segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Lucien Lacombe

Assisti Lucien Lacombe (1974) de Louis Malle no Arte 1. Louis Malle está entre meus diretores preferidos. Coloquei pra gravar e vi. Infelizmente eu vi o texto antes do filme, agora sei que não posso ver antes, porque contou o filme todo. Não é um filme fácil, nosso protagonista se aproxima ou de fato é um psicopata. Amoral, ele começa matando animais com a maior facilidade, chega a ser insuportável.

Ele é um rapaz com pouco estudo, vive com a mãe em uma casa no campo no interior da França. Estamos na Segunda Guerra Mundial. Lucien Lacombe tenta entrar para os resistentes, não é aceito. Ele não quer voltar ao trabalho no hospital. Ele limpa os quartos, em um hospital de freiras. A mãe insiste, no caminho ele é envolvido, vai parar em um hotel, se encanta com a fartura daquela vida e não pensa duas vezes em delatar o homem que recusou ele nos resistentes. Estava bêbado, poderia se arrepender depois, mas não. Acho normal ver o homem preso e sendo torturado. Sempre indiferente, nem os gritos do conhecido o incomodam.

Acho que ele passa a colaborar com os alemães pela vida confortável que pode ter, carros, mulheres, champagne, ternos. Tanto que quando ele se encanta por uma  moça, ele leva champagne para ela. Ele a viu em uma fila aguardando os racionamentos de alimentos, em vez de levar compotas, ele leva garrafas de champagne e acha que está arrasando. Antes do filme contam que ele se apaixona por uma judia. Não sei, não me pareceu. Acho que ele também queria possuir aquela família. A moça era loira de olhos claros, culta, dava status a ele tê-la. O pai era um importante alfaiate, bem vestido, acho que ele queria pertencer a aquela família para ter status. Para continuar galgando socialmente como vinha fazendo. E ele é tão desinformado, que ser informante alemão não combinava pertencer a uma família judia. Mas como um informante admirava o alfaiate, ele queria aquela família para si. Tanto que ele abusa do poder que acha que tem. 

O rapaz está incrível, sempre frio, indiferente ao sofrimento alheio. Ele foi interpretado por Pierre Baile que atuou em poucos filmes, morreu logo depois em um acidente de carro. A jovem judia é interpretada por Aurore Clément, o pai dela por Holger Löwenadler. Esse filme custou muito caro a Louis Malle já que mostrava jovens franceses trabalhando para os alemães, como traidores. O diretor foi muito criticado por mostrar traidores. Mas é um filme complexo, me lembrei o tempo todo da teoria a banalidade do mal da Hannah Arendt. Lucien Lacombe ganhou muitos prêmios: Melhor Filme na Academia Britânica de Cinema, no Sindicato Francês de Críticos de Cinema e Bafta.
Beijos,
Pedrita

14 comentários:

  1. Olá, Pedrita.
    Quando quero conhecer boas opções de filmes, eu passo por aqui.
    Está aí mais um filme que muito me interessou, por tocar em todos assuntos que me interessa: psicopatia e a guerra. Ademais, as atuações parecem ter sido ótimas.

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    1. obrigada, eu acho que vai gostar então do filme, mas é bem pesado.

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  2. Procurei para gravar não encontrei. Acho que gostaria.

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    1. liliane, volte e meia o arte 1 repete os filmes, quem sabe esse retorna. vou ficar de olho e te aviso.

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  3. Oi Pedrita,
    Não curto muito esse tipo de filme.
    big beijos

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    1. lulu, esse é bem difícil mesmo. só vi mesmo pq amo o diretor, mas eu mesma quase desisti.

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  4. Hello, Pedrita!
    É um filme forte, eu gosto!

    Beijinhos ♥

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  5. Olá Pedrita
    Deve ser um filme chocante não é?
    Não aguento ver alguém maltratando um animalzinho mesmo que seja em filme.
    Imagine a falta de sensibilidade do homem levando champagne para uma judia numa fila de racionamento?
    Esse vou passar ;)
    Bjs Luli
    Café com Leitura na Rede

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    1. luli, muito chocante. essa parte dos animais é insuportável, mas passa logo. é tão surreal o momento da champagne. ele vivia em outro mundo.

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  6. Nossa, eu não consigo assistir muito a filmes onde animais e crianças sofrem. Apesar de tudo, parece ser um filme interessante e pesado. Eu gosto muito das suas indicações Pedrita!

    Beijos,
    Pri
    www.vintagepri.com.br

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    1. pri, tenho o mesmo problema. parei várias vezes e voltei. por sorte depois não tem mais. é insuportável.

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