segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Quero Viver!

Assisti Quero Viver! (1958) de Robert Wise no Telecine Cult. Vi esse filme na programação, coloquei pra gravar. Um dos grandes personagens de Susan Hayward, dificílimo. Ela é uma mulher livre, vive de pequenos delitos, festas, dança. Casou várias vezes sempre com maridos espancadores. O filme é baseado nas cartas de Barbara Graham e nas matérias de Ed Montgomery.


Ela está com uma vida tranquila, casada, mas seu marido, viciado em jogo e alcoólatra, espanca-a e pega todo o dinheiro dela, o pouco dinheiro que ela tinha. Ela tem um bebê para criar. Exige que ele vá embora e procura dois comparsas assaltantes para conseguir dinheiro. Em um dia, a polícia segue-a e prende os três. Eles haviam matado uma cadeirante e tinham outra acusação de assassinato. Barbara Graham jura que nunca matou, o filme baseia-se na sua inocência, é bem provável, mas só sabe mesmo quem esteve lá. Os dois comparsas, para se safarem da pena de morte, acusam impiedosamente ser Barbara a única culpada.
Essa é a foto da Barbara Graham e seu filho. Ela é condenada a pena de morte. É abominável o que fazem para culpar essa mulher, o ódio das pessoas que mal a conheciam em desejar sua morte. Sou contra a pena de morte em qualquer circunstância. O filme fala muito de jornalismo sensacionalista. Ed Montgomery é um dos que mais ampliam as chamadas nos jornais para condená-la. Antes mesmo da sentença. Arrependido, ou interesseiro ainda, ele a procura depois e é um dos que ajuda a ela conseguir que o processo seja reaberto e a pena reavaliada. O governador consegue adiar várias vezes a data da execução, mas nenhum juiz reabre o processo. Incrível que em nenhum momento tentam ao menos reavaliar a causa. O único álibi era o ex-marido violento, já que ela diz que estava com ele no dia da morte. Existia uma forte possibilidade dela dizer a verdade e ser inocente e mesmo assim, nem a ouvem. A única prova que tinha sido ela a assassinar era a palavra de dois bandidos altamente perigosos.

Simon Okland interpreta Ed Montgomery. Sua amiga fiel é interpretada por Virginia Vincent. Alguns outros do elenco são: Theodore Bikel, James Philbrook, Philip Coolidge, Alice Bakes, Lou Krugman, Barlett Robinson, Raymond Bailey, Gertrude Flynn e Helen Kleeb. I want to live! rendeu Oscar de Melhor Atriz para Susan Hayward, merecidissimo, que personagem difícil.
Beijos,
Pedrita

16 comentários:

  1. Olá, Pedrita!
    Quanto sofrimento, parece bem real.
    Eu adoraria assisti-lo, esse tipo de filme mexe com a gente.

    Beijinhos ♥

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  2. Oi, Pedrita,

    Já vii este filme também e ele sempre me leva à reflexão justamente pelos pontos que você destacou: os riscos de a pena de morte ser aplicada a inocentes; mídia sensacionalista e o posicionamento das pessoas com relação a fatos que elas desconhecem, mas julgam que conhecem!

    Beijoca

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    1. marly, eu acho que mesmo a condenados, a pena de morte nos iguala ao assassino. e mídia sensacionalista, estamos afogadas nela no brasil, infelizmente.

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  3. O jornalismo sensacionalista é terrível msmo, em qq lugar do mundo, bjos http://anaherminiapaulino.blog.uol.com.br/

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    1. aninha, no brasil são programas e veículos demais. um exagero.

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  4. Oláaa Pedrita
    Fiquei instigada pelo filme, é aterrorizante imaginar como o julgamento das pessoas pode ser impiedoso e isso sem nem mesmo conhecimento de causa, a mídia sensacionalista que é capaz de qualquer coisa e as reflexões que a narrativa traz como não terem reavaliado o processo mesmo diante de fatos prováveis que poderiam inocentá-la.
    Vai para a lista dos filmes que quero assistir.
    Bjs e ótima semana pra ti
    Luli Café com Leitura na Rede

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    1. luli, eu nem me preocupei em imaginar ela inocente ou culpada. muita perversidade da justiça nem fazer outro julgamento e permitir que ela vivesse, mesmo que continuasse presa. isso já bastava.

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  5. Nunca vi, tenho que confessar que parece ser bem interessante. Beijinho.

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  6. Poxa, deve ser bem interessante esse filme. Só não gosto muito o fato de ser em preto e branco. Engraçado, adoro filmes antigos mas não os em preto e branco. Mas que coisa, não conhecia essa história. Bem cruel mesmo.
    Beijos
    Adriana

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  7. Eu assisti o filme e para mim seu principal tópico é o uso leviano da pena capital contra uma pessoa sem comprovar realmente a sua culpabilidade, apenas por não ser alguém dito "respeitável". Acrescentem a isso a má vontade de autoridades contra mulheres de sua condição, astúcia de advogados inescrupulosos e o circo da mídia representado por um jornalista sedento de autopromoção que através de seus artigos alimentou fartamente a sanha do povo contra ela, que se tornou o bode expiatório.
    Acredito que o único erro dessa moça tenha sido se associar com dois marginais que conseguiram se safar graças à má fé de todos.

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    1. ana, essa é uma clássica discussão sobre a pena de morte pq em geral recai a inocentes, desafetos, gente sem defesa. ela era uma mulher sem defesas e mulheres sem defesas costumam se envolver com pessoas que se aproveitam delas. mulheres vulneráveis.

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