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sábado, 16 de janeiro de 2016

Além do Tempo - 2ª Fase

Assisti a segunda fase da novela Além do Tempo de Elizabeth Jhin na TV Globo. Direção geral de Pedro Vasconcelos. Essa novela foi tão marcante que a primeira fase eu comentei aqui. Na segunda fase os mesmos personagens apareciam nos dias de hoje, em outra funções com a vertente espiritualista de que alguns voltavam para resolver e evoluir. Não sou religiosa e nem sempre creio nessa visão espiritualista, mas a novela não carregou nessa filosofia. Aos poucos os discursos espiritualistas foram se diluindo, desaparecendo, e a novela abordou como foco a filosofia do amor, do perdão, de amar não só os que estão em sintonia conosco, mas de conseguirmos perdoar e nos perdoar, e amar e respeitar até aqueles que são diferentes de nós. Essa lição de tolerância e afeto foi muito emocionante, em um mundo tão cheio de ódios, desigualdades e intolerâncias. Esse diálogo da imagem foi no capítulo final.

E os personagens voltavam em novas funções e novos figurinos. E que figurinos. Amava todos, mas em especial os da Melissa com coletes de teares manuais, incrível utilizarem artesanato brasileiro para a confecção de roupas e objetos. Havia uma confecção na novela, da família da Zilda, interpretada pela Nívea Maria que nessa versão vinha repleta de filhos, com uma família feliz. Ela era mãe do Felipe, Afonso e Severa, que igualmente vem com uns figurinos lindos. Paola Oliveira arrasou de novo com a sua personagem. Júlia Lemmertz continua sua mãe, mais solar nessa versão. Ainda um pouco interesseira, mas é ela que ajuda e não abandona a filha em momento algum. Sempre orientando, mas amando. Linda demais a relação das duas.

Outro trunfo da segunda fase foi a novela ter ainda muitos segredos e dificílimo de serem descobertos. Nós nos surpreendíamos profundamente com os segredos. Logo descobríamos a raiva da filha pela mãe. Vitória e Emília vieram como mãe e filha. A mãe não reconhece a filha porque elas passaram décadas separadas, Nós achamos que a mãe abandonou a filha e por isso a filha a odeia tanto. Mas aí descobrimos as falcatruas do ex-marido da Vitória para se vingar do abandono da ex-mulher. Além do Tempo debateu muito rancor, vingança, posse, ciúmes. Sim, a mãe abandonou a filha pequena para ir viver com outro homem. É doloroso! Mas ela volta para ver a filha um pouco depois e o ex, em seu ódio, diz que a menina morreu de pneumonia porque não suportou o abandono da mãe. Que ele movido pelo ódio tenha feito essa barbaridade, é horrível, mas se ele tivesse um tempo pequeno depois, ou mesmo no dia seguinte pedido perdão e contado a verdade. Mas não, ele alimenta o seu ódio e ainda o transfere a sua filha por décadas, é cruel e monstruoso demais. Irene Ravache arrasa como Vitória, que interpretações. O Albieri é interpretado pelo Juca de Oliveira. A Emília por Ana Beatriz Nogueira e a Lívia, novamente neta de Vitória, por Alinne Moraes.

Como a maioria das novelas das seis, as mulheres são profissionais bem sucedidas. Em Além do Tempo várias são empresárias bem sucedidas, como Emília dona da Beraldine, uma empresa de vinhos filiada no Rio de Janeiro que compra uma vinícola em Bela Rosa para expandir os negócios, como Rosa dona da L´Osteria da Rosa o mais importante restaurante de Bela Rosa. Ela inclusive é uma chefe de cozinha invejada na cidade e é interpretada por uma atriz que adoro, Carolina Kasting, sua filha é interpretada pela linda Klara Castanho. Zilda dona de uma confecção de peças em teares, vendia roupas e peças para hotéis, uma grande confecção. 

