terça-feira, 9 de agosto de 2011

Distrito 9

Assisti Distrito 9 (2009) de Neill Blomkamp na HBO Plus. Era uma noite sem opções, comecei a vasculhar pelos nomes dos filmes para escolher um, já que queria muito ver um filme na TV. Vi que Distrito 9 é um filme de ficção científica, mas não sabia do que se tratava. Pesquisei na internet, falavam de um filme social, de crítica social, de um filme violento e continuava na dúvida. Falei com o 007 que disse que não tinha visto, mas que era um filme que fazia um paralelo com a questão da imigração, do preconceito aos imigrantes e aos negros. Resolvi ver. É um filme dificílimo de ver, muito violento, tenso, mas impressionante. Fiquei chocada um bom tempo depois. Neill Blomkamp é um sul-africano de Joanesburgo. Ele viu todos os conflitos raciais violentos em seu país, a desumanidade e resolveu fazer um filme de ficção-científica colocando alienígenas em vez de alguma tribo africana. Peter Jackson se impressionou com o roteiro e resolveu auxiliar na produção. Portanto Distrito 9 é uma co-produção entre a África do Sul, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos.

Distrito 9 começa na formato de documentário. Uma nave ficou parada em Joanesburgo. Há logo um texto irônico porque em Joanesburgo e não em Washington ou Nova York. Resolvem ir até a nave, os alienígenas estão fracos e subnutridos de tanto tempo lá, e são levados para o Distrito 9 e largados lá por anos e estão cada vez mais segregados, com leis de restrições, sem as mínimas condições de sobrevivência. Um oficial do MNU, uma espécie de ONU, resolve retirá-los de lá para levá-los a 20 quilômetros da cidade. Falam que é para melhorar a condição de vida dos alienígenas, mas percebemos que é só pra afastar da cidade e minimizar conflitos. O chefe da expedição é um bobo da corte, contam as ações como se estivessem promovendo uma festa. Seguem armados até os dentes, sem o mínimo respeito e de forma truculenta matam sem o menor pudor. Distrito 9 é impressionantemente bem realizado. Inicialmente vemos os alienígenas comendo como animais, repulsivos. Essa visão vai mudando ao longo do filme.

Nessa operação esse agente acaba se contaminando com um produto criado por esses alienígenas e começa a se transformar e a mudar. Fiquei impressionada também com o desempenho desse ator. Um bobalhão inicialmente, vemos surgir um homem forte e determinado depois, ele é interpretado brilhantemente por Sharlto Copley. Gostei que mesmo ele ficando menos monstruoso, ele ainda é egoísta em vários momentos. Não se torna um herói. Alguns outros do elenco são: Jason Cope, Nathalie Boltt e John Summer. Mesmo sendo um filme ficcional, é mais um filme que me choca de imaginar como a humanidade é perversa, egoísta. O quanto cria teorias para justificar ações violentas e desumanas. Mais um filme em que eu me desiludo com a humanidade e com nossa perversidade. O mais impressionante é que Distrito 9 foi recorde de bilheterias, mesmo sendo um filme social e tão contundente. Não sei se conseguiria ter visto esse filme nos cinemas. Acho que foi bom que só vi na telinha porque o impacto foi menor. Já fiquei muito horrorizada, na telona não sei se sustentaria ver tanta atrocidade. 

Beijos,
Pedrita

domingo, 7 de agosto de 2011

Noel - Poeta da Vila

Assisti Noel - Poeta da Vila (2006) de Ricardo Van Steen no Canal Brasil. Esse é um filme que senti culpa de não ver nos cinemas. Acompanhei as matérias da produção, queria muito ver, foi difícil perder nos cinemas. E perdi ainda quando estreou no Canal Brasil. Por sorte foi escolhido na Sessão Interativa como a cinebiografia que o público do canal queria ver. Nem sabia que esse filme concorria nessa semana. Foi uma surpresa ver na sexta-feira que esse foi o filme escolhido. É simplesmente maravilhoso! A direção de arte de Claudio Amaral Peixoto é um primor! Mas é um filme muito, mas muito triste. Não sabia que Noel Rosa tinha morrido tão cedo, morreu aos 26 anos de tuberculose. São tantas as suas canções, que a impressão é que tinha vivido muito mais. 

