terça-feira, 7 de abril de 2009

No Calor da Hora

Terminei de ler No Calor da Hora (2008) de João Marcos Coelho. Esse livro é da Algol Editora e traz entrevistas do autor que ele escreveu para os jornais O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e para a revista Veja. Muitas entrevistas foram realizadas com grandes músicos e intelectuais nas décadas de 70 e 80. Gostei muito! Mapeia bastante o pensamento dessa época. Alguns trechos são datados, mas mostram historicamente aquele período. O subtítulo do livro é Música & Cultura nos Anos de Chumbo.

São entrevistas com Gilberto Mendes (foto), Willy Corrêa de Oliveira e Almeida Prado. No bloco de entrevistas com personalidades do jazz estão Sarah Vaugham e Betty Carter. Entre os intelectuais entrevistados alguns são: Antonio Candido, Alfredo Bosi, Sérgio Buarque de Holanda (foto abaixo), Florestan Fernandes e Antonio Callado.


Eu anotei vários trechos de No Calor da Hora de João Marcos Coelho, vou selecionar alguns:
“A marginalizada, frequentemente atacada e sempre desconhecida música nova – a que está sendo criada em alguns poucos centros com muito esforço e quase sem apoio algum de qualquer ordem – saiu de seus subterrâneos nesses últimos dois meses, para um confronto de resultados imprevisíveis com o público.”

“A ideia deste livro é apenas documentar a resistência tal como praticada nos anos de chumbo pelos músicos e compositores brasileiros contemporâneos.”

Caio Pagano: “A partir de 1972, entendi que o único caminho para o músico atual está em praticar a música contemporânea.”


Gilberto Mendes: “Inclusive, eu não me canso de repetir, a gente não faz esse negócio com o objetivo de conquistar o público, de encher salas. Esse é sempre o problema quando vamos buscar patrocinadores, seja a Secretaria de Cultura de Santos ou a Funarte. Esses patrocinadores querem público. Então a gente tem que explicar que este é um festival de uma música muito reservada, uma música muito impopular. Se a música erudita em si não tem o grande público que possui a música popular, imagine então a música erudita nova, de pesquisa, que está no estágio mais atual do processo de linguagem da música do Ocidente. Essa música não pretende atingir o público. Por isso não nos desaponta ver uma sala vazia.”

Youtube: ÚltimoTango em Vila Parisi - Gilberto Mendes



Beijos,

Pedrita

4 comentários:

  1. Fiquei curioso, gosto de ler entrevistas, mesmo datadas: na minha volta ao Rio, vou procurá-lo.

    Um beijo.

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  2. Olá Pedrita

    Hoje é só para lhe desejar uma Páscoa muito feliz e com muitas amêndoas.
    Tenho um ovinho de Páscoa para si:)

    Beijinho
    Isabel

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  3. gostei,
    mas agora to lendo
    que eh filosofia? de um filosofo espanhol.

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  4. moacy, eu tb gosto de livros históricos.

    isabel, obrigada querida.

    olho de pombo, esse livro deve ser bacana.

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