom filme, bastante criativo e praticamente esquecido.

    https://cinema-filmeseseriados.blogspot.com/2015/11/abrigo-nuclear.html

    Bjs

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    1. hugo, eu já tinha lido muitos elogios desse filme. é mesmo tudo o q dizem. vou procurar esse do roberto pires.

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