Assisti a peça O Amante de Lady Chatterley de Rubens Ewald Filho no Espaço Satyros 2. Eu tinha lido o livro e visto a última adaptação para o cinema, queria muito ver a peça. Gosto de ver diferentes expressões culturais sobre o mesmo tema. O texto é de David Herbert Lawrence. Gostei demais da peça. Gostei muito do Rubens Ewald Filho, que dirigiu a peça, focar na censura que a obra teve quando foi lançada e a peça é voltada bastante para esse tema. Os atores são ótimos: Ana Carolina Lima, Germano Pereira e Ailton Guedes. A adaptação do texto é do Germano Pereira.
Adorei a solução de colocar o escritor na peça e o Germano Pereira lembrou muito da imagem que tenho do escritor. David Herbert Lawrence conversa com os seus juízes, fala que seu livro já foi reescrito três vezes e narra trechos durante a peça. Rubens Ewald Filho fala no texto da peça que inclusive há várias versões do livro
que vieram depois da censura. Enquanto eu achei o Germano Pereira muito parecido com as fotos que vi do David Herbert Lawrence, ele já é bem diferente do que imaginava para interpretar o Mellors. Visualmente eu gosto muito do ator Jean-Louis Coullo´ch que fez a última versão para o cinema, ele tem uma beleza diferente, não é tão bonito quanto o Germano Pereira, é mais rústico. Gostei também da solução da peça em não colocar o nu e há um único beijo no final. Apesar disso, a peça consegue mexer profundamente com nossos sentidos. Todos estão muito bem! Como no filme, gostei que o Ailton Guedes é um homem bonito, para interpretar um personagem na cadeira de rodas. E o personagem conseguiu igualmente nos irritar e não dar pena, como eu sentia exatamente no livro. Gosto que essa obra dismistifica vários clichês sobre o tema e que também debate bastante as diferentes classes sociais, a burguesia que menospreza as classes mais baixas. O Clifford aceita que sua mulher tenha filho de outro homem, desde que seja com um homem da classe social deles. Ele aceita quebrar uma regra da sociedade, mas não aceita que seja de alguém considerado inferior. Gostei de escolherem a cena que os amantes se amam ao ar livre, gosto dessa cena no livro e no filme. A trilha sonora é do maestro Marcello Amalfi e Ivam Cabral.
Gostei muito do texto do Rubens Ewald Filho no programa da peça. O programa está muito bonito e tem ótimos textos. Vou separar alguns trechos pra vocês:Texto de Rubens Ewald Filho do programa: "Então Lady Chatterley não é apenas um livro, virou um fato histórico, um ícone. O que, de certa maneira, prejudicou a própria avaliação da obra e do autor."
"Seria muito fácil partir para uma versão explícita, com muita nudez e franqueza sexual. Mas os tempos mudaram e, hoje em dia, o ousado é justamente o oposto: falar de sexo, sem tirar a roupa de ninguém."
Deixei nos links os posts sobre o livro e o filme que escrevi há um tempinho nesse blog.
É a última semana da peça em cartaz.
Música o post: Astor Piazzolla y Villa Lobos - Invierno porteño
From Mata Hari e 007 |
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From Mata Hari e 007 |
Beijos,
Pedrita
Oi,
ResponderExcluirREf está escrevendo textos para o teatro? Para mim, é uma novidade. A obra literária, que causou escândalo na época, é uma das obrasprimas do século XX (assim me parece). E a última adaptação para o cinema também me agradou.
Um abraço.
Preciso fazer um tour aí na tua cidade para vc me levar para esses lugares legais...rs
ResponderExcluirBeijos!
Livro, depois filme, adorei. A peça, infelizmente não posso dizer. Duvido que venha a BH, mas quem sabe? :) Bjão.
ResponderExcluirGostei mais do livro que das versões cinematográficas (pelo menos duas) que tive oportunidade de ver.
ResponderExcluirEm teatro nunca vi.
Comprei o livro num sebo no início do ano e é muito bom. Ainda vou deixar a sinopse desse livro no meu blog. É muito interessante. Ah... Tenho esse gato preto no meu blog... rs. Visite e veja. Blog: 72,7 Sintonia Perfeita.
ResponderExcluirCara Pedrita
ResponderExcluirA peça não conhecemos, mas vimos diversas versões cinematográficas, a nossa favorita permanece a úLtima de origem francesa e lemos também o livro que adorámos.
Beijinhos
Paula e Rui Lima
moacy, a adaptação do texto foi feito pelo germano pereira. mas o rubens ewald filho escreveu um texto para o programa da peça.
ResponderExcluirpaula, ia adorar.
ed, quem sabe a peça siga para bh, sei que já esteve em cartaz em curitiba.
quintela, se não viu a última bem recente, q eu comentei aqui, é majestosa.
paula e rui, eu adorei a última, mas não vi as anteriores.
Ai que deve ter sido uma maravilha...
ResponderExcluirBjus
é bem bacana a montagem, mesmo, também adorei... que legal que curtiu... quer ver outra coisa incrível? vá ver Avenida Q, genial... ainda não deu tempo de postar sobre mas vale muito a pena! bj. erika riedel
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