sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A Prova


Assisti A Prova (2005) de John Madden no HBO. Esse filme encerra a maratona de filmes no domingo, na verdade foram somente três, mas raramente vejo mais que dois filmes em um dia. É que Luzes da Cidade eu vi por um acaso. Estava na maior dúvida sobre qual filme veria às 20hs, eram vários que anotei. Estava na dúvida de ver esse por ser um drama e ter receio de seu roteiro, que é baseado na peça teatral de David Auburn. Mas na última hora comecei a ver e foi uma grata surpresa. Tinha anotado esse filme porque é com a Gwyneth Paltrow que adoro e vi que o Anthony Hopkins também estava no elenco.

Logo no início já me deu um nó no peito. A personagem de Gwyneth Paltrow está sozinha em uma casa, abre uma champagne e o pai aparece e pergunta porque ela comemora sozinha seu aniversário. E nas lembranças das amigas e da irmã, ela fala que está melhor sozinha. Aí o pai diz que ele morreu no dia anterior. Começa então uma discussão sobre a loucura. A filha cuidou do pai que tinha enlouquecido até ele morrer. Ele foi um grande matemático e ela seguiu a carreira do pai. Pela doença do pai ela abandonou a faculdade e viveu 5 anos de total dedicação. Aparece então uma irmã totalmente diferente, preocupada com sua casa e futilidades. Uma irmã que anos a fio tinha sido ausente. O grande drama da personagem de Gwyneth Paltrow é que ela acha que tem a mesma doença do pai, que é louca também. E pior, todos acreditam nisso. A irmã fica o tempo todo falando com a irmã como se ela tivesse problemas mentais. Mas ela cuidou muito bem do pai sozinha anos.
Várias questões no roteiro me chamaram a atenção. Uma é o abandono de todos quando o pai adoece. Ninguém quer cuidar, visitar e ainda atacam quem cuidou com tanto zelo e se anulou. Outra é a questão feminina do conhecimento. Todos duvidam da capacidade profissional da personagem de Gwyneth Paltrow. Ela não poderia ser tão brilhante como pai, herdou a sua loucura, mas não o seu brilhantismo. A Prova é um filme muito feminino sobre a incompreensão da sociedade ao talento feminino. A pressão é tanta, que personagem de Gwyneth Paltrow começa a duvidar de si mesma. Ela vive um dos dias mais doloridos de sua vida, o enterro do pai, mas ninguém quer dar afeto, querem arrumar um marido pra ela, levar pra ser tratada, não dão amor e não acreditam no seu talento. Ela está emocionalmente fragilizada, quem sabe o que é perder alguém que estava diariamente conosco saber a dor e a confusão que o acontecimento gera, mas todos acham somente que é a herança da loucura do pai. A Prova é dolorido e impressionante.
Gwyneth Paltrow está simplesmente maravilhosa, ela atua divinamente. Outro que está muito bem é Jake Gyllenhaal. A irmã é interpretada por Gary Housnton.

Beijos,

Pedrita

5 comentários:

  1. Eu amo quando vc fala de algum filme que eu acho que só eu vi. Especialmente a leva atual, desde Pagamento Final, de filmes que eu adorei e acho extremamente subestimados. Este é mais um. Beijos!

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  2. Não vi ainda.
    Mas irei ver.

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  3. Não vi o filme, mas pelo seu post acho que gostaria do filme e são grandes as chances de me emocionar com ele. Muito triste mesmo a situaçao da filha.

    Beijos

    E tem post extra no blog !

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  4. Deve ser um filme realmente ótimo! A Gwyneth Paltrow é uma grande atriz, e o Anthony Hopkins dispensa comentários (confesso que tenho um pouco de medo dele desde que assisti a "Hannibal"! Hehehe!). Assim que puder, vou ver "A Prova".

    Por falar em talentos femininos, amanhã faz trinta anos que Maria Callas faleceu. Ela foi, sem dúvida, uma das mais talentosas mulheres do século passado.

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  5. Querida, umas 3 vezes pensei em alugar esse filme e acabei não o fazendo. Vc me encorajou.
    Beijos

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