E Gema, dona da agência de turismo de Bela Rosa, interpretada pela Louise Cardoso. Ela dividia sociedade com o marido que reencarnou do Faraó na vida passada, interpretado pelo ZéCarlos Machado. Ele era um faraó bom e volta muito mal nessa vida. É a Gema que é excelente profissional, ela promove passeios turísticos em Bela Rosa, sabe liderar bem em equipe. Ele é um encostão, preconceituoso e péssimo pai. O filho é interpretado pelo neto da Irene Ravache, Cadu Libonati que só aparece nessa fase. Ele é sensitivo, gostei que esse aspecto se diluiu na novela e ele vê que foi o fofo filho da Rosa na fase anterior. Raul é um internacional fotógrafo, muito premiado. Ele vai a Bela Rosa com um escritor famoso, de livros sobre vinhos. Raul é interpretado pelo Val Perré e o escritor por Felipe Cardoso, atores que adoro. Chico é o filho da empregada, a mãe morreu e a Gema promete a mãe que vai cuidar dele, e cuida dele como filho. Chico é interpretado por João Gabriel D´Aleluia.


Adorava as crianças, já não tão crianças assim. Essa foto é da confraternização final. Kadu Schons arrasou em cenas fortes e dramáticas. Felipe vem casado com a Melissa e os dois são pais do Alex. Nesse casal há um segredo também, Melissa não sabe de quem é seu filho. Alex sofre na separação com alienação parental que foi muito bem retratada na trama. Adorei que Felícia e a irmã só aparecem depois. Massimo, interpretado por Luís Melo, é um solteirão, teve um romance com Rosa mas não queria compromisso. A irmã de Massimo vai para Bali e envia as duas meninas para ele cuidar. É muito engraçado ele achar que são duas crianças e chegam duas mocinhas. Felícia agora ama moda, ao contrário de sua personagem anterior, é bem fresquinha. Flora Diegues que interpretou a Bianca precisou se afastar da trama. Com fortes dores de cabeça descobriu um coágulo no cérebro, foi submetida a uma cirurgia, passa bem, mas não voltou a trama. Ela tinha um romance engraçado com o personagem do Wagner Santisteban. Foi uma trama de muitas baixas. Alinne Moraes teve infecção urinária, passou o início da segunda fase atuando sentada. E Nívea Maria teve inflamação na garganta e foi afastada, conseguiu voltar no final.

Amava os figurinos da Carola interpretada pela Ana Flávia Cavalcanti. Ela volta manipulável na segunda fase como na primeira, mas consegue se libertar e se tornar uma pessoa melhor. Vários personagens ficaram sozinhos na segunda fase. 

Uma pena que a alegre Rita não tenha tido um par romântico, adoro essa atriz interpretada pela Daniele Fontan. Ela era uma funcionária bem sucedida na empresa turística. Ela cria uma aula de dança com as crianças. Severa, interpretada por Dani Barros também ficou sozinha. Lindíssimos também os figurinos dela.

Anita, depois de ter vivido um lindo casamento na primeira fase, volta mais amargurada na segunda. Gostei de não ser tão esquemática a trama. Ela viu os pais brigarem muito, acha que amor se desgasta, resolve ter friamente um filho com um pai escolhido. Se apaixona por Afonso, mas acha melhor se afastar e ter um filho sem envolvimento afetivo com um homem que também deseja ser pai da mesma forma. Gostei muito da novela abordar de forma madura essas escolhas. Se os dois pais quisessem o mesmo. Mas o Roberto esconde que aceita ser pai sem envolvimento porque acredita poder conquistá-la depois. Adoro a Letícia Persiles. Afonso é interpretado pelo Caio Paduan e Roberto por Romulo Estrela.

Roberto veio como um bem sucedido médico, irmã de uma bem sucedida pediatra. Depois de desistir de ter o filho com Anita, ele recebe resposta que foi aceito no Médico sem Fronteiras, emocionante ver ele com a camiseta da instituição cuidando de um doente. A irmã pediatra também tinha um trabalho social, ela cuidava das crianças do orfanato. Demorei um tempo para lembrar que ela estava na primeira fase, como a primeira esposa do Felipe, adoro essa atriz, a Elisa Brites.