O filme começa com Noel Rosa adolescente, aos 17 anos, ele estuda medicina com seu irmão. Ele adora escrever versos até que o Papagaio canta um enquanto ele toca e começam a ir tentar vender para várias pessoas. É o belo samba que adoro Com Que Roupa Eu Vou. O samba estoura no Carnaval. Intempestivo Noel Rosa se envolve com uma adolescente e é pressionado pela polícia a casar. Enquanto isso ele se apaixona perdidamente por Ceci, uma dançarina de um cabaré.Lendo sua biografia, Noel Rosa teve várias amantes, no filme focam mais essas duas. Fiquei impressionada com a força dessa menina que ele se casa. A resignação, misturada ao amor é surpreendente. É ela que mais consegue ajudar Noel Rosa. Os pais enviam os dois para Belo Horizonte para ele se tratar, a disciplina, alimentação, faz ele ficar praticamente curado. Mas o retorno a boemia carioca que ele tanto amava, a vida desregrada, acaba derrubando-o novamente. Rafael Raposo está incrível como Noel Rosa. Suas duas mulheres são interpretadas muito bem  pela belíssima Camila Pitanga e pela Lidiane Borges.  

Vários outros atores que adoro estão no filme e estão excelentes: Flávio Bauraqui como Ismael Silva, Jonhathan Haagansen como Cartola, Roberta Rodrigues, Cláudio Gabriel, Rui Resende como o pai de Noel Rosa. Estão ainda muito bem Supla como Mário Lago, Cristiano Gualda como Francisco Alves, Carolina Bezerra como Aracy de Almeida, Wilson das Neves como Papagaio, Mário Broder como Wilson BatistaLaura Lustosa como a mãe de Noel Rosa, Pedro Miranda como Mário Reis. Inclusive eu li a excelente biografia de Mário Reis escrita por Luís Antonio Giron. Paulo César Pereio interpreta o médico. Gostei demais do olhar do filme, tudo é entrecortado, com vários ângulos, cores. Os figurinos de Bia Salgado são lindíssimos, cuidadosos. Vários sambistas interpretaram os músicos da trama. Excelente também a edição com os sambas, conseguem colocar vários trechos de grandes sambas. Noel Poeta da Vila ganhou Melhor Direção de Arte, Melhor Som e  Prêmio Especial "Orgulho de Ser Brasileiro" no Feztival de Cinema Brasileiro em Miami Melhor Figurino no Prêmio Contigo






Beijos,



Pedrita

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

CD/Livro Cânticos ao Cordeiro de Deus

Ganhei o CD/Livro Cânticos ao Cordeiro de Deus (2010) do barítono Walter Weiszflog e da organista Selma Asprino. Esse é o 11 CD/Livro de uma coleção com interpretações de grandes obras de música sacra de câmara. O texto de abertura que fala dos compositores é do maestro João Maurício Galindo. Walter Weiszflog escolheu no repertório obras de compositores conhecidos como Schubert, Gounod, Fauré e Cesar Franck, e menos conhecidos como Schutz  Delibes, Chausson, Hann e Couvoisier. Participam ainda do CD o tenor Alessandro Greccho e a soprano Clarissa Lettieri.

