Assisti A Hora do Desespero (2021) de Philip Noyce no TelecinePlay. Que filme angustiante! O nome original é Lakewook, o nome de uma cidade na Califórnia cercada de mata. Como o lugar é bonito! O maravilhoso roteiro é de Chris Sparling.
A protagonista prepara a filha bem pequena e a coloca no ônibus da escola. E vai acordar o filho adolescente que quer ficar dormindo. A gente entende que ela é viúva recente e que estão todos tentando superar. Ela vai correr naquelas paisagens maravilhosas e o celular não para. É a filha que esqueceu algo que precisa pra aula, a mãe que vai chegar de viagem, são pedidos e mais pedidos pra essa mãe sobrecarregada.
Polícias começam a passar, ela ouve pelo celular que as estradas estão fechadas porque algo aconteceu na escola. Desesperada ela tenta saber da filha, que está bem e fala com ela. Ela descobre que o que acontece é nas turmas dos mais velhos. Ela fala com uma amiga e diz que o filho não foi a escola, mas a amiga diz ter visto ele entrar na escola. Começa o desespero dessa mulher. O carro está no conserto, são duas horas correndo até a escola e ela já está exausta. Ninguém consegue dar carona porque estão presos pela interdição. Ela consegue ajuda do mecânico que mora em frente a escola e ele confirma a caminhonete do filho no local.
Muito corajoso o filme falar sobre essa temática. Eu tinha lido Passarinha que é infanto-juvenil e fala pra esse público sobre a reconstrução da escola após uma tragédia dessas. Esse filme não julga. É só a mãe tentando saber pelo celular enquanto corre até a escola sobre o seu filho. Ela fala com policiais, até mesmo com o atirador. Não há julgamento, estranhamente o filme fala muito de amor. Ela está cheia de culpa porque anda com raiva do filho que está sendo difícil de lidar, uma porque é adolescente, outra porque está revoltado com a morte do pai. É uma família tentando superar uma grande perda, um pai amoroso que morreu. E aí precisam lidar com essa tragédia! Uma família que se perdeu pelo caminho. Que filme complexo. Naomi Watts está impressionante! Que atriz! O filme é praticamente só ela na floresta ao telefone. Nesse as outras pessoas só ouvimos as vozes, que filme! Provavelmente mais um filme realizado na pandemia, quando as pessoas não podiam se encontrar. Tínhamos dúvida se filmes com um ator só funcionaria e tenho visto filmes inacreditáveis com um único ator em cena como esse.
Assisti Raya e o Último Dragão (2021) da Disney. Que animação linda! Emocionada até agora! Muito utópica, mas linda. Eu quis ver pelo pôster que é lindo, não é esse que está na Disney, mas todos são lindos. Como Raya é linda, até mesmo criança. A direção é de Don Hall, Carlos López Estrada e Paul Brigs. O roteiro é de Qui Nguyen, Adele Lim e Paul Briggs. É uma delícia porque é bem Indiana Jones, uma aventura e tanto cheio de fases pra passar. A música é linda!
O pai da Raya é o maior gato. Raya é linda criança e jovem. Os povos estão separados, não há mais dragões, então ele tenta selar a paz, mas dá tudo errado. Os maus transformam as pessoas em pedras e acabam com a água.
Ela fica jovem e vai com seu bichinho, no deserto, atrás dos últimos fios de água com um mapa pra achar as pistas. Muito fantástico!
Em cada povo que Raya vai novas pessoas se juntam a eles. São ótimos os personagens. Muito divertido! Mas emociona também! Achei muito rápido o reencontro de cada um com sua família, com um pouquinho mais de tempo eu gostaria mais. Achei o final meio atropelado. Mas a animação é linda e emocionante!
Assisti Jurado nº 2 (2024) de Clint Eastwood no Max. Eu vi muitos elogios na internet, estava curiosa, mas acostumada com filmes em sequência, achei que esse era o segundo e não lembrava se tinha visto o primeiro. Até que um vislumbre de lucidez através da postagem de um conhecido, me toquei do fora e fui ver. Sim, é um bom filme de julgamento, mas bem tradicional, não muito original. O roteiro é de Jonathan A. Abrams e lembra bastante Doze Homens e uma Sentença com algumas variações.
O protagonista é intimado a ser jurado. Na prévia para a seleção dos jurados ele avisa que a esposa está no final da gravidez de risco e é ele que a ajuda. O machismo impede que eles o liberem. Cuidar de uma esposa no final de gravidez de risco é tão fundamental quanto ser jurado. Mas se tivessem deixado não teria o filme. Nicholas Hout está ótimo. Ela é Zoey Deutch e aparece menos já que o filme passa mais no julgamento.
