sábado, 5 de janeiro de 2019

Autobiografia de todo mundo de Gertrude Stein

Terminei de ler Autobiografia de todo mundo (1937) de Gertrude Stein da Cosac Naify. Eu gosto muito dessa autora que descobri nesse livro À Margem Esquerda de James Campbell. Depois li o maravilhoso A Autobiografia de de Alice B. Toklas dela e quis ler esse. É igualmente fascinante!

Obra de Francis Picabia

No começo Gertrude Stein quer conhecer Dashiell Hammet, é muito bacana ver a autora falando em conhecer pessoas que li obras. Dashiell Hammet li recentemente A Estranha Maldição. Ela teve dificuldade de encontrá-lo nos Estados Unidos porque esse nome é pseudônimo. Ela encontra inclusive com Charlie Chaplin e eles falam muito de cinema e filmes mudos. O olhar de Gertrude Stein era sempre pelas obras de arte, ela acha que a pintura é a arte mais completa, já ouvi músicos dizerem o mesmo, enfim, cada um na sua arte acha que a sua arte é a mais completa, a que diz mais. E é o olhar com foco nas artes plásticas que a Gertrude Stein olha o mundo. De pintores ela fala bastante de Francis Picabia.

Obra de Paul Cézanne

Ela comenta que todos os pintores da época, inclusive Picasso que é grande amiga, beberam da fonte de Paul Cézanne, mesmo que alguns neguem. É muito bom o Google permitir muito rapidamente toda a pesquisa sobre as pessoas que passam por Gertrude Stein, ver as obras, ótima ferramenta para complementar a leitura.

Gertrude Stein por Francis Rose

Ela é grande defensora do pintor Francis Rose que muitos não se identificam. Inclusive ele, como muitos outros pintores fizeram retratos dela. No último capítulo ela será júri de um festival e fala dos pareceres de outros juízes que não consideravam bons pintores Cézanne, Picasso. E confirmei que nem sempre a crítica sabe realmente avaliar uma arte, seja de que área for. Gertrude Stein também comenta que muitos passavam a olhar com mais afinco alguns pintores, se ela os tivesse elogiado, o quanto também a crítica é influenciável.
Gertrude Stein comenta o sucesso de A Autobiografia de Alice B. Toklas que virou um best-seller e figurou por bastante tempo na lista dos livros mais vendidos. E que com esse livro ela ganhou muito dinheiro. Por essa obra ela passou a ser muito convidada para dar palestras. O capítulo América relata essas palestras e viagens, foi o capítulo que menos me identifiquei, ela fala muito de aviões e carros, que teve grande fascínio, as viagens, hotéis, pessoas desconhecidas.

Beijos,
Pedrita

14 comentários:

  1. Este livro deve ser muito interessante, fiquei muito interessada nele.

    Beijoca

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    1. marly, eu sugeriria ler primeiro o autobiografia de alice b toklas.

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  2. Olá, tudo bem? Assisti no Espaço Itaú Augusta ao filme Uma Noite de 12 anos... Diante da proposta,é um bom filme que enaltece ainda mais o presidente Mujica. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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  3. Nunca li nada dela nem da sua companheira Toklas, embora já conhecesse o nome do círculo de artistas que viveu em Paris entre no século XX até à II Grande Guerra.
    Não sei se é influência de Gertrud Stein, mas há muito que tenho lido de críticos e historiadores da pintura sobre o papel relevante de Cézanne noutros artistas, inclusive Picasso e pelas obras que conheço e respetivas datações, penso ser um justo reconhecimento.

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    1. carlos, acho que iria gostar. sim, stein achava que os pintores que a rodeavam tinham influências de cèzanne, mas nem todos os pintores concordavam.

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  4. Não conhecia esse livro. Artes sempre tão dificeis de serem analisadas! Imagino que sempre tiveram injustiças para esses grandes pintores. Deve ser mega interessante saber mais da vida dessas pessoas.
    Beijos
    Adriana

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    1. adriana, concordo, e quando se tornam consagradas é mais fácil analisar porque já foram embasadas. eu acho interessantíssimo ir me deparando com pintores que vemos em pedestais, humanos e cotidianos. é fantástico.

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  5. Pedrita,
    Essa Autobiografia deve ser muito interessante. Vou atrás dela.

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    1. heloisa, acho que vai gostar, mas eu sugeriria ler primeiro o autobiografia de alice b toklas.

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  6. Sei que ela ajudou ao Ernest Hemingway na época que ele escreveu "Paris é uma festa", incentivando-o e pondo-o em contato com pessoas influentes.
    Acho que era muito rica e muito culta.

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    1. liliane, ela ajudou muitos artistas. e vivia com a casa lotada de artistas, escritores.

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  7. Que interessante!
    Uma leitura assim deve proporcionar uma imersão mundo das artes.
    Já favoritei aqui.

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