Adorei manterem o segredo da identidade da austera Matilde. Era uma mulher reservada. O prefeito interpretado brilhantemente pelo Carlos Vereza falava o tempo todo se sua austera mulher. Que não podia saber isso, que não podia saber aquilo. No final aparece a maravilhosa Norma Blum, que tinha sido uma freira megera na primeira fase, pelo jeito não melhorou nada. O prefeito também só piorou. Manipulador, interesseiro e pior, não aparecia assim para os outros. Tudo o que fazia era na surdina. Ele promove muitas maldades só porque queria se dar bem. Personagem abominável. Outro personagem que não se regenerou, só foi ficando pior, foi o Pedro do incrível Emílio Dantas que eu já admirava na TV Record. Os tiques nervosos que ele criou para o personagem eram impressionantes.

Fiquei triste que Rosa ficou com o Bento, queria ela com o Massimo. Mas a regeneração do Bento foi muito emocionante interpretado magistralmente pelo Luiz Carlos Vasconcelos. Ele se sentia culpado pela morte da mãe e continua um homem amargurado, rancoroso e ruim. Pelo amor da filha e por amar Rosa, ele acaba tendo ajuda e consegue descobrir que não era culpado da morte da mãe e começa a sua trajetória para ser um homem melhor.

Continuei adorando a personagem da Doroteia. Mais leve nessa fase, ela continua interesseira e mãezona. Ela se torna a principal conselheira da filha. Apesar dos absurdos que a filha faz, ela aconselha, mas nunca a abandona. Um exemplo primoroso de mãe dedicada, que breca a filha quando precisa, mas que a ama incondicionalmente. Também continuou com seus textos impagáveis.

É muito emocionante quando Melissa segura na mão de Lívia para salvá-los. Diferente da primeira fase que Pedro mata Felipe, mesmo que isso mate sua amada. O texto continua incrível quando Melissa conversa com a mãe que diz que ela vai se tratar no Rio de Janeiro. E Melissa diz "o que eu faço para não sentir o que eu sinto". Lindo já que dizem na psicologia que o primeiro passo para mudar é perceber que se precisa de ajuda e ter a percepção que há algum problema. A maturidade do texto de Além do Tempo foi sempre impressionante. Adorei nessa fase que vinham frases dessa ou da outra frase fechando os capítulos. Emocionante o texto de Irene Ravache, que já tinha sido interpretado na novela e terminando com Feliz Natal. Gostei que o texto final foi na voz de Chico Xavier e gostei muito que o texto não era espiritualista e sim sobre o amor:
«Então, é possível, que tenhamos raiva ou que tenhamos ódio, é possível, sem termos direito para isso. 

Porque o ódio que sentirmos ou a cólera que alimentemos recai sempre sobre nós, no sentido da doença, de abatimento, de aflição e só pode nos causar mal, já que deixamos, há muito tempo, a faixa da animalidade para entrarmos na faixa da razão. 

Somos criaturas humanas e por isso devíamos sentir a verdadeira fraternidade de uns para com os outros, sem possibilidade de nos odiarmos, porque os irmãos verdadeiros nunca se enraivecem, uns contra os outros.»





Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Além do Tempo - 1ª Fase

Assisti a novela Além do Tempo - 1ª Fase de Elizabeth Jhin na TV Globo. Que obra de arte! Agora a novela segue no tempo atual. Essa autora mexe muito com o fantástico. Mescla ideias de reencarnação, com alguma vertente espírita, mas não fica com discursos. É o mote para a criação da história. Eu não costumo falar de novelas, séries e livros antes de terminar de vê-los, mas essa novela fecha um ciclo e começa praticamente uma segunda novela, uma incrível inovação que merecia um post a mais.

