sexta-feira, 26 de julho de 2013

Entre Dois Palácios

Terminei de ler Entre Dois Palácios (1956) de Nagib Mahfuz da Editora Record. É o primeiro volume da Trilogia do Cairo, esse autor é ganhador de Prêmio Nobel de Literatura. Foi uma leitura difícil. O patriarca da família retratada é austero. Me incomodo muito com essa estrutura familiar baseada na violência, na austeridade, no medo e na autoridade. Qualquer conversa é sempre com medo e regularmente se transforma em discussão, sempre com um mandando e outro sendo obrigado a obedecer, já que a obediência é outro lema. O medo permeia essas relações. A esposa é mantida em cárcere privado. Quando os filhos insistem em levá-la a um templo religioso e o marido descobre, ela é expulsa de casa.

Nessa época os casamentos são arranjados e as jovens mulheres não podem ser vistas. A falta de informação limita os temas das conversas que são sempre sobre austeridade, casamento e religião. Não falam de livros, não vão a atividades culturais, ficam tão fechados em suas casas que acabam só falando da vida alheia. Os homens costumam sair sempre para bares e para ter relações com prostitutas. A família retratada vive sem cultura externa, contato com os vizinhos e com uma religião exacerbada.

Beijos,
Pedrita

19 comentários:

  1. Li o Entre dois palácios. Também não gosto dessa estrutura familiar, mas gostei do livro, sobretudo dos momentos que mostrava a rotina calma da dona de casa.

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    1. carlos, eu me incomodo tanto com o cárcere privado que não consigo gostar do restante.

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  2. Oi Pedrita,
    E pensar que ainda existem muitas famílias assim...E o final?
    Fiquei curiosa?
    Beijos

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  3. Meio brabo mesmo. Patriarcas mais que austeros pelo visto. Li um uma vez, que era uma tentativa de fuga de uma familia que morava no Marrocos. Historia real, de "patriarca austero". Situação muito grave, passaram fome no deserto, dormiram em lugares infestados de escorpiões, sofreram muita humihação. Por que a familia dominante ali, nao concordou com a forma com que um oficial da guarda estava criando a sua familia. Você leu esse? Tambem nao lembro o nome... foi escrito pela moça que fugiu com a mae e as irmãs. Agora esse do Nobel, que voce conta, é ainda em outra época. Provavelmente ainda pior.Interessante como se determina que alguem vai ganhar um nobel de literatura ne? Não basta ser bom, deve ter uma politica braba. Bjao!!!

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    1. camille, não li esse, não deve ser uma leitura fácil. anotado.

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  4. Tenho um livro dele na estante à espera de ser lido, mas nunca li nada de Naguib Mahfouz. O único escritor egípcio que li foi Albert Cossery, contos que recomendo.

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    1. carlos, anotado esse outro escritor egípcio. eu tb tinha esse há um tempo na prateleira.

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  5. Deve ser tenso esse livro né Pedrita?
    Bom fds!
    Big Beijos
    Lulu on the sky

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    1. lulu, realmente esse sentimento constante de repressão e medo torna o livro tenso.

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  6. Eu li um livro dele que tem como fundo os contos das mil e uma noites e gostei muito.
    Adoro saber dessa vida fechada, opressiva e patriarcal dominadora.... Vou procurar para ler. Quanto mais eu leio menos compreendo como mulheres se submetem....

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    1. fatima, eu tb me incomodo. é uma estrutura familiar baseada na violência, medo e isolamento.

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  7. Eu não conheço o livro, mas o tema é interessante, porque gosto de livros que abordam os costumes dos muçulmanos, são coisas a que não estamos acostumados e refletimos nos colocando no lugar das mulheres que são são praticamente "inúteis! nessa cultura.

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  8. Oi florzinha...
    não curto esse tipo de livro.
    Mas passando para desejar uma linda semana.
    beijinho
    Jana Nogueira

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  9. Este livro esta na minha wishilist, mas com os temas abordados vou repensar, gosto apenas de livros com finais feliz, ja que na leitura que eu aproveito para dar um recreio a minha vida rsr beijos

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    1. baú, eu leio livros para aumentar os meus conhecimentos.

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  10. algo que me surpreendeu neste livro foi a existência do alcoolismo no seio de islâmicos... penso que o autor subtilmente denuncia este tipo de pessoas e famílias, mas fá lo sem entrar em litígio com o islão-

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    1. carlos, tb mostrou a violência doméstica e infelizmente muito aceita na religião.

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