terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Boyhood

Assisti Boyhood (2014) de Richard Linklater no TelecinePlay. Tinha curiosidade de ver já que o diretor filmou em 12 anos, filmando o garoto e a família em tempo real. Não utilizava atores mais velhos e sim o seu elenco é que envelhecia. Esse é o grande trunfo do filme, o que ele tem de mais interessante. O roteiro, que é do próprio diretor, é muito americano, a família é muito americana, tive pouca identificação. Demorei até para ver já que na internet falavam que era muito lento, é realmente. Deu preguiça de me propor a ver.

Começa com o garoto com 6 anos e segue até ele fazer 18 anos. A mãe é uma batalhadora. Ela engravida com 23 anos e tem dois filhos. Começa com ela já separada dos pais das crianças. O pai é um imaturo, não trabalha, não divide as responsabilidades com a mãe e ainda é machista. No começo ele fala para o filho que a culpa dele não ter ficado com a mãe é dela porque ela é difícil. Desculpe, difícil é ele. Ele não trabalha, não cuidava dos filhos. Ela tinha que trabalhar, sustentar e cuidar dos filhos sozinha. E se ela tivesse com o pai dos filhos ia ter mais um filho para criar, sustentar e cuidar. No fim também ele diz ao filho de 18 anos que a mãe do garoto devia ter tido mais paciência para esperar ele amadurecer. Ele achava que era só uma questão de paciência. Ter 3 filhos pra sustentar não é fácil. Melhor ela só ter cuidado mesmo das duas crianças. Não entendo porque o machista do ex queria que ela criasse mais um e um adulto. Em nenhum momento ele diz ao filho que ele poderia ter se esforçado mais, ter ajudado a mãe dividindo as responsabilidades, o ex acha que só a mulher era a responsável pela relação e pela família. Essa mãe é muito corajosa. Ela percebe que se não voltar a fazer faculdade, não conseguirá ter uma vida melhor e dar uma vida melhor aos filhos. Ela trabalhava e a mãe dela ajudava com as crianças. Ela abre mão desse conforto, se muda com os filhos, trabalha, cuida dos filhos e volta a estudar. Ela é a heroína de Boyhood.

Ela se encanta com o professor e com o fato dele ser o oposto do anterior. Ele é metódico, tem filhos, realizado, estabilizado. O casamento vai bem, mas o marido exageradamente metódico fica alcoólatra e ela começa a ter problemas sérios com ele. Infelizmente ela só pode levar os filhos dela, muito triste deixar os outros filhos com o pai violento. E tem que começar de novo. Mas agora ela está mais estabilizada, se formou, fez mestrado e dá aulas na universidade. Por sorte ela vive nos Estados Unidos e consegue se estabilizar. Se estivesse no Brasil estava passando necessidades pra sempre e constantemente.
Até eu percebi que a mãe entrava em uma terceira roubada com o casamento seguinte. Um homem bonito, que tinha vindo da guerra no Iraque. Ela que tem uma posição profissional melhor, ele trabalha, mas parece que em empregos menores. Machista, ele começa a se meter demais na educação dos filhos dela e diz ao filho que ele que sustenta o rapaz na casa dele. Delírio total, quem está estabelecida agora é ela, a casa é dela, os filhos são dela, o melhor salário é o dela. Ao contrário da mãe que sempre teve cabeça aberta, o pai dos meninos encareta tanto que até assusta. Ele casa novamente, se estabelece. O menino no aniversário de 16 anos ganha da família do pai presentes que me chocaram, acho que eu deserdaria meu pai depois daquela festa. Ele ganha uma bíblia, um terno com gravata e um rifle. Não só ganha o rifle no aniversário de 16 anos, como ele e a irmã aprendem a atirar. Depois os americanos querem entender porque os jovens entram atirando ainda adolescentes em escolas.

Boyhood termina com o garoto entrando na faculdade. Ele e a irmã vão viver na cidade da universidade, a mãe vende a casona e vai viver em um apartamento. O garoto é interpretado por Ellar Coltrane, a irmã por Lorel Linklater. A mãe por Patrícia Arquette. O pai por Ethan Hawke. O marido professor por Marco Perella. Alguns outros do elenco são: Elijah Smith, Libby Villari, Jamie Howard, Steven Chester Prince e Tess Allen.


Beijos,
Pedrita

10 comentários:

  1. Lembro-me de ter ouvido falar desse filme quando ele saiu, normalmente a vida real é mais lenta e com mais silêncios que os filmes ao estilo norteamericano ou novelas.

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  2. Pedrita querida, tenha um Feliz Natal e um 2016 maravilhoso =)

    Beijos, Pri
    vintage.blogspot.com

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  3. Não conhecia mais amei a resenha, FELIZ NALTAL PARA VOCÊ E FAMÍLIA.
    Novo vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=44dbnHrYIP4
    Blog: http://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br/

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  4. Nossa parece ser sim interessante ...
    Otimo Natal para você que esse ano que entre seja de muitas conquistas, felicidades, saúde e sucesso beijokas http://estilopropriobysir.com/2015/12/21/12313/

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  5. Parece interessante. Só o fato de ser personagens reais, já o torna interessante, diferente.

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    1. liliane, é mais interessante pelo formato que pelo conteúdo.

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