quinta-feira, 22 de junho de 2017

Cenas de um Casamento

Assisti Cenas de um Casamento (1973) de Ingmar Bergman no Arte 1. Esse filme é da série "todo mundo viu menos eu". Sempre quis ver, mas minha curiosidade maior era com as outras obras do autor. Antes de começar, há comentário no Arte 1 sobre o filme com Flavia Guerra que fala que foi uma série que popularizou o diretor. Que muita gente ligava dizendo que iria divorciar-se.

Começa com o casal dando uma entrevista. Eles comemoram 10 anos de casamento. Falam com carinho um do outro, das profissões dos dois. Ela é advogada, cuida de direito familiar, principalmente  de divórcio. Depois segue para um jantar com um casal de amigos, para lerem a matéria. Esse casal de amigos está muito mal afetivamente. Se agridem verbalmente inúmeras vezes, constrangendo os amigos e estragando o jantar. Estão naquela fase pavorosa de o tempo todo desqualificar publicamente o outro. O casal o tempo todo está maltratando verbalmente o outro.
Em outro episódio o marido conta a esposa que se apaixonou por outra, uma jovenzinha. E que eles vão para Paris. São tristes demais as conversas, a dificuldade que eles tem de se desligar. É bonito como perdura o afeto. Eles tem algumas brigas pavorosas. Achei que nunca mais se veriam. Mas a união é tanta, que o laço perdura anos depois. Mas eles nunca voltam, uma pena. Os dois são interpretados magistralmente por Liv Ullmann e Erland Josephson. Como ela é linda. São praticamente os dois. Outros aparecem muito pouco. A maior parte do tempo e das cenas só os dois. Gostei como os figurinos vão mudando. Não só pela passagem do tempo, mas como ela vai se desvencilhando e se libertando do papel de esposa. Os diálogos são incríveis, maduros em muitos momentos. Me assustou o machismo do marido em não ver as filhas. Ele diz que a atual esposa proíbe e ele passa anos sem vê-las. Como se não fossem mais dele. Como é atual essa questão. O filme todo é muito atual, os diálogos. Muito bom!

Beijos,
Pedrita

12 comentários:

  1. Também preciso assistir filmes de Bergman.

    Bjos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. hugo, esse que demorei a ver. sou fã do bergman e já vi vários. gritos e sussurros é o meu preferido.

      Excluir
  2. Esse filme é lindo e ela (Liv) está linda.
    A atriz é Liv Ullman que foi casada com o Diretor.
    Bibi Anderson faz outro papel.
    O ator que até já faleceu eu não conhecia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. liliane, liv é linda demais. sim. lembro q eram casados. eu tenho esse ator em outro filme aqui.

      Excluir
  3. vale a pena conferir esse filme ,uma história linda !! bjs
    http://unhasdaraquel.blogspot.com

    ResponderExcluir
  4. Hello, Pedrita!
    Pela resenha é um filme imperdível, fiquei tentada em assisti-lo!
    Os filmes antigos são ótimos, gosto dos figurinos tbm!

    Beijos, ótimo fds!

    ResponderExcluir
  5. Oláááááá Pedrita
    Siiiiiiim eu também tenho algumas séries rsrs "livros que todo mundo leu menos eu", "filmes que todo mundo amou menos eu" "livros que todos detestaram e eu amei" rsrs
    Esse filme foi inspirado em uma peça, A Dança da Morte (Strindberg) e faz parte de uma espécie de trilogia (Cenas de um casamento, Gritos e sussurros e Sonata de outono) "O Período Amargo".
    Acho que a briga dos amigos que eles presenciam dispara o gatilho na Marianne, e acho que eles se surpreendem quando se permitem sentir raiva e reagir.
    Gosto da passagem do tempo, da transformação, dos diálogos inteligentes e do amadurecimento do casal que se desvencilha de convenções.
    No final o relacionamento deixa entrever que uma espécie de "reconciliação" com os dois amantes traindo outras pessoas.
    Como vc bem diz: tema sempre atual!
    Excelente fds pra ti
    Bjs Luli
    Café com Leitura na Rede

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. luli, gostou da minha série então. é uma culpa que não cabe mais.não sabia que era baseado na peça do strindberg. meu preferido do bergman é gritos e sussurros mas é bem mais improvável. cenas de um casamento se encaixa em muita gente. não sei luli, não achei q os amigos engatilham a separação. acho q o marido já estava com a amante há bastante tempo. é, mas se tiver reconciliação é muitos anos depois.

      Excluir
  6. Já vi este (e mais de uma vez). Acho que os filmes do Bergman fazem sucesso pela mesma razão, crueza, honestidade e exposição do que as pessoas têm de mais íntimo e resguardado. Olha, para ser sincera, eu nem me surpreendi com o machismo do marido, na primeira vez que vi o filme (ele só me revoltou, claro). Eu fico satisfeita quando encontro coisas assim em obras de arte, porque as pessoas têm memória muito curta e gostam de idealizar o passado, se esquecendo das coisas horríveis que haviam então e eram consideradas aceitáveis.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. marly, sim, bergman coloca algo simples e corriqueiro. por isso incomoda tanto.

      Excluir

Cultura é vida!