Um folhetim clássico, inspirado no amor impossível de Romeu e Julieta, mas com a inovação de seguir no tempo mais de 100 anos depois. Lindo o amor de Lívia e Felipe, ela interpretada pela linda Alline Moraes e ele por outro talentoso ator, Rafael Cardoso. Li entrevistas com a Alline Moraes que ela tinha muito receio de fazer uma mocinha, agora a atriz é mãe, e que tinha receio de não conseguir convencer já que a moça tinha sido criada em um convento. Mas ela foi tão incrível e ela mesma se surpreendeu com a aceitação do público. O sucesso está no maravilhoso texto. Os segredos que ela não podia revelar realmente não podiam ser revelados. 

A condessa interpretada magistralmente por Irene Ravache, um de seus melhores papéis, tinha mandado matar a mãe da Lívia várias vezes. Então resolveram deixar que a condessa achasse que tinha conseguido para a mãe ficar protegida. E um segredo assim não pode ser revelado. A mãe de Lívia foi interpretada por Ana Beatriz Nogueira. Muito interessante também a relação de crueldade entre a condessa e sua fiel escudeira interpretada incrivelmente pela Nívea Maria. Uma mulher amargurada que sacrificou a sua vida para criar o filho e vivia a sombra da condessa que só a maltratava. A sensação que eu tinha é que uma não podia viver sem a outra tão fechadas em suas neuroses de algoz e vítima.
As vilãs eram incríveis, arrasaram Paola Oliveira e Júlia Lemmertz. Júlia Lemmertz, interpretava Dorotéia, como ela mesmo dizia era uma plebeia, tinha tido a sorte de fazer um bom casamento com um nobre e sua filha era meio nobre. Amava o casal dela com o Bento, o vilão mor da novela, interpretado brilhantemente por Luiz Carlos Vasconcelos. Que personagem rico. Ele que fazia todas as maldades que a condessa ordenava. Uma delícia o romance que ele tem a Dorotéia.

Val Perré ganhou um grande personagem. Estava no início de Babilônia que ainda não acabara quando ele abraçou o Raul de Além do Tempo. Como é uma novela de época não seria possível ele não falar de negritude e de escravidão. Ex-escravo, ele tinha sido abandonado pela mulher que lhe deixou o filho. Além do conde Bernardo, ele era o único que conseguia fazer as rosas ficarem maravilhosas pelos seus cuidados e sensibilidade. Ele e a Gema se apaixonam, que casal lindo. Ela sofria porque o filho não aceitava, mas também porque era mais velha que ele. Mas ele não se importava com a questão da idade, só com a desavença entre mãe e filho porque ele sabia da importância de uma família já que era um ótimo pai. Pena que esse casal não pode ficar junto. A Gema foi interpretada lindamente pela Louise Cardoso.
Adorava todas as crianças, com histórias completas e consistentes. Foram interpretadas por Mel Maia, João Gabriel D´Aleluia e Kadu Schons. Adorava as preceptoras também interpretadas por Daniela Fontan, atriz que adoro e Dani Barros.

Incrível nessa cena com os empregados, quando ainda não conhecíamos suas histórias. As histórias dos empregados eram muito completas. Letícia Persiles, atriz que amo, interpretou uma doce e sonhadora jovem que cai na sedução de um conquistador, interpretado muito bem por Rômulo Estrela. Ele é filho de Dorotéia e junto com a mãe estão sempre preparando golpes. A família de Dorotéia está falida e precisa da bondade da condessa e de bons casamentos para não cair na miséria. Outra empregada que gostava muito da personagem foi Carola, interpretada por Ana Flávia Cavalcanti, ela trabalhava como empregada na casa da condessa, mas o sonho era poder ter dinheiro para pagar os estudos e ser professora.
Muito rica a história da personagem da Carolina Kasting, atriz que adoro. São vários segredos em vários personagens de Além do Tempo o que enriquecia muito a trama. Rosa Ventana tinha tido um filho e suas escapadelas eram para vê-lo. Com o trabalho ela pagava uma mulher para cuidar dele. Severa também tinha um segredo.
Uma das poucas novelas que foi tão correta com a música erudita. Melissa tocava muito bem piano, eles se sentavam após o jantar para ouvi-la. Eram peças pequenas, mas executadas inteiras na novela. E não as óbvias Claire de Lune. E sim outras obras, uma só romântica, as outras densas. Só quando o menino Alex foi aprender a tocar que começou pelas mais fáceis e algumas eram mais conhecidas, mas nem todas. Fiquei curiosa em saber de quem eram as mãos de pianista que mostravam. E muito bem feita a edição, parecia mesmo que era a Melissa tocando. E tiveram o cuidado de escolher uma ótima pianista, mas com dedos finos e bonitos como os da Paola Oliveira.

