domingo, 24 de outubro de 2021

Fanny Owen

Terminei de ler Fanny Owen (1979) de Agustina Bessa Luís da Guimarães & C. Editores. O Geocrusoé me apresentou essa autora e comentou a obra aqui. Quando um amigo esteve em Portugal trouxe essa edição de um sebo. A autora foi procurada pra escrever os diálogos para um filme de Manoel de Oliveira, é muito difícil localizar no Brasil os filmes desse diretor pra assistir. Depois a autora quis escrever o livro em cima do que pesquisou, com a visão dela sobre os fatos. Um dos personagens é Camilo Castelo Branco e os diálogos são praticamente o que ele escreveu como ela conta no prefácio.

O marcador de livros é presente de uma outra amiga que trouxe da França. É com um pedaço da obra Le Baiser de Rodin do Museu Rodin de Paris.

A porcelana minha mãe que pintou.

Camilo Castelo Branco e um amigo conhecem as irmãs Owen. Os dois não tem a intenção de se casar na vida, mas isso não os impedem de estragar a reputação das duas jovens. Eles não tem nada a fazer da vida. Camilo ao menos escreve, mas os dois não precisam trabalhar e sempre tem alguém que faça tudo por eles, se fosse costume até comida na boca receberiam. Os dois sabem as regras sociais, mas mesmo assim visitam diariamente as moças, escrevem cartas românticas. Mudam de uma pra outra como bem entendem. Até que o amigo foge com uma e estraga de vez a reputação das duas. Assim que foge perde o interesse e Camilo ajuda a estragar o interesse mostrando cartas que trocou com a jovem. Ficam disputando sem querer vencer a disputa, sem querer casar, sem pensar nas consequências sociais para as mulheres. O amigo casa com Fanny sem desejar. A irmã também não consegue fazer um bom casamento já que a reputação das duas com a fuga da outra foi destruída. É um livro bem deprimente.
 
Beijos,
Pedrita

11 comentários:

  1. Camilo Castelo Branco então "não era flor que se cheire."
    Bjs,

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. liliane, eu não sei como foi a vida dele depois, mas no período do livro é abominável.

      Excluir
  2. Boa tarde:- Ao que parece Camilo Castelo Branco não era assim um homem de H grande como muita gente quer fazer crer.
    .
    Um domingo feliz … Abraço.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderExcluir
  3. Fiquei curiosa. Tenho o livro do CCB 'Amor de Perdição' que é um marco do romantismo português.
    E quanto ao comportamento dos homens, nos séculos que nos precederam, com certa frequência era execrável. Muitas mulheres se tornaram 'perdidas', em consequência da leviandade deles.

    Beijo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. marly, eu gostei muito de amor de perdição. foi bom q li antes de saber o horror que é o escritor. sim, muita maldade.

      Excluir
  4. Que livro interessante. Eu li a obra do CCB: Amor de Perdiçao na época da escola.
    Big Beijos
    www.luluonthesky.com

    ResponderExcluir
  5. Gostei muito desse livro, as personagens são todas reais, agora parte da interpretação dos acontecimentos tem a caneta de Agustina.
    Efetivamente parece que Camilo era tão bom escritor como má índole e essa tragédia aconteceu,,, os pormenores escuros são especulativos tendo em conta o estudo de Agustina. Eu não me senti deprimido com o livro, mas a escrita dela para alguns leitores torna-se difícil pelas divagações em série na narrativa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. carlos, muito trágico. não tinha ideia que o camilo fosse tão perverso.

      Excluir
  6. Não conhecia a obra e estou indignada com a atitude de Camilo Castelo Branco e o amigo, levando em consideração os costumes da época e a falta de empatia dos dois.
    Sem falar que viviam de maneira absurdamente sem fazer nada.
    Sua foto está MUITO LINDA!

    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. luli, eu fiquei tão chocada q fui ver se era ficção e não realidade. mas aconteceu mesmo. talvez com algumas pinceladas com olhar feminino, mas é fato q uma fugiu e a outra teve q aceitar o q veio. ah, obrigada, ando tentando melhorar nas fotos.

      Excluir

Cultura é vida!