quinta-feira, 5 de abril de 2018

Kalinka

Assisti Kalinka (2016) de Vincent Garenq no TelecinePlay. Tinha tempo que queria ver esse filme, mas não tinha coragem pela sinopse. Sim, é um filme dificílimo de assistir mas fundamental. O pior é que é baseado em uma história real.

Os dois filhos pequenos de um casal são amigos de outras duas crianças de um pai que passa a dar em cima da esposa do outro. Ela resolve abandonar o amante e se mudar com o marido, mas o homem a persegue e insiste no romance, ela não resiste. Não gostei da forma como esse marido resolve a questão. Primeiro eles conversam, ele fala que se ela está apaixonada é melhor se separarem mas ela não quer. Quando ele descobre que ela continua com o amante ele chama a polícia por adultério. Gostei que o filme não mostra esse pai como um herói, mas é inegável a retidão dele.

8 anos se passam, os filhos estão adolescentes, Kalinka com 14, e eles vão passar um tempo com a mãe. Percebemos então que a família resolveu o conflito e passou a ter uma relação boa de convivência. O pai aproveita para fazer uma viagem com a mulher que está se relacionando até que recebe um telefonema que sua filha morreu. Começa então o tormento desse pai. Tudo é irregular. O padrasto é médico e diz que a menina teve um mal súbito do coração e que ele deu injeções para reanimá-la. O resultado da autópsia demora a chegar, e o pai procura tradutores porque ele vive na França e a ex-mulher na Alemanha e o laudo era em alemão. Além de tradutores procura advogados, especialistas e todos percebem que tudo foi irregular. Primeiro o padrasto médico participou da autópsia. Depois tinha uma substância na vagina da menina, mas não foi analisada, e as substâncias das injeções não pareciam ser para animar alguém que tinha morrido e sim atitudes insanas. O padrasto médico alega que entrou em pânico com o falecimento da menina e por isso se atrapalhou em reavivá-la. Mesmo com tantos indícios, a Alemanha arquiva o caso, nem manda em julgamento.
Esse pai começa o seu calvário. Ninguém quer abrir o caso, insuportável a inoperância da justiça alemã. Inaceitável a postura da mãe que mesmo sabendo que a filha tinha substância suspeita na vagina continuou achando que nada estava errado na autópsia. Aos poucos vamos descobrindo que esse médico estuprou muitas meninas e descobrimos como fazia. Ele convencia as meninas a tomar injeções para bronzeamento, ou de ferro para fortalecer. Até que um dia em vez da injeção de vitima que colocava ele dava uma paralisante. Muitas vezes as vítimas, na maioria menores de idade, ficavam acordadas mas sem conseguir mexer o corpo e aí que ele as estuprava. O pai da vítima vai em um julgamento e descobre que a justiça alemã não junta todos os casos de mulheres estupradas pelo médico, com isso ele fica solto. Não deve ter sido fácil conviver com a obsessão desse homem. A atual esposa se separa, ela não aguenta a obsessão do marido, as ausências e se separa. Não deve ser fácil mesmo conviver com uma pessoa tão obstinada. Mas todas nós mulheres devemos muito a esse pai e nada as justiças da Alemanha e da França. Ele descobre conversas entre a justiça da França e da Alemanha, monstruoso como se referem a esse pai. Sem falar que esse médico levou 30 anos para ser preso. 30 anos de estupros em mulheres e menores de idade. Devemos muito a esse pai e nada aos juízes e decisores da Alemanha e França. Quem faz vista grossa aos estupros, não une casos e provas, não cumpre mandatos de prisão, são igualmente estupradores como esse médico. Falamos tanto da impunidade no Brasil, parece que outros países também protegem poderosos mesmo que sejam estupradores de meninas.
Daniel Auteuil está incrível como esse pai obstinado. Sua ex-mulher é interpretada por Marie Josée Croze. O médico por Sebastian Koch

Beijos,
Pedrita

12 comentários:

  1. Olá, tudo bem! Neste fim de semana, devo assistir ao tão falado filme sobre o Edir Macedo e comentarei no meu blog. Tenho que acompanhar o musical sobre o Ayrton Senna.... Bjs, Fabio www.tvfabio.zip.net

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  2. Gente!! Esse filme deve ser maravilhoso! Não conhecia. Que homem! Que pai! Gostei do que você descreveu. Perfeito!
    Beijos
    Adriana

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  3. Não curto muito filmes assim sabe?
    big beijos

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    1. lulu, são difíceis de assistir, mas gosto de filmes que mostrem fatos.

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  4. Olá, Pedrita!

    Resenha top, filme imperdível!

    Beijos, bom final de semana ♥

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  5. Olá Pedrita
    Caraca é baseado em fatos reais!
    Coitada da Kalinka e das vítimas desse monstro nesses 30 anos.
    Que mulher é essa que quando o marido diz que é melhor se separarem se ela se apaixonou por outro, ela diz que não, mas não "resiste" ao amante?
    Que mãe é essa que nunca desconfiou do novo marido em 8 anos?
    Afeeeeee viu?
    Com certeza esse pai é siiiiim um herói e graças a ele esse monstro está preso
    Não consigo assistir filme onde crianças, (idosos e animalitos) são maltratados, eu desidrato de chorar, já tô com vontade de chorar só de pensar na Kalinka, no pai dela e nessas meninas :(
    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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    1. luli, em relação a separação até entendo a esposa preferir ficar com o marido e não resistir depois. o q me choca é ela não achar que a filha morreu em circunstâncias estranhas. era uma menina de 14 anos saudável, nadou, jogou bola, não tinha como morrer tão jovem sem levantar suspeita. e mesmo qd outros indícios vão aparecendo ela parece fingir não ver. assustador. mulher cega por amor a um homem. é um filme difícil. mas não mostra a maldade com os menores de idade. é bem delicado nessa questão. mostra mais a obstinação desse homem em buscar provas.

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  6. Complicado.
    Vi aqui na Net mas ainda não cheguei lá.

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