domingo, 6 de março de 2016

O Filho Eterno de Cristovão Tezza

Terminei de ler O Filho Eterno (2007) de Cristovão Tezza da Editora Record. Eu tinha lido desse autor Juliano Pavollini e gostado bastante, esse inclusive já tem os direitos comprados para virar filme. Mas diziam que O Filho Eterno é o mais famoso dele, então resolvi adquirir em algumas dessas promoções virtuais.

O Filho Eterno é praticamente autobiográfico, é ficcional, mas tem o paralelo da vida do autor. Começa com um pai na maternidade esperando o nascimento de seu filho. Já começa o desconforto em escrever a opção profissão. O protagonista está sem trabalho, é um escritor que nunca publicou nada, tudo está começado na gaveta. Quem trabalha nessa família é sua esposa. Nasce então uma criança com Síndrome de Down. Incrível como o autor despe o pai, colocando os pensamentos, inclusive os podres, na maioria das vezes pensamentos podres. Nós somos muito cuidadosos em verbalizar questões complexas, mas os pensamentos tudo podem. Esse despir é o mais fascinante na obra.

Obra de Belmiro Santos

O protagonista tem todos aqueles pensamentos horrorosos sobre a Síndrome de Down, na época ainda intitulada mongolismo. Ele lembra das estatísticas que muitos morrem ainda bebês com problemas cardíacos, então ele pensa que se isso acontecer, logo tudo se resolve, todos esquecem rapidamente. O protagonista fala dos constrangimentos das consultas, da vergonha que percebam que seu filho é diferente. Então essa criança torna-se O Filho Eterno
Obra de Osmar Carboni

A obra também fala da dificuldade financeira dessa família, dos inúmeros gastos, o pai precisa arrumar um emprego público, estão muito endividados. Com o tempo o pai lança seu primeiro livro e com o emprego a situação financeira começa a se equilibrar. O pai percebe amá-lo quando maior o menino desaparece, é no desespero de perdê-lo que o pai percebe que agora ama o filho. O protagonista fala da dificuldade de lidar com o tema da década de 80, quando há muito desconhecimento da síndrome e muito preconceito. Em meio a esses pensamentos, o protagonista lembra fatos de sua vida passadas, seu grupo de amigos, ditadura. O Filho Eterno ganhou os prêmios:
 * Prêmio APCA - Associação Paulista dos Críticos de Arte - melhor romance
Prêmio Jabuti - melhor romance
* Prêmio Bravo! - Livro do Ano
Prêmio Portugal-Telecom de Literatura em Língua Portuguesa - 1º lugar
*Prêmio São Paulo de Literatura 2008
*Prêmio Zaffari-Bourbon da Jornada Literária de Passo Fundo - 2009
*Prêmio Faz Diferença 2008 - O Globo
*Prix Littéraire Charles Brisset 2009 - Association Française de Psychiatrie 

Beijos,
Pedrita

12 comentários:

  1. Está na lista dos que quero ler. Quando trabalhava em uma biblioteca, era o mais procurado e mais difícil de encontrar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. bruxa, livro assediado então. nem imaginava. eu gosto mais de juliano pavollini dele, tanto q aguardo o filme.

      Excluir
  2. Um livro com tema difícil, mas com os prémios recebidos deve valer a pena ler.
    O livro que estou a ler também aborda um tema difícil, contos sobre a guerra do Iraque, contados por um veterano daquela guerra, é a primeira obra dele e ganhou logo a national book award em 2014.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. carlos, é muito bom. e como ganhou prêmio português talvez ache em portugal. difícil mesmo o tema do livro q está lendo.

      Excluir
  3. Resenha maravilhosa dica ótima do livro, tenha uma semana abençoada.
    Blog:http://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br
    Meu canal:https://www.youtube.com/watch?v=apP6eHn5PlI

    ResponderExcluir
  4. Olá Pedrita!
    Gostei da resenha, bons livros são bem vindos sempre!

    Beijos, ótima semana! ♥

    ResponderExcluir
  5. Já vi que o livro é interessante.
    E se o escritor tem um filho com a Síndrome, dá um interesse bem maior na escrita, para mim.

    ResponderExcluir

Cultura é vida!