domingo, 28 de novembro de 2010

Thérèse Desqueyroux

Terminei de ler Thérèse Desqueyroux (1927) de François Mauriac da Cosac & Naify. Ganhei esse livro do Rodrigo Gurgel. Nós conversávamos de autores católicos, ele mencionou esse livro e me presenteou. Ele comprou pela Estante Virtual. Depois que viu o estado do livro ficou surpreso, novinho. Cheguei a mencionar que acho inclusive que não havia sido lido. Rodrigo Gurgel falou que esse autor é pouco traduzido no Brasil, infelizmente. Ele fez muitos elogios ao estilo do escritor e a qualidade de sua obra. Esse livro mesmo não tem mais na editora, só dá pra comprar pela Livraria Cultura, ainda há exemplares por lá. Há um filme francês de 1962 baseado nesse livro que quero ver. Deve ser outra raridade. François Mariac é ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. Minha irmã vai gostar de saber que tenho mais uma obra de um autor Nobel. Nós duas estamos lendo ao menos uma obra de cada ganhador pra conhecer. A tradução é de Carlos Drummond de Andrade, inclusive há um prefácio escrito por ele.


Obra A Woman Reading (1871) de Claude Monet

A obra começa com nossa protagonista saindo de um tribunal. O livro tem a narrativa toda entrecortada, pouco sabemos dos fatos, mesmo o pouco que ficamos sabendo não temos certeza, há muitas lacunas e fragmentos. Interessante como ela pouco quer saber do que falam o advogado e seu pai. É sobre o destino dela que falam, mas ela quer ver a água do rio, caminhar sozinha, não quer saber de nada. Incrível como o autor consegue escrever com tão pouca informação e mesmo assim nos passar o eixo de toda trama. Ele escolheu muito bem as poucas pinceladas dos fatos e nos levar a trama. Mesmo que nós deduzamos muito do que acontece, muito realmente não ficamos sabendo, é tudo um grande mistério.

Obra Le Jour (1929) de Georges Braque

Nossa protagonista é de uma pequena cidade, seria bom que ela se casasse com um homem que ampliasse as suas terras, tradição que já parece acontecer na família. Ela gosta da ideia de aumentar o seu patrimônio e aceita com tranquilidade o casamento. É só depois de um tempo, ela nem sabe quando, que ela começa a pensar que poderia ter um destino diferente, mas ela não sabe como. A trama é toda embaralhada, como os seus pensamentos. Em um determinado momento ela diz que sabe o que ela não quer, mas não sabemos se em algum momento ela descobre o que quer.

Obra Natureza Morta de Jean Metzinger

Trechos de Thérèse Desqueyroux de François Mauriac:

“Teresa, muita gente dirá que não existes.”

“O advogado abriu a porta.”

“Mas que foi que lhe meteram na cabeça, no colégio? Aqui, ela só teve bons exemplos; vigiamos as suas leituras... Teresa diz que não há nada que faça virar a cabeça das moças como os romances de amor da Pastoral dos Bons Livros...”

Tanto as obras e o compositor são franceses do período que a obra foi publicada.






Beijos,








Pedrita

7 comentários:

  1. Oi, Pedrita

    Li muito sobre François Mariac, mas nunca li nada dele. É incrível a ignorância que cultivamos para poder conquistar pequenas regiões de conhecimento.
    abraço
    msn

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  2. fiquei curiosa, quero ler! seu blog me incentiva. Obrigada, beijos e boa semana para você

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  3. miguel, eu nunca tinha lido nada sobre ele, só tinha o nome dele na lista dos ganhadores do prêmio nobel.

    ana maria, obrigada.

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  4. Pedrita, muita gente passa uma vida inteira sem saber o que querem da vida.


    Bjao

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  5. georgia é verdd, e alguns acham q sabem e depois descobrem q nunca souberam.

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  6. não gosto de escritores/escritoras católicos/católicas, mas vou fazer um esforço para ler esse livro!

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    1. fatima, foi exatamente isso que eu falava com meu amigo. tinha ficado impressionada com um livro escrito por um católico, ele mencionou esse e me presenteou. é incrível.

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