Eu já gostava do Emílio Dantas em personagens da TV Record, fiquei muito feliz com ele na TV Globo e em um personagem tão complexo. Um egoísta, ele só queria o seu amor pra ele, mas mesmo assim a põe em risco para matar o seu rival. As cenas finais ele arrasa e é muito surpreendente. Tudo é impecável. Cenários, figurinos, caracterizações, direções de cena e de arte. Essa novela é  uma obra de arte.

Tinham muitos atores e personagens que eu gostava: Felipe Camargo, Luís Melo, Carlos Vereza, Cassiano Carneiro, Michel Melamed, Othon Bastos, Norma Blum, Inês Peixoto, Caio Paduan, Marcelo Torreão, Flora Diegues, Nica Bonfim, Saulo Arcoverde e Wagner Santisteban.

Concordo com o FabioTV que o único ponto negativo foi a música da abertura. Não tinha nada a ver. E eu ainda ouvia sempre "palavras, palavras, palavras, ao Bento".


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 7 de março de 2016

Além do Inverno

Assisti Além do Inverno (2013) de Philippe Claudel no Max. Eu falei desse filme para a Liliane do Paulamar e colocamos pra gravar. Ela viu antes, parecia não ter se animado muito, fui postergando ver. Um dia eu vi uma chamada e vi que era com o Daniel Auteuil que amo. Vejo tudo o que ele faz. Ele pode fazer um filme muito porcaria, que ganhe Framboesa de Ouro, mas eu vou querer ver. E depois que começou é com outra atriz que adoro Kristin Scott Thomas. O dois interpretam um casal que está junto faz muito tempo. Eles são se dão bem, tem uma vida muito confortável. A casa que escolheram é lindíssima, o jardim maravilhoso. Ele é médico e eu achei que a esposa fosse paisagista, mas depois ela conta que largou tudo para apoiar o marido na carreira difícil de médico, para dar suporte a ele. O casamento está desgastado. Eles vivem bem como amigos, mas os dois estão distantes um do outro.

Ele conhece uma linda moça e começa uma bela e terna amizade com ela. Eles não se envolvem. A esposa do médico tem uma irmã com problemas e quando ela precisa de ajuda procura o amigo do casal, não o marido médico. O médico tem muito stress e é afastado do hospital onde fazia numerosas cirurgias. Boa parte do stress é em decorrência de rosas vermelhas que incessantemente chegam pra ele no consultório e em casa e ele não sabe quem envia. Ele e a mulher desconfiam de muita gente. Todos negam. Linda a moça que ele conhece, interpretada pela Leila Bekhti.

Vou falar detalhes do filme: Há muito texto incrível. Em um momento a esposa fala que o marido teve licença para ficar em casa, na casa que ele estranha, que ele parece não pertencer. Os dois se dão muito bem com a nora e volte e meia ficam com a neta que adoram, mas o filho é um chato e eles não se entendem muito. No filme também eles contam que os três amigos se conheceram juntos. Ela era muito amiga dos dois e casou com um deles. O pai inclusive se entende muito mal com o filho economista. Também no final, bem no finalzinho uma frase passa quase despercebida. O filho chato pergunta a mãe quem está ganhando no tênis e a mãe diz, o seu pai, mas quem está ganhando é o amigo deles. E quem perceber, vai ver que na verdade o filho chato é filho do amigo do casal, não do marido, mas o filho acha que a mãe se enganou e nem percebe.

