sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Edifício Yacoubian

Assisti ao filme egípcio Edifício Yacoubian (2006) de Marwan Hamed no Telecine Cult. Eu queria muito ver, nunca tinha visto um filme egípcio. Gosto muito de ver filmes de países diferentes, conhecer um pouco de culturas diferentes e os Telecines me ajudam muito nisso. Sempre há filmes raros, que às vezes nem vierem aos cinemas, ou em circuitos restritos e festivais, muito rapidamente. Gostei demais desse pôster! Avisei minha amiga, ela viu também e gostou. Me emocionei muito!

São muitas histórias de um mesmo edifício. O protagonista fala no início, com fotos e imagens antigas, desse importante edifício que já foi orgulho da cidade. Era um local que abrigava nobres e estrangeiros. Com a guerra, passou a ser ocupado por oficiais que depois que praticamente destruíram o prédio e venderam barato suas dependências. O edifício ficou superpopuloso e com inúmeros moradores. Inclusive o terraço passou a ter famílias inteiras de pobres cidadãos.
A religião é muito forte e obviamente, não somente uma. É tão enraigada a religião em tudo, política e negócios, que tudo é definido segundo os preceitos dos livros sagrados. Como nós brasileiros, eles usam também muitas expressões que trazem o seu deus nas frases, mesmo que sejam corriqueiras como o nosso Graças a Deus ou Deus me perdoe. Há um enorme preconceito aos homossexuais, já que a religião não permite.

A condição financeira é bem determinante. Um homem tem excelentes notas e passa com louvor em todas as etapas para ser um policial, que é o seu sonho. Mas rejeitam-no porque ele é filho de um faxineiro.

Infelizmente a condição da mulher é absolutamente triste. As mulheres pobres ficam a mercê de abusos sexuais nos empregos e aquelas que se rebelam são reprimidas, já que a família precisa de dinheiro pra sobreviver e se o problema é só ela se submeter a apalpadas, que mal há nisso. O livro sagrado permite que os homens se casam mais de uma vez. Um deles inclusive resolve aceitar para conseguir ter relações sexuais que sua mulher desinteressou. Mas ele mantém a segunda esposa escondida de tudo e todos, faz acordos hediondos, mas ela por ter uma situação financeira muito ruim, aceita. Ela se casa, mas todas as ações não parecem de algo afetivo e respeitoso e sim de uma prostituição velada e aceita segundo os livros sagrados.
O preconceito a mulher é tão grande que até o homossexual diz que o maior pecado é o adultério, e que amar uma pessoa do mesmo sexo não é pecado porque não há filhos. Estranho ele não achar matar alguém o maior pecado.

A história do casal dessa foto é a que mais me emocionou. Ela é lindíssima! Ele é interpretado por Adel Imam e ela por Hend Sabri. As mulheres que contracenaram no filme são lindíssimas, como a belíssima Youssra! Alguns outros do elenco são: Nour El-Sherif, Essad Youniss, Khaled El Sawy e Mohamed Imam.

Música do post: Egypt - Angham - Kol Ma Ne2arab

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Beijos,
Pedrita

7 comentários:

  1. Pedrita muito interessante com certeza. Eu tb gosto muito de filmes culturais assim.
    Me explica uma coisa vc fala muito nesse Telecine Cult, seria um canal especial? Nao ria, é que eu já vivo há 15 anos fora do Brasil.

    beijao

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  2. Também foi a primeira vez que vi um filme do Egito. Adoro conhecer realidades e culturas através do cinema. O Telecine Cult está trazendo ótimos filmes alternativos.

    Gostei dessa música!

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  3. Pedrita, eu adorei o cartaz tb. Acho a escrita deles linda. É interessante ver filmes que mostram culturas distintas, mas ao mesmo tempo pode ser chocante porque nos deparamos com costumes que para nós são inaceitáveis.

    Beijos

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  4. Ontem nao tive tempo para lhe agradecer o excelente texto
    "Fausto de Goethe" Fiz logo ligacao com o seu blogue, assim outros leitores podem também ler.
    Agradeco mais uma vez, pois foi um suplemento que veio enriquecer o meu texto. Fantástico "teamwork"!

    Nao digo nada sobre este filme, pois nao o conheco.

    Saudacoes de Düsseldorf.

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  5. O Fausto de Goethe e o Dr. Fausto de Thomas Mann tem exactamente o mesmo tema: Fausto vende a alma ao diabo para conseguir o que ambiciona.
    Na ópera de Charles Gounod a parte filosófica do Fausto desaparece e a história fica reduzida ao amor do Fausto e da Margarida.
    Descubra Goethe! Descobrir Goethe é descobrir o Mundo!
    Deixei este comentário no meu e no blogue do Geocruse.
    Se gostou do Dr. Fausto de Thomas Mann também vai gostar do Fausto de Goethe.
    Saudacoes de Düsseldorf!

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  6. georgia, em uma tv a cabo no brasil há vários telecines. um deles é o cult que vejo mais filmes.

    ana maria, é verdd.

    marion, eu tb amei o cartaz. e a letra da escrita é linda mesmo. eu até assimilo algumas formas diferentes de relações como poder casar com mais de uma mulher. o que eu acho insuportável é a violência contra a mulher.

    ematejoca, eu que agradeço o link. eu tenho muita vontade de ver a visao do goethe sobre fausto.

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  7. Eu perdi o filme. Com a mudança de horários no trabalho, estou meio confusa e cansada e não aguentei esperar o filme começar. Uma pena, pois também gostod e assistir filmes de nacionalidades diferentes.
    Denise

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Cultura é vida!