segunda-feira, 5 de junho de 2017

Inexistência

Assisti a peça Inexistência de Daniel Alves Brasil no Galpão do Folias. Impactante! Angustiante! É uma parceria da Refinaria Teatral do Brasil com a Perpectiva Escénica do México. Atores dos dois países interpretaram várias cenas de violência contra a mulher. Nunca vi nada sobre o tema tão impactante! Flashes com muita força, símbolos vão aos poucos mostrando várias violência contra as mulheres.

Só assistindo realmente para sentir o que eu senti. A filha que é maltratada pelo pai. Uma cena de estupro é interpretada só com a dor de uma mulher, sem a presença do estuprador. Um homem enlouquecido por cabeças de mulheres. Prisões, chicotes, desrespeitos. A cena da família onde a filha não pode comer mais porque o filho precisa mais. O filho que não vai trazer a mulher que se relaciona pra jantar porque não é a mulher certa. Tantos símbolos. Nesse intercâmbio os grupos descobriram muitas semelhanças da cultura patriarcal e do machismo.

No elenco estão: os brasileiros Ana Szcypula, Renan Lemos e Luiza Martins e os mexicanos Alejandra Zavala, Javier Rodriguez e Paola Vidal. A incrível seleção musical é de Renan Lemos. Músicas de Renan Lemos. As caixas do cenário de Zé Valdir são impactantes além de funcionais. Amei os figurinos de Lilian Kawatoko, maquiagem de Ana Szcypula. Desconcertantes os objetos cenográficos de Diego Pallardó. 

As fotos e o vídeo são de Rodrigo Palmieri.
O Galpão do Folias está com risco de fechar. Devem alguns meses de aluguéis e outras despesas. Eles estão tentando sanar as grandes dívidas com financiamento coletivo aqui.

Beijos,
Pedrita

12 comentários:

  1. Que legal a peça ser com atores dos dois países e com temas tão presentes em ambos.

    Uma pena os espaços culturais terem que lutar para se manter. Aqui perto tinha uma que oferecia cursos, apresentações musicais e filmes menos comerciais, mas fechou.

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    1. bruxa, realmente esse intercâmbio acrescentou muito ao espetáculo. muito triste o galpão estar em dificuldades.

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  2. Boa tarde Pedrita.
    Adorei a temática da peça e é uma pena um espaço tão bom quanto o Galpão correr o risco de fechar.

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    1. andreia, realmente temática fundamental. muito triste que o galpão passe por dificuldades.

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  3. Pedrita,
    Só de ler a resenha me deu arrepios. Infelizmente esses fatos horríveis acontecem a cada instante com muitas mulheres.
    É uma peça pesada, porém real. É bom pra conscientizar as pessoas, principalmente as mulheres que são vítimas.

    Beijinhos

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    1. andréa, arrepia muito. gostei que por símbolos mostra questões tão insuportáveis e inaceitáveis.

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  4. Oláááááá Pedrita
    Impactante e ao mesmo tempo uma triste realidade, violência contra a mulher, coisa que não deveria mais existir mas se faz tão presente.
    Importante trazer à luz o tema atual (atemporal) e bem diferente ter sido interpretada em conjunto por atores dos dois países.
    Uma pena mesmo que tantos espaços de cultura estão infelizmente sendo fechados. Em tempos de crise é um absurdo que a cultura e a educação sejam os primeiros a serem prejudicados com a falta de verbas :/
    Bjs Luli
    Café com Leitura na Rede

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    1. luli, muito triste que aconteça tão frequentemente no brasil. realmente a cultura é a primeira a sofrer com as crises.

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  5. Vi que é uma peça que os chamados "neo conservadores" (que não sabem de nada mas opinam sobre tudo) deveriam ver com especial atenção, rsrs.

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  6. Que pena um espaço cultural está prestes a fechar.
    E acho que eles são isentos de alguns impostos estaduais e municipais.
    Acho que essa historia de meia entrada é uma desgraça para espaços culturais. Porque não se paga por meia-bunda.

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    1. liliane, espaços e cultura não vivem de bilheteria. há necessidade de projetos de incentivos e como vc disse, isenções de alguns impostos e taxas.

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Cultura é vida!