No primeiro dia do julgamento, o protagonista entende o que aconteceu. Ele procura um conselheiro, Kiefer Sutherland, em sigilo que o orienta a se silenciar porque fatalmente seria preso por muitos anos. E é o que ele faz. Aí que começa a semelhança com Doze Homens e uma sentença. Ele é o único que diz que o homem é inocente. Eles começam então a conversar sobre o caso, em vez de votar rapidamente e finalizar a obrigação. Eu tenho que concordar com o protagonista, mesmo nós não sabendo nada, o homem estava sendo condenado pelo seu passado, porque não tinham provas, só suspeitas. O homem, Gabriel Basso, brigou com a mulher no bar, o dois estavam bêbados, chovia torrencialmente e era de noite. Ela resolve ir andando pra casa, ele sai logo depois de carro. Sim, poderia ter sido ele a matá-la, mas podia ter sido qualquer outra coisa. Alguns acham atropelamento, mas podia ter sido abordada e morta por outro homem. Um vê um homem na estrada fora do carro, mas pela chuva e escuridão, não daria pra reconhecer quem seria. Tudo era suposição. O homem foi condenado a prisão perpétua só por suposições. Li que queriam mostrar como a justiça é falha. Se a justiça dos Estados Unidos condena um homem sem provas, tenho que concordar. Os filmes e séries policiais americanas são bem criteriosos na investigação, bem diferente desse filme.
O rapaz quer que todos mudem o voto para inocente, então eles ficam argumentando. Todos votam conforme seus históricos, seus pré-conceitos. Quem foi injustiçado está tentado a achar o réu inocente, quem teve alguma tragédia por algum criminoso, quer culpá-lo. Praticamente todas as decisões são por questões pessoais e não fatos.
Pra piorar a advogada de acusação, Toni Collette, concorre a uma vaga como promotora, então ela tem todo o interesse em vencer para ajudar na promoção. Alguns outros do elenco são Cedric Yarbrough, J.K. Simmons e Chris Messina. O final fica em aberto. Muitos acostumados com filmes em sequência acham que o filme vai resultar em uma sequência. Eu acho que não já que é um filme de Clint Eastwood. Acho que a advogada quis deixar bem claro que ela sabia, uma forma de intimidar futuros crimes. Mas é puro achismo, como disse, o filme termina em aberto.
Assisti o BBB o Doc (2025) na TV Globo. Esse ano o BBB faz 25 anos então a Globo preparou vários produtos pra comemorar. Começou com uma comercial cerimônia. E agora esse documentário. É muito difícil falar de 25 anos de programa em quatro episódios, inúmeros participantes, mas foram bem cuidadosos. Sim, faltou um monte de gente, mas conseguiu falar de vários. Alguns BBBs que falei nesse blog. Agora, o documentário está disponível na GloboPlay.
Eu vi pouco dos primeiros, via algumas matérias, trechos, um ou outro pedaço de um programa, mas ver direto só uns anos depois. Bam Bam foi o primeiro vencedor e continua insuportável. Ele tem aquele ranço que as pessoas tinham no passado de achar que a maioria some depois, que poucos "deram certo", o que significa que é estar na mídia, sendo que alguém conseguir viver dignamente, ou mudar a vida financeiramente com a administração financeira do prêmio é ter dado certo. Arrogante comentou que só ele, a Sabrina Sato e a Grazi Massafera é que chegaram em algum lugar depois. Primeiro o erro de achar que se a pessoa não fica na mídia não deu certo, depois aquele olhar preconceituoso que existia no começo sobre ex-BBBs. Teve um tempo que a maioria temia ser ex-BBB. Hoje já mudou tanto, que é só mais um veículo para ter visibilidade. Agora inclusive já tem os Camorates, que são pessoas já dá mídia que participam. Eram meio a meio, mas pela preferência do público pelos Pipocas, agora são em menor número. Nessa foto está DG, Douglas Silva, já ator consagrado, que conseguiu um pouco mais de visibilidade e logo depois emplacou um personagem no ótimo Todas as Flores.
O documentário entrevistou os apresentadores, como o icônico Pedro Bial e lembraram as mudanças no tempo. 25 anos integram as inúmeras mudanças tecnológicas. Mostraram que pra votar as pessoas ligavam em telefone discado e nem falaram do alto custo de cada ligação. Imagino o susto dos pais na hora da conta. Amei todos os apresentadores. Tive resistência as mudanças, achava sempre que ninguém ia ser melhor ao que estava no ar, mas adorei Tiago Leifert e agora Tadeu Smith. Espero ansiosamente a vez da Ana Clara, uma ex-BBB que já comandou dois programas de realitys, um no Multishow e outro na Globo.
