O que provocou a condenação é que o diretor utilizou vídeos reais de manifestações no Irã. A imprensa censurada acabava mostrando a versão do governo que uma jovem morreu de AVC e não porque foi espancada. Então os jovens passaram a gravar e disponibilizar vídeos mostrando a violência da polícia, as prisões arbitrárias, adolescentes de 14 anos sendo presos. A pena de morte é banalizada, com decisões precipitadas. Para contextualizar os vídeos, o diretor cria um microcosmo do país em uma família. O pai trabalha há 20 anos na polícia e é promovido. Só a esposa sabe um pouco melhor a função, mas mesmo assim ele não conta porque não pode falar. Com os protestos o pai chega cada vez mais tarde e passa a não ver mais as filhas. O pai parecia amoroso, que a família tinha diálogo e ele tinha uma boa relação com a esposa. Todos muito carinhosos.
Uma filha é adolescente, a outra está na faculdade. Elas começam a receber os vídeos sobre a verdade dos fatos. E pra piorar, a escola e a faculdade são fechadas, elas ficam nas ruas, no meio das manifestações e uma amiga delas é alvejada com chumbinho. A mãe fica de mediadora de tudo. O pai aconselhou todas de se afastassem das amizades, que o cargo agora o expunha muito, que elas tinham que ficar mais resguardadas. Com os conflitos, não é o que acontece. A mãe pede pra filha se afastar da amiga machucada, mas acaba cuidando da jovem, é de cortar o coração a cena. Todos estão excelentes: Missagh Zareh, Soheila Golestani, Masha Rostami e Setareh Maleki. Todos muito corajosos em participar de um filme que denuncia o sistema.É quando a arma dele desaparece que tudo desanda. Ele pode ser preso se a arma não aparecer. É quando começamos a nos perguntar se esse homem é o verdadeiro e o carinhoso era o falso. Sem conflitos, todos viviam em harmonia. A mãe pede que o pai volte a conviver com as filhas, converse com elas, que elas cresceram e que tem suas opiniões agora. O filme entra em uma catarse assustadora.
Beijos,
Pedrita
Pelo trailer parece interessante!
ResponderExcluirBeijos e uma excelente semana.
cidália, é necesário.
ExcluirChocada já no comecinho da sua resenha 🥺🥺 como assim o diretor foi condenado a prisão, chibatadas e confisco dos bens???
ResponderExcluirÉ surreal esse mundo cruel, tamanha desumanidade que as pessoas praticam umas contra as outras.
O filme deve ser excelente e muito necessário.
Já levo a indicação.
luli, quase todos os diretores iranianos são presos. em geral conseguem fugir como esse. sim, urgente.
ExcluirFiquei bem interessada em assistir. Outro dia também assisti a um filme iraniano cujos diretores foram perseguidos pelo regime. É um filme muito interessante e a perseguição ocorreu porque ele contém crítica política. O filme é Meu bolo predileto.
ResponderExcluirheloisa, sim, todos foram presos. um horror. quero muito ver meu bolo preferido. vc vai gostar desse.
ExcluirTorço muito para que as tiranias costumeiras no Oriente Médio, sobretudo no que diz respeito aos costumes, sejam extintas. Porém, aquela região é muito visada, em termos de interesses geopolíticos, por isso os dirigentes acham que têm razões para manter os costumes rígidos.
ResponderExcluirBeijo
marly, precisam ser denunciadas, nem chegaram na etapa de serem extintas, as religiões fanáticas são muito perigosas para a humanidade. sim, poder e controle é viciante.
ExcluirQueria ver esse e Conclave.
ResponderExcluirsergio, não tenho interesse em conclave. quero muito ver o brutalista.
ExcluirTenho a maior dificuldade de achar filmes na Claro depois que mudei meu Plano(preço menor).
ResponderExcluirQueria assistir. Beijo,
liliane, eu já me acostumei, mas demorei um pouco tb até descobrir onde estava. esse eu não achei no now. acabei vendo do canal mesmo.
ExcluirBoa tarde e uma excelente terça-feira com muita paz e saúde. Obrigado pela dica.
ResponderExcluirluiz, boa semana.
Excluir