Hoje a protagonista poderia ser diagnosticada com várias síndromes. Parecia sofrer de TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo. Não sei se no TOC incluiria a paranoia que ela vive. Eu conheço duas pessoas parecidas, que não chegaram a extremos, já que a medicina hoje auxilia esses processos. Mas a protagonista tem características que faz muitos deixarem a pessoa quieta, quando na verdade ela precisa de tratamento constante e medicações. Qualquer um que perguntasse pelo perfil da protagonista, diriam que é uma pessoa doce, calada e reservada. O que parece normal, mas alguém absurdamente solitária e dependentes de parentes, com perfil infantil apesar de adulta, tem no mínimo algum problema mais complexo que só a reserva.
Nossa protagonista vive bem com a irmã e trabalha em um salão de beleza. Tanto no salão como em casa, as pessoas auxiliam nos conflitos. Nossa protagonista não sabe o que fazer quando não tem um esmalte que pediram. Não sabe organizar uma casa. Então no salão a ajudam e em casa a irmã organiza e coordena tudo. Os problemas começam quando a irmã passa a se envolver com um homem casado. A protagonista se incomoda muito com os objetos que esse homem deixa na casa, mas a irmã coordena os conflitos. O problema é que essa irmã vai viajar com esse namorado. E é na solidão que tudo passa a se complicar. A irmã é interpretada por Yvonne Furneaux e o namorado por Ian Hendry. Ainda no elenco: Patrick Wynark e John Fraser. Roman Polanski ganhou prêmio de Melhor Diretor no Festival de Berlim.
Começam então as paranoias. Ela começa a ver pessoas saindo das paredes, bichos vindo de rachaduras. A fixação com rachaduras é bem de TOC. Fica horas olhando uma rachadura e esquece completamente do mundo. Mas antes, quem estava em seu entorno, tirava-a dos transes. Como ela passa a ficar sozinha, tudo se acentua. Algo que é a atual é a dificuldade das pessoas do entorno perceberam que é um problema de saúde. E também a dificuldade da continuidade de um tratamento. Pessoas com esses transtornos não querem ver ninguém, falar com ninguém. A protagonista começa a não comer, não beber, com medo das mãos, das rachaduras. É muito difícil um tratamento. É difícil levar a pessoa a uma consulta porque ela não quer sair do quarto. Não toma as medicações. E isso é ainda muito atual.
Beijos,
Pedrita
O filme é é uma verdadeira viagem para dentro de uma mente perturbada.
ResponderExcluirUma coisa que me incomoda é esta mudança de títulos que algumas vezes ocorrem décadas após o filme ser lançado, como aconteceu com a trilogia original de Guerra nas Estrelas.
Este filme por exemplo, sempre foi conhecido como "Repulsa ao Sexo".
Bjos
hugo, a mudança de título me incomodou bastante. tanto que nem usei a versão do brasil. mas na época que o filme é realizado, tinha forte influência de freud, que tudo era sexo. hj ainda tem, mas já está um pouco ultrapassada essa visão que já evoluiu. eu acho q esse filme é bem mais sobre uma mente doente, psiquiatricamente doente do que por problemas sexuais. mas nada impede da personagem ter sido abusada na infância. mas mesmo assim, é mais loucura do que trauma o perfil da protagonista.
ExcluirPedrita,
ResponderExcluirEu nunca assisti esse filme, pela resenha fiquei curiosa.
Beijos ♥
andréa, vc ia gostar.
ExcluirIsso, Hugo. Assisti faz muito tempo com o nome de Repulsa ao sexo.
ResponderExcluirliliane, eu achei que ia gostar desse filme já que tem interesse em ver arte que falem de mentes perturbadas. o nome no brasil é sofrível. nem quis colocar.
ExcluirOlá Pedrita
ResponderExcluirEsse filme faz parte da "trilogia do apartamento" de Polanski (Repulsa ao sexo, o bebê de Rosemary e O inquilino).
Também não acho que é um filme datado, é mais atual do que nunca, uma mente que perde contato com a realidade, absurdamente angustiante.
O filme tem poucos diálogos, mas compensa fazendo um bom uso do jogo de sombras e luzes e usando/abusando das metáforas.
Catherine sem dúvida brilha ao interpretar a protagonista.
BjsLuli
Café com Leitura na Rede
luli, obrigada por avisar. não lembro se vi o inquilino. o bebê de rosemary é incrível. e realmente há relação pesando no encasulamento e no isolamento. é incrível mesmo.
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