Que filme desconcertante, cheio de símbolos metáforas! Muitas cenas são surreais e fantásticas! E que locação! Foi realizado em um engenho pernambucano. A protagonista chega de barco que anda pela terra. Incrível como foram gravadas as cenas, parece mesmo que o barco está na água. Como chegaram os colonizadores. E sim, é uma decadente fazenda de cana-de-açúcar.
Ela fica na casa grande caindo aos pedaços. Linda a casa, tudo antigo e detonado. Aos poucos entendemos um pouco. Ela não pagou a energia, não tem dinheiro, está falida. Um morador fala que os donos da casa grande estão com inúmeros processos trabalhistas na justiça. E ela comenta com a tia que os antigos funcionários tiveram a posse de um pedaço de terra, provavelmente pra pagar as dívidas deles. E pelo jeito não foi suficiente porque tem muitos processos trabalhistas ainda. O ódio que elas, a dona da casa grande a a tia, dos que ganharam por direito a terra é assustador. Os novos donos do pedaço de terra criaram um centro cultural e recebem dinheiro da Europa pra cultivar "plantas exóticas". Eles então conseguem com esses trabalhos ter renda, manter a terra produtiva. Os da casa grande só conseguem ter dívidas. A dona da casa grande contrata uma funcionária pra limpar a casa. É abominável como ela trata a moça. Reclama do preço, acha que a moça ter que fazer mais do que lhe é designado sem pagar adicional. Em uma briga ela diz que eles, os funcionários, deviam ser gratos, porque a família sempre deu teto e comida. Isso mesmo, acham que podem explorar a mão-de-obra só porque a pessoa vive na terra do outro, e isso tem nome né? A ótima Dandara de Morais é a funcionária. O outro vizinho é Zé Maria.É tudo sutil e com poucos diálogos. A tia comenta do empréstimo pra plantar chuchu. Isso mesmo, a proprietária achou que poderia ter lucro com chuchu. Eles não sabem o que fazer com a terra. Ela não tem horta, nada pra a subsistência, não tem dinheiro, mas acha que algo milagroso vai acontecer. Que não pode abrir mão do pedaço de terra que sobrou, mesmo não sabendo o que fazer com ele. A tia é a maravilhosa Magali Biff, ela canta em alguns momentos, não tinha ideia que cantasse tão bem. A trilha sonora é incrível. Tem inclusive algumas músicas de Mário de Andrade. É um filme desconcertante!
Beijos,
Pedrita
Boa tarde e um ótimo sábado, com muita paz e saúde. Obrigado pela dica.
ResponderExcluirluiz, boa semana.
ExcluirOlá, tudo bem? Assisti hoje ao filme O Terminal com Tom Hanks. Ainda não tinha assistido. 20 anos depois., Rsrs.... Abs, Fabio http://www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirfabio, faz muito tempo que vi terminal. é um bom filme americano, bem convencional.
ExcluirEste filme parece ser interessante. Eu acho sempre oportuno que se fale dos vícios estruturais da sociedade, porque eles são negados justamente por aqueles que os têm. O que quero dizer é que os exploradores, escravagistas etc. negam a malignidade do que fazem. Quanto a este canal, Brasiliana TV, vou tentar acessá-lo.
ResponderExcluirBeijo
marly, exato, porque é tão naturalizado que só mostrando na tela é que podem chegar a algum entendimento interno.
ExcluirUm filme bastante interessante!!
ResponderExcluir.
Soltam-se os ventos...
Beijos. Votos de uma excelente semana.
cidália, é sim.
ExcluirGostei muito de saber desse novo canal!
ResponderExcluirJá vou anotar aqui pra procurar.
Acho fantástico tudo que promove, divulga e valoriza a cultura.
Esse filme com toques surreais, fantásticos, locação, roteiro e interpretações inspiradas deve ser excelente.
Já levo a indicação.
luli, tb gostei de saber dessa nova opção. embora eu já tenha visto praticamente tudo. esse filme é muito interessante. gostei muito.
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