O final é bastante surpreendente. O amigo é interpretado pelo Richard Berry. A trilha sonora é muito bonita também. Desse diretor é já vi Há Quanto Tempo Que Te Amo e comentei aqui.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Estrelas Além do Tempo

Assisti Estrelas Além do Tempo (2016) de Theodore Milfe no Telecine Premium. Ansiava muito pela estreia desse filme. Soube quando concorria ao Oscar. Três filmes com temática negra concorriam ao Oscar e me interessei. Esse foi o que mais queria ver já que fala de três mulheres negras que trabalhavam na NASA. O nome original é bem melhor Hidden Figures, Figuras Ocultas, que era o que realmente elas eram.


Começa com Katherine na infância, com 6 anos, resolvendo uma equação difícil no quadro negro, interpretada pela linda Lydia Jewett. Os professores conseguem dinheiro para os pais se mudarem com a menina para outra cidade, onde teria uma escola para negros, e ela poderia se estudar. Ela se torna uma grande matemática. A NASA tinha uma sala com computadores negros, assim que eram chamadas as mulheres negras que trabalhavam em uma sala na NASA. Não tinham nome, eram as computadores negras. É um momento critico. A URSS já lançou uma nave no espaço com um astronauta, antes dos Estados Unidos que lançaram com bonecos, mas que estava sempre dando erro. Uma delas, a Katherine, é chamada para ajudar. Eles dão tudo parcial para ela, só alguns cálculos, colocam uma garrafa de café separada e ela ainda tinha que fazer o café, o banheiro só tinha lá na sala das computadores negras. Ela atravessa prédios, estacionamentos só para ir ao banheiro. Elas também não podem assinar com seus nomes os relatórios, sempre tinham o nome de um branco. Mas é ela que corrige o erro. Assim que tudo dá certo ela é dispensada e volta para a sala da computadores negras. Anos depois colocaram uma sala em seu nome. Katherine G. Johnson é interpretada por Taraji B. Henson.
A líder das computadores negras, Dorothy Vaughan, vê a chegada do computador da IBM e percebe que logo elas não serão mais necessárias. Ela começa a estudar o equipamento nas horas de folga, inclusive resolve alguns problemas, e prepara todas as computadores negras para saberem mexer na máquina. Quando é chamada para trabalhar no equipamento, só aceita se todas forem. E todas garantem o seu emprego. Ela é interpretada brilhantemente por Octavia Spencer.

A terceira retratada é engenheira, Mary Johnson. Ela ajudava nas cápsulas que chegam na terra com o astronauta. Ela que percebe alguns problemas com parafusos e dá soluções. Mas ela não podia ser promovida porque tinha que ter estudado em uma escola só para brancos. Ela entra na justiça para conseguir a autorização e consegue estudar lá e se torna a primeira negra a estudar nessa escola e posteriormente a primeira engenheira negra da NASA. Mary é interpretada por Janelle Monáe.

O elenco é bem extenso: Kevin Costner, Kirsten Dunst, Jim Parsons, Mahershala Ali, Aldis Hodge e Kimberly Queen.  

Aqui as profissionais da NASA e suas intérpretes.

Beijos,
Pedrita

sábado, 9 de abril de 2016

Jovem e Bela

Assisti Jovem e Bela (2014) de François Ozon no Max. Eu gosto muito desse diretor e coloquei para gravar. Inicialmente estava com pré-conceito. Uma jovem de 17 anos tem a sua primeira vez em uma viagem de verão. Fria, ela quer resolver logo a questão. Quando volta com a mãe, o padrasto e o irmão para a cidade que vive, passa a se prostituir. Ela mente a idade e diz a idade que a atriz tinha quando fez o filme, 23 anos, e é interpretada pela jovem e bela Marine Vacth.