Entrevistaram Boninho que pela primeira vez não estará na direção do programa. E também o criador internacional do modelo. Ele contou que ofereceu gratuitamente pra Holanda, que ao final ele já tinha inúmeros pedidos de vários países. O Brasil é um modelo de muito sucesso, nunca pararam de evoluir. De vez em quando um participante de um BBB internacional faz intercâmbio com o Brasil e vemos pedaços do programa e é apavorante a "casa", que é sempre um cenário tosco, tudo feio.
No Brasil aguardamos ansiosamente as imagens da casa. O BBB se inova a cada ano. Nesse Tadeu apresentava os participantes no Big Day em cada departamento da casa. Depois entraram influencers, jornalistas, fofoqueiros, então temos vídeos e vídeos da casa que está deslumbrante. O tema desse ano é em comemoração aos 60 anos da TV Globo. No passado era preciso assinar a peso de ouro o Pay Per View, termo que caiu em desuso. Agora a GloboPlay disponibiliza o programa em seu streaming então aumentou expressivamente quem assiste em tempo real o BBB.
Eu adorei os painéis na área externa, tem o pantanal, o mar e a cidade. O BBB se inova a cada ano, nesse as turmas vão entrar em dupla, mas como o BBB aprende sempre com seus erros, em um momento eles vão se separar e concorrer individualmente. Algumas invenções vem de outros BBBs pelo mundo, mas boa parte das invenções vem da mente criativa dos próprios organizadores brasileiros. Agora tem o pavor das torcidas, a força da internet. A Globo está tentando o tempo todo impedir avalanche de votos, pode até votar inúmeras vezes, mas a contagem tem outros critérios, mas a gente reclama sempre todo ano. A gente é o público que eu me incluo, mas também o grupo de Whatsapp que participo há anos só pra falar de BBB, só é ativado nessa época.
O documentário não se furtou de falar de assuntos polêmicos, como a participação da Emily Araújo e a violência doméstica que sofreu na casa. O BBB na época demorou pra agir e o público, ainda não acostumado a essas pautas, demorou pra acolher a jovem. Também falou da Ariadna, a primeira trans que participou da casa e que infelizmente saiu na primeira semana, o fato mais temido para qualquer BBB, mas que nunca foi esquecida como normalmente acontece.
Solange Vega teve também atualização histórica. Em sua participação ela sofreu racismo e o público não a acolheu, nem o programa. Tudo passou como desavença entre participantes, o que hoje não aconteceria. Sim, devagar, nós evoluímos. No começo só escolhiam brancos com raras exceções. Eram sempre jovens, lindos, modelos, profissionais de educação física. Aos poucos foram fazendo sorteio para o público entrar e foram misturando etnias, vários estados, inclusive de cidades pequenas do interior, multiplicidade de idades, pessoas com deficiência. Era comum só ter um único negro no grupo.
As profissões também foram mudando. Duas médicas já venceram Thelma Assis e Amanda Meirelles. Há regularmente professores e variação etária. Na pandemia mais velhos foram vetados por serem do grupo de risco, mas nessa edição que será em duplas, tem bem mais diversidade etária. As edições tem a cota agora de atletas olímpicos, paralímpicos. Os participantes são bem mais diversos.
No último episódio destacaram os vencedores, alguns com mais destaque como uns que amei Diego Alemão, Maria e Juliette. E pincelaram vários outros como a Mari, outra vencedora. Ela comprou várias casas na terra dela com o dinheiro do prêmio e uma escola para a filha que já se formou. Ela vive com um certo conforto porque soube ampliar o valor do prêmio e realizar os seus desejos. Mari inclusive foi uma que foi escolhida por sorteio em uma revista.
Assisti Orphan (2009) de Jaume Colette-Serra no Max. Eu estava na dúvida se já tinha visto, tem muitos filmes parecidos, mas não, não vi. Entrou em cartaz o 2, quase vi achando que já tinha visto esse. Ainda bem que pesquisei e descobri que não. Ótimo filme com roteiro de David Leslie Johnson.
A mãe de Vera Farmiga perdeu um filho, então ela queria adotar outro. Confesso que não entendi muito porque já que ela tinha dois filhos muito amados. No orfanato, muito rapidamente eles escolhem essa linda menina de 9 anos, muito talentosa e doce, até demais. Ela é Isabelle Furhman com 12 anos. Não verificam nada, enfim, são apressados. Ele é Peter Sarsgaard. Os filhos são Jimmy Bennett e Aryanna Engineer. A freira é CH Pounder. Confesso que fiquei bem angustiada pelas três crianças no elenco. O filme é muito forte, há cenas que as crianças passam horrores, que mesmo editadas são fortes, muito violência. Eu sofri muito, mas fiquei bem angustiada com o que elas passam.
Eu demorei muito pra ver porque o filme é bem angustiante. Achei bem surpreendente as descobertas do passado da órfã, muito bom.