quinta-feira, 6 de março de 2014

12 Anos de Escravidão

Assisti no cinema 12 Anos de Escravidão (2013) de Steve McQueen. Eu e minha mãe íamos inverter a ordem, ver antes esse e depois A Menina que Roubava Livros. Mudamos e acabamos indo ver um dia depois de vencer o Oscar, óbvio que o cinema estava lotado. Por sorte compramos os ingressos com antecedência na internet. Gostei demais! Não era o meu favorito para ganhar o Oscar, mas é um belíssimo filme. Me incomodou que a mídia dizia que era a primeira vez que um diretor negro ganha um Oscar, mas esse texto está errado. Foi a primeira vez que um filme dirigido por um diretor negro ganhou um Oscar, porque o preconceito da Academia continuou já que o diretor mesmo não ganhou o prêmio.

Solomon Northup vive em 1841 com sua família no norte dos Estados Unidos. Ele é violinista, casado e tem dois filhos. Ele é enganado por dois supostos artistas que o contratam e o sequestram para vendê-lo como escravo no sul do país. Solomon realmente existiu e esse filme é baseado no livro que ele escreveu e quero ler. Concordo quando dizem do quanto é realista esse filme, não só por ser baseado em fatos reais, mas pela forma como o filme é retratado.

O adaptador do roteiro não teve receio de mostrar a religiosidade dos senhores de terras e de escravos. Da hipocrisia deles rezando missa, lendo a Bíblia para os escravos, mas não os libertando. Há várias cenas com preceitos religiosos hipócritas desses monstros. 12 Anos de Escravidão mostra ainda a indiferença das esposas, que às vezes até se incomodavam, mas que viviam praticamente alienadas. Olhavam os maus tratos, mas continuavam suas vidas sem o menor sofrimento. A escravidão é horrível para qualquer um, não minimiza o fato dele ter sido livre, mas por ele ser livre e estudado ele acabou compreendendo melhor o que vivia. No final o texto conta que depois de retornar a liberdade ele se uniu para a Abolição e passou a dar palestras sobre o tema.

Chiwetel Ejiofor está incrível como o Solomon. Eu gosto muito do Paul Dano e ele está incrível como o carrasco da propriedade. Merecido o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para Lupita Nyong´o. Ela nasceu no México, mas é do Quênia. O elenco é muito grande, já que são 12 anos e ele passa por vários momentos e propriedades. Michael Fassbender está ótimo como o alucinado latifundiário.


Muito bem também o outro senhor de escravos, esse mais sensível, interpretado por Benedict Cumberbatch. Paul Giamatti faz uma participação. Brad Pitt é produtor e faz também uma participação. As mulheres dos escravocratas foram interpretadas por Sarah Paulson e Liza J. Bennett. A esposa do Solomon por Kelsey Scott. Alguns outros do elenco são Chris Chalk, Michael K. Williams, Alfre Woodard e Adepero Oduye.

Beijos,
Pedrita

25 comentários:

  1. Pedrita, não sei quando vou vê esse filme. Tem um monte deles, na fila.
    Meu tempo corre. Meu tempo voa.
    Mas, não gosto de discriminar.
    Prefiro pensar que o Diretor ganhou porque fez um bom filme.

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    1. liliane, tb estou com o tempo bem apertado. o oscar só discrimina. raramente premiam negros, nem os indicam. o oscar é altamente preconceituoso.

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  2. Quando chegar na locadora , verei.Embora não esteja muito afeita a ver sofrimento em filmes.

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  3. Ainda não vi, mas é um daqueles que pretendo ver. Em Portugal o título ficou "12 anos escravo"

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  4. Ainda não vi, mas deve ser fantástico e ouvi boas referências do filme
    Maravilhoso dia pra vc!
    Big Beijos
    Blog Lulu on the sky

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  5. Eu não ligo muito para o Oscar. onfesso que só me interessei em assistir por causa da Ellen. Às vezes vejo o programa dela com minha mãe. Mas quando começaram a falar dos filmes na cerimõnia eu me interessei por esse daí. Estava meio bolada porque o tal do gravidade estava levando a maioria dos prêmios- Não vi esse também, mas odeio quando um filme fatura a maioria dos prêmios. Um abraço!

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    1. alê, eu vejo mesmo filmes do meu país, mas de vez em qd gosto de conhecer o q os outros países estão fazendo e o oscar mapeia um pouco a produção americana. nem sabia quem é a ellen. me incomodei com os prêmios que gravidade levou, principalmente o de melhor diretor.

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  6. Poxa, o famoso filme?! Ainda não vi, mas claro que tá na minha lista. Tantos comentários. Também achei desnecessário informar sobre a etnia do diretor. Sempre tem essas bobagens.

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  7. Eu quero assistir, mas tenho as mesmas restrições da crítica aos filmes de Steve McQueen.

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    1. enaldo, nunca prestei muita atenção a esse diretor.

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  8. Olá, tudo bem? Estou na minha maratona Oscar, mas queria muito assistir A Menina que Roubava Livros. Espero que ainda permaneça em cartaz. Snif... Bjs, Fabio www.fabiotv.zip.net

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    1. fabio, eu tenho muita programação em cultura para ver. dos americanos só estou ainda querendo ver o lobo.

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  9. Que bom que você gostou! Estou louca para assistir, mas neste fim de semana não vai dar.

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  10. Oi, Pedrita,

    Acho que a confusão quanto à premiação do diretor Steve McQeen se deve ao fato de ele realmente ter recebido o prêmio de melhor direção (pelo 12 anos...), da associação de críticos de Nova York. Na cerimônia, aliás, acontecida na noite de seis de janeiro, ele foi insultado com palavras realmente ofensivas, por um crítico ... negro! rsrs. Li esta notícia num jornal daqui e ela me deixou muito intrigada. Depois, porém, eu percebi que o tal crítico (Armond White) deve ser um desses babacas que querem conquistar a fama a qualquer preço, pois já insultou outros artistas, em outras premiações.
    Quanto ao 12 anos vou vê-lo com certeza pois é um filme que levanta questões palpitantes, nas quais eu tenho muito interesse.

    beijoca e bom fim de semana!

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    1. marly, acho q não teve confusão nenhuma, teve um prêmio de consolação pra confundir mesmo e continuar perpetuando o preconceito.

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  11. Bela resenha de um ótimo filme.
    Abraços,
    Sandra

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  12. Sem dúvida um belíssimo filme. Concordo que a Academia continua conservadora e que Steve McQueen poderia ter vencido, mas a vitória de Alfonso Cuaron também foi justa, seu trabalho em "Gravidade" é ótimo.

    Parabéns pelo blog, é a primeira vez que passo por aqui.

    Estou linkando seu endereço no meu blog.

    Até mais

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    1. hugo, conservadora é uma forma educada. não acho que o preconceito deva ser atenuado. obrigada pela visita.

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Cultura é vida!