Essa jovem garota parece fria. Meu pré-conceito foi o contexto, achava estranho que uma jovem de uma família em harmonia tivesse esse comportamento agressivo. Mas esse diretor é tão incrível que acabamos nos rendendo ao filme, o roteiro é muito bem realizado. Ela parece se prostituir como o jovem que anda com o carro em alta velocidade, como o que experimenta drogas, como o que bebe além do limite, para transgredir, arriscar. Gostei que a profissão não foi glamourizada, nem sempre ela se dá bem, mas mesmo assim ela não pára, e não parece gostar. Sempre fria.

Vou falar detalhes do filme: A família descobre por um mero acaso. Um dos clientes da filha morre durante o ato. Claro, ela foge, mas a polícia descobre. A mãe fica irada, briga muito. Eu até entendo que em um primeiro momento deve ser revoltante. Uma mãe não imagina que uma filha menor de idade esteja se prostituindo. A polícia exige que a menina faça terapia. A mãe proíbe computador e celular por um tempo. A família não era altamente conservadora, não era disfuncional, tinham bastante diálogo. É estranho a mãe continuar revoltada depois que a raiva passa. A incompreensão da mãe incomoda. Ozon coloca muito bem o preconceito a prostituição. A mãe e a amiga da mãe começam a recear que a garota venha assediar seus maridos, como se a garota não pudesse fazer antes. Incrível como o autor coloca o preconceito nessa profissão tão milenar e estranho que eu tenha visto agora quando a França endurece severamente com a prostituição que é legalizada na França. No Brasil muitos pais são condescendentes com o álcool na adolescência, mas imagino que seriam muito ferozes se fosse prostituição. Como se um comportamento fosse pior que o outro.
Somente um cliente essa jovem parece ter alguma ternura, algum afeto, exatamente o que morre. Só quando ela desabafa com o psicólogo é que conseguimos entender um pouco os sentimentos que a moveram a prostituição. Ela gostava da adrenalina do marcar o encontro. Receber a ligação no celular, cobrar, escolher o hotel, dos riscos de ir até onde foi marcado. Durante o ato ela não ligava mais. 


Incrível como a única pessoa que parece realmente compreendê-la é a esposa desse homem que aparece no final. Parece ser a única que realmente entende o que a jovem fazia. Essa mulher diz que no começo se incomodou com o fato do marido ter encontros com outras mulheres, mas que viu que ele era assim e passou a aceitar. É a única pessoa no filme que não culpa a jovem e não responsabiliza a jovem pelo interesse dos homens. São lindos os momentos finais. Esse diretor adora lacunas, adora deixar ao público as interpretações, mesmo assim são várias. Antes do filme começar há uma breve entrevista com François Ozon e ele diz isso, que conversando com quem viu o filme, percebe que cada um teve uma interpretação, essa é a grande mágica do filme. Inicialmente percebemos que a morte a traumatizou e ela não vai mais se prostituir, mas passado um tempo, ficamos na dúvida, ela reativa o número do celular dos encontros e vemos ela se animar com o excesso de chamadas. São poucos momentos que essa jovem ri, gosta do que faz, e esse é um desses poucos momentos. Fiquei na dúvida se ela iria conseguir abandonar essa sensação de prazer, já que parece não ter prazer com quase nada. O filme também mostra a discrepância do que ela ganhava com o que poderia ganhar em outra profissão. Ela ganhava 300 euros, depois 500 euros. Quando ela vai trabalhar de babá, por uma noite inteira, ganha 50 euros, ela até brinca com isso. Claro que ela só ganhava muito por ser muito jovem, com o tempo e com a idade a mulher vai se desvalorizando. Esse cliente mais fixo é interpretado por Johan Leysen. A esposa dele é interpretada pela belíssima Charlotte Rampling. É incrível a semelhança dela com a jovem. Parece que o marido buscava a imagem da esposa que conheceu na juventude na garota. A mãe é interpretada pela Geraldine Pailhas. O padrasto por Frédéric Pierrot. O irmão da jovem por Fatin Ravat.


Beijos,
Pedrita