quarta-feira, 11 de agosto de 2021

A Arte de Amar: A História de Michalina Wislocka

Assisti A Arte de Amar: A História de Michalina Wislocka (2017) de Maria Sadowscka na Netflix. Volte e meia eu ponho na busca algum país pra ver os filmes que esse streaming tem. Estava na dúvida se queria ver um filme romântico, mas resolvi arriscar. Na Netflix não aparece que é uma biografia e não gosto de ler sinopses com receio de spoiler. E que surpresa!

Michalina Wislocka (1921-2005) era uma médica, sexóloga polonesa que muito ajudou as mulheres a proteger o seu corpo, a conhecer o seu corpo, a ter orgasmo e até mesmo a resolver suas relações íntimas. Parece algo tão surreal que hoje ainda seja necessário ajudar as mulheres a conhecer o próprio corpo, a ter prazer com elas mesmas pra poder encontrar na relação a dois mais respeito e amor. Eu sou uma defensora do prazer da mulher, de conhecer o próprio corpo, mas é um tema sempre difícil de falar com amigas. Enquanto os homens falam até demais de suas virilidades, até exagerando, as mulheres acham que é tabu, pouco conhecem e acabam muitas vezes em relações abusivas sem saber como se defender.
Wislocka passou anos tentando publicar o seu livro. A liberdade sexual da mulher sempre incomodou, mesmo que seja só com o marido. O partido não queria a publicação do livro. Ela sabia que ajudariam as mulheres. Em uma parte do filme uma mulher muito rica pergunta como lidar com o marido que gosta de sadismos. Ela também gostava de alguns sadismos, mas os que não gostava não conseguia fazer o marido parar, porque dizer não é parte do sadismo, aumenta o prazer. Fiquei surpresa com a sugestão simples e funcional de Wislocka. Dizer uma palavra nada a ver no meio do ato como pinguim, pra desconcentrar mesmo e colocar limites. Sim, Wislocka tinha várias ideias importantes, como médica orientava suas pacientes a se tocar e buscar o orgasmo. Quando resolveram autorizar a publicação do livro, queriam inúmeras mudanças e suprimir o capítulo do orgasmo, incrível como incomoda as pessoas que outras tenham prazer, as mulheres inclusive, como se isso os fizesse perder algum poder sobre elas, sim, um pouco sim, mas a liberdade é para todos. Wislocka inclusive ajudava mulheres a ter prazer com seus maridos, a tentar não ter dor, a como fazer a relação ser mais prazerosa. 

O filme alterna no tempo. Acompanhamos pelas datas os períodos da vida dessa médica. Wislocka foi interpretada brilhantemente por Magdalena Boczarska. Alguns outros do elenco por Carolina Gruszka, Eryk Lubus, Piotr Adamczyk, Justyna Wasilewsla e Danuta Stenka
O livro acabou sendo publicado na íntegra informalmente. Após as amigas ajudarem na aceitação da obra e na tentativa de publicá-lo, acabou vazando e sendo publicado e vendido em feiras e virou uma febre. Depois foi publicado oficialmente! Vendeu mais de 7 milhões de exemplares! Fiquei fascinada por essa médica.


Beijos,
Pedrita

10 comentários:

  1. ainda não conhecia o filme, mais adorei a dica.
    Beijos boa semana
    www.bellapagina.blogspot.com.br

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  2. Este filme deve ser muito interessante! Fui lendo o texto e me lembrando do trabalho dos cientistas Master e Johnson, que, como você sabe, se dedicaram ao estudo da sexualidade humana.
    E sim, a sexualidade feminina sempre foi controlada pelos homens e pelos 'mandantes' do mundo, rsrs.

    Ah, eu li o Reparação, do Ian McEwan e também o achei muito bom.

    Beijo

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  3. Parece ser excelente tanto pela biografia, como pela luta em publicar o livro e pelo comprometimento em levar ao maior número possível de pessoas seu conhecimento sobre o prazer feminino.
    Levo a indicação

    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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    1. luli, exatamente luli, uma luta pra publicar o livro. para impedir o conhecimento feminino sobre o seu corpo.

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  4. Alguém conseguiu entender pq ela usava lenço? No filme ela fala no ouvido da amiga mas não aparece na legenda

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