quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O Salão Russo

Assisti ao recital O Salão Russo na Pinacoteca. Continuação dos recitais da série Os Salões Históricos de curadoria de Anna Maria Kieffer. Eu gosto demais de música russa, literatura russa, das artes russas e fiquei fascinada por esse recital, repertório maravilhoso. As canções foram interpretadas pela mezzo-soprano Vesna Bankovic, pelo tenor Mauro Wrona e pela pianista Dana Radu. Como sempre Anna Maria Kieffer falava trechos dos poemas que iam ser interpretados e percebemos o quanto a música russa tem suas peculiaridades. Uma serenata mais parecia uma parada militar. As músicas de amor, mesmo que com um texto alegre, eram melódicas e tristes.

Segue o repertório completo: Michail Glinka (Novospasskoye, 1804 – Berlin, 1857)
Bolero (Kukolnik)
(Minha maravilhosa querida, sou tão feliz com teu amor...
mas... e se me traíres? ...O amor é como um sonho alado - esperança, felicidade - perdoa tudo).
Rimsky Korsakoff (Tikhvin, 1844 – Lyubensk, 1908)
Nie veter, veia svisoti
(Não é o vento que sopra do alto: Tocaste a minha alma e ela está como as folhas ao vento...como alaúde de cordas rasgadas, cobertas com a neve fria de minh’alma; e tu a tocas como o vento das noites de maio)
Vostocny romans
(Romance Oriental : Manhã e noite o canário canta para a rosa, refletindo a beleza desta canção...Um jovem canta para sua donzela que não entende porque é tão triste a canção dele)
P. I. Tchaikovsky (Kamsko, 1840 – S. Petersburgo, 1893)
Moi anguiel, moi druk (A.A. Fet)
(Meu anjo, meu amigo, proteja-me silenciosamente)
Kak nad gariatshiu zaloi ( F.J. Tiutschew)
(Como o fogo consome as cartas de amor, minha vida se consome)
Piesn, Minioni – Niet, tolka tot, kto znal ( Goethe / L.A. May)
(Canção de Mignon: Só quem já passou por isso sabe o quanto sofro, esperando este encontro; sem força. Espero por aquele que está longe...e minh’alma queima)
Sriet schumnava bala (A.K. Tolstoi)
(No turbilhão do baile vejo, trêmulo, aquele rosto que tanto amei)
Sirinada D. Juan (A. K. Tolstoi)
(Serenata de D. Juan sob o balcão de Nisieta)
Ni otziva, ni slova, ni privieta (A. N. Apuchtin)
(Nem uma réplica, nem uma palavra : Entre nós há um deserto e minha pergunta continua sem resposta...entre a raiva e a saudade, sei: tudo passará, como o som da canção esquecida, como uma estrela cadente no meio da noite.)
Snova, kak prejde (A. M. Rathaus / B. Tutenberg)
(Novamente como antes: Estou sozinha, cercada de saudades...sob a luz da lua as folhas sussurram: onde estás?...Reza por mim, amigo, como rezarei – sempre - por ti)
M. Mussorsky (Karevo, Psoc, 1839 – São Petersburgo, 1881)
Das canções de danças da morte (A. A. Golenishtchev –Kutusov)
Trepak
(A tempestade de neve dança com um pobre bêbado)
Sirinada
(A morte faz uma serenata à uma donzela enferma)
S. Rachmaninoff (Semionovo, Novgorod, 1875 – Beverly Hills, 1943)
Son ( A. N. Pleshcheyev sobre Heine)
(Sonho: a utopia de um mundo perfeito)
Poliubila ia na petchal svaiu
(Me apaixonei por minha tristeza: Miserável estou: essa é a vida que me foi dada: levaram-no embora, e agora somos dois soldados solitários...mas essa á a vida que me foi dada)
O niet, maliu, nie uhadi
(Imploro: não me deixes: Nenhuma dor se compara à desta separação...dize-me : te amo...eu fraca e pálida, preciso tanto do teu amor...estejas comigo...não me deixes)

Youtube: N.Rimsky-Korsakov. "The Snow Maiden". Julia Lezhneva


Bejios,


Pedrita

3 comentários:

  1. Sim, sim, a arte russa gem geral (incluindo, neste pacote, o cinema e a poesia soviéticos) são admiráveis.

    Um abraço,

    ResponderExcluir
  2. Que luxo, Pedrita!

    Apesar de não ser uma profunda conhecedora, tenho muito interesse pelas artes russas. Há uns anos me inscrevi em um curso gratuito sobre cultura russa, mas no fim não abriu por falta de público.

    ResponderExcluir

Cultura é vida!