domingo, 6 de dezembro de 2009

Um Homem Bom

Assisti Um Homem Bom (2008) de Vicente Amorim no Telecine Premium. O nome original é Good. O 007 que tinha me alertado sobre esse filme, o diretor é brasileiro, na verdade nasceu na Áustria, filho de um diplomata e depois estabeleceu-se no Brasil, eu tinha gostado muito de No Caminho das Nuvens dirigido por ele. O 007, como eu, adora o trabalho do Viggo Mortensen. É um filme difícil, na Alemanha, na Segunda Guerra, um professor universitário aos poucos vai sendo enredado pelo nazismo. Ele havia escrito um livro de ficção sobre eutanásia, afinal nem ele, nem sua esposa tem a mínima paciência com a mãe dele que perdeu a memória. A esposa consegue ser pior, foge ao piano e ele tem que dar aulas, sustentar a família, cozinhar, cuidar dos filhos e da mãe. O nazismo pede que ele escreva um artigo baseado no livro. Ele fica inflado, nessa época quase ninguém sabia o que os alemães faziam com os judeus. Alguns sabiam que iam pra campos de trabalho, mas ninguém imaginava como eram os campos de concentração. Ele nem percebe que a Alemanha queria justificar com a eutanásia a minimização de sofrimentos e as inúmeras mortes que eles provocavam. Depois de seduzido, ele fica sabendo que tem que se filiar ao partido. Ele tem vergonha, mas aceita e esconde de todos.

Uma aluna 100% ariana começa a seduzi-lo e ele larga a mulher pra viver com ela, larga inclusive a mãe em uma casa com uma única pessoa cuidando e larga os filhos com aquela mãe ausente. O 007 ficou com a mesma impressão que eu, que essa mulher ariana podia ser mais uma das agentes contratadas pelo nazismo não só reproduzir descendentes puros, mas para estimular o marido a aceitar tudo. Com o artigo ele ganha muito dinheiro, consegue ter um apartamento em um bom lugar e depois ganha uma casa. A mulher fala que era a casa de um judeu que fugiu, mas eles não parecem se incomodar em viver naquela casa luxuosa, de se apropriar do que era do outro. Ele era um homem culto, universitário, parecia não querer ver nada, mesmo sendo informado, se deixava levar pela sedução do poder e do dinheiro e como não lutava a mão armada, achava que não era realmente responsável pela guerra. Ele só começa a acordar depois de muito tempo. É chocante o final. Adorei o surrealismo com a música de Mahler. No elenco ainda estão: Jodie Whitaker, Mark Stroong, Jason Isaacs, Gemma Jones, Ruth Gemmell e Anastacia Hille.


Youtube: The Good trailer


Beijos,

Pedrita

5 comentários:

  1. Quis muito ver esse filme quando estava nos cinemas. Também gosto do ator. Agora que está no Telecine, vou poder assistir.

    ResponderExcluir
  2. Eu adoro o Viggo. Eu tenho muita curiosidade em ver este filme. Vou me programar para assistir na tv.

    Beijos

    ResponderExcluir
  3. gosto do Viggo tambem,
    quero ver esse filme.
    e o diretor vive no Brasil?

    ResponderExcluir
  4. Pedrita, tudo bem?
    Parece ser uma ótima dica. Mas olha, as pessoas vivem assim até hoje, nao se importanto com o que está acontecendo em volta e se temos sucesso que venha mais sem nos importar o que rola no meio. O importante é o dindin. Infelizmente tem sido assim desde que o mundo é mundo e sei que nao vai mudar.

    Bjao

    ResponderExcluir
  5. ana maria, eu só soube da existência desse filme depois do comentário do 007.

    marion, ele está maravilhoso, ele dá raiva, mas vc vai gostar.

    fátima, o diretor se mudou para o brasil ainda pequeno e passou a viver aqui. agora não sei se continua.

    georgia, eu pensava exatamente isso. hj seria bem mais comum a pessoa pelo dinheiro fazer qq coisa, pela competitividade. hj uma ação como a desse homem é muito comum. mas na época do filme havia muito idealismo. as pessoas eram muito ligadas a ideais, ainda mais acadêmicos. eu estranhei como facilmente ele se deixou levar.

    ResponderExcluir

Cultura é vida!