segunda-feira, 25 de junho de 2012

De Um Ou De Nenhum

Assisti ao espetáculo De Um Ou De Nenhum do Grupo Tapa no Teatro Cacilda BeckerA direção é de Eduardo Tolentino de AraújoEu tinha visto uma matéria dessa peça e ficado com muita vontade de ver, o texto elogiava muito o espetáculo e eu gosto muito do Grupo Tapa. É uma peça triste, difícil mesmo, com um belíssimo texto de Luigi Pirandello. Incrível que essa peça é de 1929 e o texto é tão atual. Mudam algumas questões, mas outras continuam as mesmas. 
Aos poucos vamos entendendo o que acontece. Dois rapazes mantém relações com uma menina. Eles a mantém e ela cuida deles. Até que ela engravida. A indignação deles a esse fato é assombrosa. Isso muda hoje um pouco, já que as mulheres podem evitar esse inconveniente, mas a postura masculina de não se sentirem responsáveis não mudou muito. O texto é todo complexo, inteligente e instigante. Me dilacerou! O que era tranquilo para os dois, dividir a mesma mulher, vira um tormento com a possibilidade de um filho de quem eles não sabem de quem é. Nenhum quer assumir um filho que pode ser do outro. E claro, como acontece muito ainda hoje, sobra para a mulher todas as dificuldades de lidar com o imprevisto. O trio protagonista está incrível. No elenco estão:  Renato Caldas, Bruno Barchesi, Daniel Volpi, Natália Moço, Fernão Lacerda e Rita Giovanna. De Um Ou De Nenhum ganhou Prêmio Shell 2012, é uma reestreia e fica em cartaz até 1º de junho. Os ingressos custam somente R$ 20,00.


Beijos,
Pedrita


domingo, 24 de junho de 2012

Nightvisions de Luiz Braga

Fui na exposição Nightvisions de Luiz Braga na Galeria Leme. São fotos da Amazônia com uma técnica incrível, que tem esse efeito lindo. Eu conheci o trabalho do Luiz Braga em fotos de Brinquedos de Miriti que ele fez para o projeto Brasil das Artes há vários anos, quando eu vi que ele ia abrir uma exposição não hesitei em ir. Luiz Braga é de Belém do Pará. As fotografias são lindas, essa é Igapó de 2009.

Essa foto é Fé em Deus de 2006. O resultado desse trabalho é muito impactante, os recursos que ele foi utilizando para conseguir esse resultado impressiona. São grandes ampliações, a mostra está muito bonita, vai até 21 de julho e é gratuita.

Esse vídeo com fotos de Luiz Braga é lindíssimo!

Beijos,

Pedrita

sábado, 23 de junho de 2012

Vincere

Assisti Vincere (2009) de Marco Bellocchio no Max. Vasculhava no site da HBO os filmes que iam passar, li a sinopse e alguns detalhes desse, me programei pra ver e que surpresa. Que filme lindo, bem realizado, original nas tomadas de cena, belíssima fotografia, incrível elenco. Acabei achando uma entrevista que o diretor concedeu ao jornalista Luiz Carlos Merten para o Estadão e vou colocar aqui. É baseado em um fato real, mas o diretor comentou que como não tinha muito de como era essa mulher, os diálogos dela são ficção.

A história é sobre uma amante de Mussolini. Eles dois jovens, ele ainda militante de sindicato e pobre, ela uma mulher bem de vida, estabelecida, moderna, que tinha um ateliê de moda, independência. Eles tem uma tórrida paixão, ele já era casado. Ela vende tudo o que tem, joias, ateliê, tudo, para financiar o jornal que ele queria fundar, ele diz que é um empréstimo. Ela fica grávida, ele vai para a guerra e ela começa uma luta insana em tentar provar que o seu filho era realmente de Mussolini. Para que ela não atrapalhe os planos desse ditador, ela é internada em um manicômio. O filho depois também e os dois, mãe e filho morrem em um manicômio. A obstinação dessa mulher surpreende, forte, inteligente, mas confesso que não vejo em muita vantagem em se provar que um filho é de um ditador. O melhor seria ela ter seguido com sua vida e esquecido essa paixão com alguém tão violento.

Giovanna Mezzogiorno está simplesmente maravilhosa! Inclusive ganhou Globo de Ouro por sua interpretação. Eu adoro essa atriz e como é linda. Filippo Timi também está incrível, ele interpreta o Mussolini jovem e o filho bastardo depois. Outros do elenco são: Michela Cescon, Corrado Invernizzi e Fausto Russo Alesi.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Maria José Carrasqueira - Recitais Eubiose

Assisti Maria José Carrasqueira ao piano nos Recitais Eubiose. Foi um belíssimo espetáculo com um repertório lindíssimo! Adorei as obras do repertório, Haydn, Liszt, Wild e Debussy, emocionaram. Ela ainda interpretou dois compositores brasileiros Aylton Escobar e Ernesto Nazareth, eu e o público vibramos. Maria José Carrasqueira contou um pouco como é a obra de Aylton Escobar. A música pede mídia sonora,  mas é o intérprete que deve preparar a mídia. Inclusive no final das intervenções sonoras o intérprete teria que declamar uma poesia de sua própria autoria, ou fazer para a obra, ou buscar entre os seus escritos e dizer no final da declamação o nome de quem a fez. Se preferir um poema de outra pessoa dizer ao final da declamação quem a escreveu e quem a declamou. Nesse recital a intervenção sonora vinha com a voz da Maria José Carrasqueira que declamou uma poesia própria. Fantástico! Assim que terminou a interpretação dessa obra o público levantou emocionado rapidamente.

F.J. HAYDN - (1732-1809) 
 Sonata em Sol Maior HOB. XVI  40  (1781)
 - Allegretto e inocente  -  Presto              
  
 F. LISZT - (1811-1886)
 Soneto de Petrarca 104 (1837- 49)
 (Segundo ano de Peregrinação)
  
E. WILD - (1915-2010)
 Estudo Nº 4  (Sobre tema de G. Gerswhin)

AYLTON ESCOBAR 
Assembly para piano e mídia sonora
  
C. DEBUSSY - (1862-1918)
 Suite Pour Le Piano  (1896-1901) - Prelúdio-Sarabanda- Toccata                 

 E. NAZARETH - (1863-1934)   
- Eponina (Valsa)
- Fon-Fon  (Tango)

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 19 de junho de 2012

O Livro de Areia

Terminei de ler O Livro de Areia (1975) de Jorge Luis Borges. Sempre quis ler esse livro que estava na lista de indicações há muitos anos, acabei lendo antes, há vários anos, Ficções desse autor e me apaixonado. Esse livro é da Coleção Literatura Ibero-Americana que foi lançado pela Folha de S.Paulo. Esse é o primeiro volume que vinha junto com outro por somente R$ 16,90. São 14 contos variados, cheios de metáforas, realismo fantástico, mistérios... O conto que dá nome ao livro então é incrível, um livro que perturba tanto quem o tem que a pessoa quer muito rapidamente se livrar dele por medo que a preciosidade seja roubada. Gostei muito!


Trechos de O Livro de Areia de Jorge Luis Borges:

“O fato aconteceu no mês de fevereiro de 1969, ao norte de Boston, em Cambridge.”

“Completados os cem anos, o indivíduo pode prescindir do amor e da amizade. Os males e a morte involuntária não o ameaçam. Exerce alguma das artes, a filosofia, a matemática ou joga um xadrez solitário. Quando quer, se mata. Dono de sua vida, o homem também o é de sua morte.”

Beijos,
Pedrita