Heinrich Schütz (1585-1672):
O misericordissime Jesus, Op. 9/4, SWV 309

Leonardo Leo (1694-1744):
Dal tuo soglio luminoso

Franz Schubert (1797-1828):
Hymne (Novalis) D.659

Charles Gounod (1818-1893):
O Salutaris Hostia;
Ave verum;
Le Ciel a Visité la Terre;
The king of Love my Shepherd is

César Franck (1822-1890):
Domine non secundum

Jean-Baptiste Faure (1830-1914):
Crucifix

Léo Delibes (1836-1891):
Agnus Dei

Gabriel Fauré (1845-1924):
Ave Verum
Cantique (Racine)

Ernest Chausson (1855-1899):
Ave verum corpus

Reynaldo Hahn (1874-1947):
Agnus Dei

Walter Courvoisier (1875-1931):
Gebet
Der Herr im Garten
Ein Gebet zu Christo, frieden zu machen

cO vídeo é de uma obra que é interpretada no CD. Não é do grupo do CD, é um vídeo de Portugal.

Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Corpos Celestes

Assisti Corpos Celestes (2011) de Marcos Jorge e Fernando Severo no Canal Brasil. Nunca tinha ouvido falar nesse filme, devo não ter prestado atenção quando estreou. Foi no Canal Brasil que o descobri. São praticamente dois filmes. Amei o primeiro, belíssima fotografia, bem dirigido, ótimo elenco. E gostei principalmente do roteiro sugerido, nada tem respostas. Não me identifiquei tanto com a segunda parte, pareciam querer explicar o início e não me identifiquei com a filosofia da segunda parte. Sobre o fato de alguém ter uma oportunidade, estudar e isso significar a solidão e que alguém que é medíocre e invejoso, mas faz um trabalho considerado menos digno é mais feliz. Preferi a falta de respostas da primeira parte.

Li que a primeira parte veio de um curta, que o diretor desejou fazer depois um longa e que o filme ficou muito tempo sem ser lançado, só estreou 5 anos após seu lançamento. O curta é simplesmente maravilhoso! Um menino, filho de um caminhoneiro e de uma família pobre tem curiosidade no americano maluco que foi morar na sua cidade. Escondido de todos, já que ninguém queria que ele se aproximasse desse americano, eles travam uma belíssima relação. A segunda parte seria esse menino adulto, tendo se formado em astronomia nos Estados Unidos bancados por esse americano. Quem interpreta é o Dalton Vigh. Ele tem uma relação com uma mulher egoísta e ausente interpretada pela bela Carolina Holanda. Alexandre Nero tem outro personagem que cai de  paraquedas na trama. O americano é interpretado por Antar Rohit. O lindo menino é interpretado por Rodrigo Cornelsen. Corpos Celestes é um filme do Paraná. Eu achei o trailer esteticamente bonito, mas muito diferente do filme e com um texto piegas. 



Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sinhá Moça

Assisti Sinhá Moça (1953) de Tom Payne no Canal Brasil. Eu sempre quis ver esse filme, a última versão em novela está entre as minhas novelas preferidas e eu sabia que esse filme tinha sido muito elogiado. É da Vera Cruz e me surpreendi com a qualidade e dificuldade de realização. Não só pelo tema difícil, mas pelo número elevado de atores e figurantes. Sinhá Moça é adaptado do romance de Maria Dezonne Pacheco FernandesA fotografia de Ray Stugerss é maravilhosa! Anselmo Duarte interpreta o Rodolfo e Eliane Lage a Sinhá Moça. No elenco ainda estão outros excelentes atores: Ruth de Souza, Ricardo Campos, Marina Freire, Henricão, José Policena, Eugenio Kusnet, Ricardo Campos, Vicente Leporace, Renato Consorte e Abílio Pereira de Almeida. A música original é de Francisco Mignone.

Sinhá Moça ganhou vários prêmios internacionais: Festival Internacional de Berlim, Alemanha

Menção Honrosa (Tom Payne)
Associação Paulista de Críticos de Arte
Prêmio de Melhor Cenografia
Festival Internacional de Veneza, Itália
Menção Honrosa (Tom Payne)
Festival de Cinema de Havana, Cuba
Prêmio de Melhor Filme pelo Tema Social (Tom Payne)



Beijos,
Pedrita