quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Manchester à Beira-Mar

Assisti Manchester à Beira Mar (2016) de Kenneth Lonergan na HBO on Demand. Eu ouvi falar desse filme na época do Oscar, depois esqueci. Foi a Liliane do Paulamar que me lembrou postando sobre o filme no blog dela. Aí fui procurar pra ver. Eu achei estranho esse pôster, já que a moça aparece muito pouco.

O filme é mesmo sobre a relação entre o tio e o sobrinho. Manchester à Beira-Mar é sobre uma família disfuncional. Casey Affleck interpreta muito bem um homem que vive em uma cidade e vive de pequenos trabalhos domésticos. Ele atende com muita má vontade um grupo de prédios onde faz de tudo um pouco e arruma uma infinidade de desafetos. 

Ele é avisado então que seu irmão morreu. Volta a Manchester. Aos poucos os personagens vão lembrando do passado e o quebra-cabeça vai se formando. Assustador como esse irmão que morreu dispõe da vida do outro. Claro, não deve ser fácil fazer um testamento quando se é jovem e sabe-se que pode morrer a qualquer momento. Deve ser difícil falar sobre o assunto. Mas o irmão é objetivo demais no testamento definindo o futuro da vida do irmão sem consultá-lo e sem a menor cerimônia. Revoltante. O irmão deixa a guarda do filho adolescente com o irmão, decide que ele voltará a cidade que sempre viveu, deixa inclusive dinheiro para a mudança. A questão é que esse irmão teve um grande trauma na cidade que é pequena. O tempo todo é constrangido e mal tratado onde vai.
A relação com o sobrinho é muito conflituosa. Claro, o garoto está em choque com a perda do pai. Viviam só os dois, mas o menino é muito mimado. Não quer que nada mude na sua vida. Quer que o tio se adapte a tudo e o garoto continue vivendo como sempre viveu, onde sempre viveu. É um egoísta. Ele demora a perceber o quanto é sacrificante para o tio viver naquela cidade que o julgam o tempo todo, que traz lembranças dolorosas, onde o tio não tem trabalho e pelo jeito não vai conseguir porque a cidade não o quer por lá. Casey Affleck está incrível e ganhou Oscar de Melhor Ator, prêmio que ficou ofuscado com as denúncias que recebeu de assédio sexual a duas mulheres. O diretor também ganhou Oscar por Melhor Roteiro Original.O garoto é interpretado muito bem por Lucas Hedges. Alguns outros do elenco são: C. J. Wilson, Kyler Chandler, Michelle Williams, Anna Baryshnikov, Gretchen Mall, Matthew Broderick, Kara Hayward e Erica McDermond. Nossa, a roqueirinha namorada do rapaz é filha do Mikhail Baryshnikov. Gostei muito da solução do filme para o final. Manchester à Beira Mar é um filme bem longo.

Beijos,
Pedrita

14 comentários:

  1. vou ver se assisto bjos http://anaherminiapaulino.blog.uol.com.br/

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  2. Olá Pedrita
    Como comentei no blog da Liliane e no post que fiz esse foi um dos filmes que mais amei esse ano <3
    Sensível, poético, realista, possível, doce e amargo na medida exata, sensacional o caminho do diretor numa sociedade que prioriza os finais felizes.
    A Michelle aparece pouco, mas é absolutamente imprescindível na película, impossível não se emocionar com o encontro e diálogo dos dois
    A interpretação de Casey, contida e pertinente rouba todas as cenas e cria empatia pelo seu drama familiar e por ele não ter superado, mas ele tenta subverter a ordem e criar uma família possível com o sobrinho.
    A cena deles tomando sorvete é soberba!
    E a cena na delegacia mereceu todas as lágrimas que derramei!
    Sou fã número 1 <3
    Bjs Luli
    Café com Leitura na Rede

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    1. luli, não acho que tenha lógica a personagem estar na capa do filme. é a relação dos dois a mais importante.

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  3. É um dos melhores dramas dos últimos anos.

    Belíssimo filme.

    Bjos

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  4. Olá, tudo bem? Eu assisti ao filme no cinema, mas confesso que não fiquei envolvido e tocado com a história narrada... Bjs, Fabio www.tvfabio.zip.net

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    1. fabio, é um filme realista sem melodrama. gostei bastante.

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  5. Puxa vida! Não vi nada de como vc viu o filme.
    Achei o filme lindo e emocionante.
    Belíssimo drama.
    Já apaguei porque se fosse vê de novo ia ter, "rios de lágrimas". Mas minhas lágrimas valeram a pena.

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  6. Vi este filme na época do lançamento. Não interpretei o desejo do irmão morto (expresso no 'testamento') do mesmo modo que você. É claro que ele foi invasivo. Mas acho que é assim que as coisas acontecem na vida real, a gente exige muito daqueles que amamos, principalmente por confiarmos mais neles. E, neste caso, a quem mais o irmão poderia confiar o próprio filho, com segurança? E ainda tem o fato de que o protagonista estava imerso num processo de destrutiva estagnação emocional, do qual só sairia através de uma ação desafiadora do tipo que o irmão morto impôs a ele, que envolvia cuidar de outro ser humano ao mesmo tempo em que enfrentava as dificuldades que haviam ficado para trás. Isso daria um novo sentido e um novo propósito à vida do protagonista.

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    1. marly, concordo, embora acho que sem o testamento primeiro a mãe seria acionada. só depois o tio. pode ser q aconteça, mas o irmão foi detalhado demais no testamento. decidindo que o irmão tinha que voltar a cidade com dinheiro pra mudança. não cogitando o contrário. não sei, o irmão voltou a estagnação do mesmo jeito. nada mudou.

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  7. Um dos melhores com certeza. E adoro o modo que vc escreve!!

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