Assisti Madame Durocher (2024) de Dida Andrade e Andradina Azevedo no TelecinePlay. Eu procurava o que ver nesse streaming e me deparei com esse pôster. Gosto demais da Isabel Filardis e da Sandra Corveloni. E que grata surpresa! É mais um filme histórico brasileiro!
Esse conta a história de Marie Josephine Mathilde Durocher, a primeira parteira brasileira, formada pela Academia Imperial de Medicina.
Durocher veio ao Brasil com sua mãe (Marie-Josée Croze) quando tinha 7 anos. A mãe tinha uma loja na rua do Ouvidor. O filme diz que a história é real, mas alguns personagens e diálogos são ficcionais. Imagino a dificuldade para levantar as informações. A mãe de Maria morre cedo, ela se casa e tem um filho, na biografia falam em dois filhos. O marido (Armando Babaioff) é assassinado por um matador por engano. É quando Maria vê que a Academia Imperial de Medicina abriu vagas para mulheres para o curso de parteiras, ela é a única mulher a se inscrever. Nesse período, Durocher é interpretada brilhantemente por Jeannie Boudier. No filme ela e a mãe tinha duas escravas que são alforriadas e a personagem da Filardis continua com a família. Maria promete pagar salário assim que puder.
André Ramiro interpreta Dr. Joaquim, Joaquim Cândido Soares de Meireles, filho de cirurgião e médico. Ele é grande aliado de Durocher. Ainda aparecem no elenco: Nelson Baskerville como Dom Pedro II, Mateus Solano faz o médico que dá aulas de parto. E ainda Thierry Thémouroux, Fernando Alves Pinto, Adriano Toloza e Clara Moneke.
Sandra Corveloni interpreta Durocher mais velha, até o final de sua vida. A parteira mudou logo suas roupas para saia longa e com visual mais masculino, ela dizia que era mais confortável para a função de parteira. Há várias especulações do motivo da mudança da roupa, certeza só mesmo pela maior facilidade no trabalho. Seu filho morre na Guerra do Paraguai. Durocher fez o parto da Imperatriz Tereza Cristina. Contrariando as estatísticas de expectativa de vida, Durocher morreu com 84 anos.
Vi a exposição Virgília de Jorge Enciso na Galeria Leme. Infelizmente perdi a abertura, fiquei encantada com o belíssimo trabalho. A curadoria foi de Tiago Sant´Ana, outro artista que gosto muito e comentei aqui. Jorge Enciso é de Assunção, Paraguai.
Obras Espiritu Curvado (2025) e Curvas de lo invisibile de Jorge Enciso
Eu fiquei encantada com as 24 esculturas em cerâmica. E a montagem está igualmente linda. Como as obras combinaram com o espaço.
Obra Evidência (2025) de Jorge Enciso
Obras Lengua de un corazon antiguo I e II
A mostra Vigília de Jorge Enciso é gratuita e fica em cartaz na Galeria Leme até 18 de dezembro.
Assisti Consagração (2023) de Christopher Smith no TelecinePlay. Visto os dois filmes que queria ver do Telecine, fui pesquisar o que tinha disponível de terror que amo e sábado é dia de fantasminhas. E como tem fantasminha nesse filme. Eu não sou muito fã dos filmes de terror com temática católica, fico sempre com a sensação que existe só pra igreja angariar fiéis, como propaganda, só a religião católica salva das possessões. Mas me enganei redondamente e descobri um filme incrível, com roteiro excelente, belíssima execução e absurdamente surpreendente. Fiquei muito impactada!
Uma jovem recebe um telefonema sobre a morte de seu irmão. Logo ela já começa a ter assombrações. Jena Malone está muito bem. Ela viaja para um convento e descobrimos que seu irmão era padre. Ela acha estranho que ele tenha se suicidado, não era o perfil dele. Ela não é religiosa. Ela começa a pesquisar para entender o que aconteceu e fatos estranhos começam a ocorrer. Ela descobre que o irmão tinha abraçado uma seita fanática e por isso arrancado um de seus olhos. Ela vê que uma freira também não tem mais um dos olhos.
As locações são lindas. O convento faz de tudo para ela não descobrir os segredos, inclusive o padre de Danny Huston. O filme é muito bem construído, não economiza nos sustos, mas é elegante, inteligente e absurdamente assustador. Consagração é muito bem construído e surpreendente. Incrível!
Terminei de ler Objetos Cortantes (2006) de Gillian Flynn da Intrínseca. Desde que vi a série, quis ler o livro. Essa autora é também jornalista e fala muito profundamente de famílias disfuncionais. O livro é policial, mas ela vai fundo em patologias familiares. Como é jornalista também, gosto como ela pensa as pautas, escreve as matérias. Na série ela pensa a matéria, mas no livro podemos ler o que a personagem escolheu para colocar, ler o que foi publicado, gostei muito. Esse foi o primeiro livro da autora.
A protagonista é jornalista em Chicago. Seu editor pede que ela volte a sua cidade natal para investigar o sumiço de uma menina e verificar se aconteceu o mesmo que outra menina do ano anterior. Ela tem uma relação muito conturbada com a mãe. E por ser fechada, ninguém imagina. A mãe é daquelas mulheres insuportáveis, mas que parecem maravilhosas para a sociedade. Rica, poderosa, benevolente é considerada uma grande mulher. A jornalista, quando era somente uma adolescente, nunca foi respeitada e o mesmo acontece com ela na volta a cidade. A mãe adora roupas flutuantes, claras e a filha óbvio que é sempre ao contrário, além de usar roupas de golas altas, mangas compridas.
A série já tinha me revirado por dentro, mas o livro me dilacerou. Quero rever a série para perceber as escolhas dramáticas de cada um.
Fui reler o meu texto da série e eu odiei o final. No livro, o final é redondinho, muito bem explicado, encaixado. Pelo jeito na série não ficou claro como no livro. Vai ver que quem fez a série estava com o livro tanto na cabeça que nem percebeu que não passou claramente pra série.
Assisti Megalópolis (2024) de Francis Ford Coppola no TelecinePlay. Esse era outro filme que queria ver nesse streaming. Controverso, complexo, recebeu muitas críticas ruins. É estranho, irregular, mas foi uma experiência muito interessante!
Adam Driver é César, um arquiteto visionário que quer construir a Megalópolis. Não curti a cidade ser inspirada em Roma em um futuro distópico. Nunca gostei de histórias ambientadas em Roma e suas violências. O arquiteto usa drogas, bebe muito, tem muitas mulheres, sofre pela perda da esposa. A filha do prefeito, da maravilhosa Nathalie Emmanuel, se apaixona por ele, na verdade eles se apaixonam. Adoro essa atriz, linda e talentosa, ela está deslumbrante no filme.
O pai Cícero de Giancalo Esposito não gosta nada do romance.
Megalópolis é repleto de estrelas. John Voight é Crassus, Audrey Plaza, Platinum. Bailey Coppola,da família do diretor, também está no elenco. E ainda Jason Schwartzman, Shia LaBeouf, Laurence Fishbourne, Kathyrn Hunter, Dustin Hoffman e Grace VanderWaal.
Megalópolis tem uma estética muito interessante, é o melhor do filme.