sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Madame Durocher

Assisti Madame Durocher (2024) de Dida Andrade e Andradina Azevedo no TelecinePlay. Eu procurava o que ver nesse streaming e me deparei com esse pôster. Gosto demais da Isabel Filardis e da Sandra Corveloni. E que grata surpresa! É mais um filme histórico brasileiro!

Esse conta a história de Marie Josephine Mathilde Durocher, a primeira parteira brasileira, formada pela Academia Imperial de Medicina.

Durocher veio ao Brasil com sua mãe (Marie-Josée Croze) quando tinha 7 anos. A mãe tinha uma loja na rua do Ouvidor. O filme diz que a história é real, mas alguns personagens e diálogos são ficcionais. Imagino a dificuldade para levantar as informações. A mãe de Maria morre cedo, ela se casa e tem um filho, na biografia falam em dois filhos. O marido (Armando Babaioff) é assassinado por um matador por engano. É quando Maria vê que a Academia Imperial de Medicina abriu vagas para mulheres para o curso de parteiras, ela é a única mulher a se inscrever. Nesse período, Durocher é interpretada brilhantemente por Jeannie Boudier. No filme ela e a mãe tinha duas escravas que são alforriadas e a personagem da Filardis continua com a família. Maria promete pagar salário assim que puder.
André Ramiro interpreta Dr. Joaquim, Joaquim Cândido Soares de Meireles, filho de cirurgião e médico. Ele é grande aliado de Durocher. Ainda aparecem no elenco: Nelson Baskerville como Dom Pedro II, Mateus Solano faz o médico que dá aulas de parto. E ainda Thierry Thémouroux, Fernando Alves Pinto, Adriano Toloza e Clara Moneke.

Sandra Corveloni interpreta Durocher mais velha, até o final de sua vida. A parteira mudou logo suas roupas para saia longa e com visual mais masculino, ela dizia que era mais confortável para a função de parteira. Há várias especulações do motivo da mudança da roupa, certeza só mesmo pela maior facilidade no trabalho. Seu filho morre na Guerra do Paraguai. Durocher fez o parto da Imperatriz Tereza Cristina. Contrariando as estatísticas de expectativa de vida, Durocher morreu com 84 anos.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Vigília de Jorge Enciso

Vi a exposição Virgília de Jorge Enciso na Galeria Leme. Infelizmente perdi a abertura, fiquei encantada com o belíssimo trabalho. A curadoria foi de Tiago Sant´Ana, outro artista que gosto muito e comentei aqui. Jorge Enciso é de Assunção, Paraguai.
 

Obras Espiritu Curvado (2025) e Curvas de lo invisibile de Jorge Enciso

Eu fiquei encantada com as 24 esculturas em cerâmica. E a montagem está igualmente linda. Como as obras combinaram com o espaço.
Obra Evidência (2025) de Jorge Enciso
Obras Lengua de un corazon antiguo I e II

A mostra Vigília de Jorge Enciso é gratuita e fica em cartaz na Galeria Leme até 18 de dezembro.


Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Consagração

Assisti Consagração (2023) de Christopher Smith no TelecinePlay. Visto os dois filmes que queria ver do Telecine, fui pesquisar o que tinha disponível de terror que amo e sábado é dia de fantasminhas. E como tem fantasminha nesse filme. Eu não sou muito fã dos filmes de terror com temática católica, fico sempre com a sensação que existe só pra igreja angariar fiéis, como propaganda, só a religião católica salva das possessões. Mas me enganei redondamente e descobri um filme incrível, com roteiro excelente, belíssima execução e absurdamente surpreendente. Fiquei muito impactada!
 

Uma jovem recebe um telefonema sobre a morte de seu irmão. Logo ela já começa a ter assombrações. Jena Malone está muito bem. Ela viaja para um convento e descobrimos que seu irmão era padre. Ela acha estranho que ele tenha se suicidado, não era o perfil dele. Ela não é religiosa. Ela começa a pesquisar para entender o que aconteceu e fatos estranhos começam a ocorrer. Ela descobre que o irmão tinha abraçado uma seita fanática e por isso arrancado um de seus olhos. Ela vê que uma freira também não tem mais um dos olhos.

As locações são lindas. O convento faz de tudo para ela não descobrir os segredos, inclusive o padre de Danny Huston. O filme é muito bem construído, não economiza nos sustos, mas é elegante, inteligente e absurdamente assustador. Consagração é muito bem construído e surpreendente. Incrível!

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Objetos Cortantes de Gillian Flynn

Terminei de ler Objetos Cortantes (2006) de Gillian Flynn da Intrínseca. Desde que vi a série, quis ler o livro. Essa autora é também jornalista e fala muito profundamente de famílias disfuncionais. O livro é policial, mas ela vai fundo em patologias familiares. Como é jornalista também, gosto como ela pensa as pautas, escreve as matérias. Na série ela pensa a matéria, mas no livro podemos ler o que a personagem escolheu para colocar, ler o que foi publicado, gostei muito. Esse foi o primeiro livro da autora.

A protagonista é jornalista em Chicago. Seu editor pede que ela volte a sua cidade natal para investigar o sumiço de uma menina e verificar se aconteceu o mesmo que outra menina do ano anterior. Ela tem uma relação muito conturbada com a mãe. E por ser fechada, ninguém imagina. A mãe é daquelas mulheres insuportáveis, mas que parecem maravilhosas para a sociedade. Rica, poderosa, benevolente é considerada uma grande mulher. A jornalista, quando era somente uma adolescente, nunca foi respeitada e o mesmo acontece com ela na volta a cidade. A mãe adora roupas flutuantes, claras e a filha óbvio que é sempre ao contrário, além de usar roupas de golas altas, mangas compridas.
A série já tinha me revirado por dentro, mas o livro me dilacerou. Quero rever a série para perceber as escolhas dramáticas de cada um.

As fotos são da série.

Fui reler o meu texto da série e eu odiei o final. No livro, o final é redondinho, muito bem explicado, encaixado. Pelo jeito na série não ficou claro como no livro. Vai ver que quem fez a série estava com o livro tanto na cabeça que nem percebeu que não passou claramente pra série.
Beijos,
Pedrita

domingo, 9 de novembro de 2025

Megalópolis

 

Assisti Megalópolis (2024) de Francis Ford Coppola no TelecinePlay. Esse era outro filme que queria ver nesse streaming. Controverso, complexo, recebeu muitas críticas ruins. É estranho, irregular, mas foi uma experiência muito interessante!

Adam Driver é César, um arquiteto visionário que quer construir a Megalópolis. Não curti a cidade ser inspirada em Roma em um futuro distópico. Nunca gostei de histórias ambientadas em Roma e suas violências. O arquiteto usa drogas, bebe muito, tem muitas mulheres, sofre pela perda da esposa. A filha do prefeito, da maravilhosa Nathalie Emmanuel, se apaixona por ele, na verdade eles se apaixonam. Adoro essa atriz, linda e talentosa, ela está deslumbrante no filme.
O pai Cícero de Giancalo Esposito não gosta nada do romance.

Megalópolis é repleto de estrelas. John Voight é Crassus, Audrey Plaza, Platinum. Bailey Coppola, da família do diretor, também está no elenco. E ainda Jason Schwartzman, Shia LaBeouf, Laurence Fishbourne, Kathyrn Hunter, Dustin Hoffman e Grace VanderWaal.
Megalópolis tem uma estética muito interessante, é o melhor do filme.
Beijos,
Pedrita